Capítulo 7 - Maiara e Maraisa

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Anteriormente:

"Oh meu amor. Eu imagino como você deve estar se sentindo, foi a última a vê-los, sim? Ligue para as meninas, acalme-as"

As gêmeas, suas irmãs do coração, tão queridas. Marília não conseguia nem imaginar como elas estariam se sentindo no momento.

"Certo, mamãe, qualquer coisa eu te aviso, vou ligar pras meninas, sim?"

"Vá, meu amor! Já me acalma o coração saber que você está aqui comigo."

Dito isso, as mulheres desligaram a ligação, e respiraram fundo, tinham os sentimentos bagunçados, porém aliviadas. Marília sorriu percebendo que Murilo lhe encarava com um largo sorriso, talvez agradecendo mentalmente pela vida de sua amada. Ao acalmar o coração, a morena resolveu ligar para as suas irmãs, Maiara e Maraisa.


Este capítulo contém as reações de Maiara, Maraisa, Henrique e Juliano. Foi o mais difícil que escrevi, então, se não se sentirem bem lendo, não se forcem, por favor.

As gêmeas estavam fora de casa. Maraisa dirigia seu carro, Maiara se encontrava no banco da frente, ao lado da irmã e seus pais, estavam nos bancos de trás do carro. Uns 5 minutos antes de ser noticiado ao mundo a queda do avião, o carro simplesmente parou de funcionar, e por pura sorte estavam na rua da concessionária. Chamaram uma conhecida que fornecia serviços de Uber para as meninas, para terem como voltar para casa. Já no carro da moça, ordem era: Maraisa no banco do carona e Maiara com os pais nos bancos traseiros. Quando o celular da gêmea mais velha toca, o contato de alguém do escritório no visor. Maraisa sentiu um frio na espinha inexplicável, ficou uns segundos encarando o aparelho quando a voz de Maiara ecoa pelo carro "Não vai atender, irmã?" - Maraisa saiu do transe com a pergunta e respondeu "Vou... vou sim, eu só... estava pensando". Dito isto, a morena atende a chamada com um certo receio, deixando a voz do outro lado da linha ecoar em seu ouvido.

Ligação:

"Maraisa? Estão ocupadas? Preciso que venham ao escritório" A voz era tremula, talvez chorosa? O que deixara a mulher em alerta. O que havia acontecido para precisassem delas lá com tanta urgência? Maraisa tinha medo da resposta, mas precisava perguntar

"Aconteceu algo? Por favor não me assusta"

"Não, não... só, venham até aqui por favor!"

Maraisa não se contentou com a resposta e perguntou novamente

"Me adianta o assunto, por favor"

Um suspiro derrotado foi ouvido pela cantora, seguido da informação 

"Tudo bem, tudo bem...o avião da Marília ele... o avião caiu. Maraisa, precisamos de vocês aqui, por favor!" a voz saíra mais chorosa do que o esperado pela pessoa do outro lado da linha, o que deixou Maraisa mais em alerta do que já estava. Não disse mais nada, desligou a ligação e pediu para que a moça que dirigia o carro mudasse a rota e fosse ao escritório – Maiara, que até então só observava atentamente a voz da irmã se modificar, agora se pronunciara 

"Irmã? Aconteceu alguma coisa?" – Maraisa não sabia o que responder. Sim, estava em choque, a única coisa que sabia dizer era para que a rota fosse mudada.

"Só... vamos ao escritório, por favor", sua voz saía chorosa, era algo que a morena não sabia mais como controlar, muita coisa passava em sua mente, tinha medo do que encontraria, do que escutaria ao chegar lá, tinha medo de perder Marília, a mais alta era a terceira gêmea, não havia patroas sem a alma do patroas. Maraisa não sabe o que faria sem sua irmãzinha. Maiara pareceu se conformar com a resposta, ou conformar-se, ou entender que sua gêmea só não queria falar agora. Durante o trajeto, Maraisa refletia, pensava no que ouviria ao chegar no destino, lembrava-se de uma fala de sua irmã gêmea em uma das lives das patroas, Maiara dizia para Marília "Minha vida não tem graça sem você, Marília" e isso é uma verdade, a vida delas não tem nenhuma graça sem Marília, as lágrimas começavam a escorrer de seus olhos, a revolta surgira, a revolta de como a vida é frágil, uma hora estamos aqui e daqui a pouco, não estamos mais. Estava com raiva, a morena achava a morte ridícula, nessa estrada da vida, já perdera alguns amigos muito novos e, nesse caso, achava a morte ridícula...a troco de quê? Por que tão novos? E os planos? Os sonhos? Serão deixados para trás? Assim? Não faz nenhum sentido na cabeça dela. Sem perceber, começava a descontar no painel do carro, a cantora chorava e socava o painel, o som, a janela, a porta... o que estivesse a seu alcance ela batia, nada escapava... ela nem sabia se a amiga havia sido salva, mas tinha medo do que ouviria, muito medo, sua mente trabalhava precipitadamente. Maiara estava preocupada, nunca viu a irmã desse jeito, o que, em nome de Deus, o que havia acontecido? O medo tomara conta de seu ser, o pai das meninas, que até então só observava tudo acontecer resolveu falar algo, tentar acalmar a filha – "Minha filha, se acalme, você está muito nervosa, conte-nos o que aconteceu" a mulher não ouvia o pai, e continuava a usar a força para descontar toda a explosão de sentimentos que acontecia dentro de si. 

O efeito borboletaWhere stories live. Discover now