To love a boy I

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Deixo Mike na casa dele, depois Lucas e por fim vou levar a Max. Ela está sentada no banco do passageiro. Eu a cumprimentei assim que ela entrou no carro, me apresentei e até puxei assunto perguntando como foi o dia dela, mas ela olhou pela janela o trajeto todo, perdida em pensamentos, falando só o necessário para me guiar.

Estaciono em frente a casa dela, ela agradece, eu até ganho um sorriso. Espero ela entrar na casa e Dustin pula para o banco da frente.

-Olha só, o Eddie está chegando em casa agora. -Ele aponta para o furgão estacionando na frente de um trailer.

Eu buzino duas vezes e chamo a atenção dele, que se assusta. Eddie anda até meu carro, ele é irresistível com essa jaqueta de couro e o cabelo bagunçado.

-Henderson, que surpresa boa! -Ele sorri charmoso e apoia os braços na janela do carro. -O que você está fazendo por aqui?

-Eu trouxe a Max. -Aponto para a casa.

-A namoradinha do Sinclair. -Ele sorri. -E eu achando que você queria mais alguns minutinhos comigo.

-Nem nos seus sonhos. -Dou risada.

-Nos meus sonhos nós temos horas, não apenas minutinhos. -Ele se inclina mais para dentro do carro.

-Hum... se você desejar com vontade, seus sonhos se tornam realidades.

-Ei, eu estou aqui! -Dustin reclama. -E vocês são nojentos!

Eddie estica o braço e fecha a boca de Dustin com a mão.

-Quietinho, moleque. -Ele ri, volta a me olhar. -Falando em sonhos que se tornam realidade... o que você vai fazer amanhã à noite?

-Provavelmente trabalhar.

-Ela conseguiu... -Dustin resmunga e então tira a mão de Eddie da sua boca. -Quando foi que você lavou a mão pela última vez? Eca, que nojo. -Ele passa a mão várias vezes na própria boca. -Ela conseguiu um emprego na locadora.

-Você sabe que horas você sai? -Eddie me pergunta.

-Não. Amanhã é meu primeiro dia.

-Eles fecham às oito. -Dustin diz.

-Posso passar na sua casa às nove, então? -Eddie volta toda sua atenção para mim, seu sorrisinho faz meus joelhos fraquejarem.

-Pode, claro.

-Ótimo. -Ele faz um toque de mãos com Dustin e depois beija meu rosto. -Te vejo amanhã.

-Até. -Respondo, enquanto vejo ele se afastar.

Dou partida e seguimos para casa.

****

Na manhã seguinte chego no Family Video antes de Steve. Espero dentro do carro enquanto leio uma história em quadrinhos que Dustin esqueceu aqui.

Às 8h15 ele aparece, o carro entrando em alta velocidade no estacionamento. Ele desce todo descabelado e vestindo o colete. Eu saio calmamente do carro e vou até ele.

-Eu não costumo me atrasar. -Ele diz, mal olha na minha direção. -É que eu levo a Pipoca pra passear todas as manhãs e quando eu soltei ela da coleira hoje, ela quis me fazer de idiota e sumiu por uns vinte minutos, então eu tive que procurar ela.

-Pipoca? -Arqueio a sobrancelha.

-É. A cachorrinha da minha mãe. Ok, ela é mais minha do que da minha mãe e ela consegue ser bem teimosa às vezes. -Ele passa a mão pelos cabelos. -A Pipoca, não a minha mãe.

Eu dou risada e apoio meus braços no balcão, olhando enquanto ele anda de um lado para o outro, mexendo em várias coisas ao mesmo tempo.

-Você pode trancar a porta? Preciso te ensinar a rebobinar as fitas e depois nós passamos para a parte aqui da frente.