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Chloe.

Eu e Robin assistimos filmes, comemos doces e damos risadas a tarde toda. Eu precisava disso.
Céus, como eu precisava disso!

-E vocês simplesmente terminaram? -Ela pergunta, continua insistindo em falar sobre o que aconteceu entre eu e Steve.

-Nós mal começamos e já acabamos. -Eu suspiro. Pego algumas fitas que precisam ser rebobinadas. -Como eu posso amar ele sem sentir que estou cometendo um erro? Eu sinto que estou me enfiando no meio dele e da Nancy e isso não é justo.

-Não é justo com você, Chlo. -Robin retruca. -A Nancy namora o Jonathan e o Steve estava pulando de cama em cama até você aparecer. E nessa fase ruim da vida dele, eu nunca vi a Nancy por perto.

Eu abraço as fitas. Não sei o que responder.

-Nós nunca vamos conseguir o paraíso se não abrirmos mão de um pedaço do inferno. -Ela diz.

Eu concordo com um movimento de cabeça. Steve Harrington é meu paraíso? Eu preciso abrir mão das minhas inseguranças para poder ter ele? O que exatamente isso significa? Eu não posso simplesmente abrir mão dos meus poderes. Se eu pudesse, eu já teria feito.

Tropeço em uma tábua solta do chão da sala das fitas. Eu coloco os filmes que estou segurando em uma das prateleiras e me ajoelho no chão. Puxo a tábua e acho um buraco do tamanho de uma caixa de sapatos. Está vazio, mas algo me diz que um dia já esteve ocupado. Volto a tábua no lugar e arranho a madeira com a minha unha até fazer um X minúsculo.

Vamos fechar às oito hoje, quando Robin está trancando a porta, Eddie chega.

-Oi. -Ele sorri para nós duas. -Eu trouxe o carro da Wheeler. -Ele aponta por cima do ombro. -Era a bateria.

-Nós já estamos fechando. -Robin diz a ele. -Você pode deixar a chave com o Keith no Arcade. Que depois ela passa para pegar.

-Vou deixar, obrigado, Buckley.

Ele se afasta, as mãos enfiadas dentro dos bolsos da jaqueta.

-Acha que ele vai precisar de uma carona? -Pergunto a ela.

-Acho que sim. Ele veio dirigindo o carro da Nancy.

Eu dou de ombros e vou para o meu carro. Robin entra no banco de trás.

-Por favor, Buckley. -Eu resmungo.

-Eddie! -Ela coloca a cabeça para fora do vidro e grita. -Quer uma carona?

Ele caminha até nós de cabeça baixa, entra no lado do passageiro sem dizer nada. Eu dou partida, ligo o rádio para acabar com o silêncio.

-Mamãe, papai e Robin. -Ela diz do banco de trás. Isso arranca um sorriso de Eddie e de alguma maneira, me sinto mais leve ao ver ele sorrir. -Você pode me deixar em casa primeiro? -Robin pergunta. -Tenho umas coisas para fazer.

Ela acha que eu não sei que é mentira. Essa é a forma dela de me deixar sozinha com Eddie. De nos forçar a conversar e resolver o que precisa ser resolvido.

Bom, eu também acho que precisamos conversar, então deixo Buckley em sua casa.

-Até amanhã. -Digo enquanto ela desce.

-Até, Chloezinha! Tchau, Eddie!

Munson respira fundo quando ela bate a porta. Quando eu viro a esquina, ele já está se desculpando.

-Eu não queria ter te deixado esperando, mas eu fiquei pensando e simplesmente não achei justo com você. Agora que você e o Steve estão bem, eu não queria ser aquele que ia se meter entres vocês e estragar tudo. Você merece ser feliz, Chloe, mais do que todo mundo que eu conheça. Eu não posso te dar esse tipo de felicidade! Eu sou um idiota, infantil, que não soube te dar valor e eu não mereço você!

To love a boy IWhere stories live. Discover now