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Robin.

Nós levamos o bolo para a casa de Chloe. Ela prepara o chantilly seguindo as instruções que Claudia Henderson me passa por telefone.

-Acho que deu certo, Robin! -Ela diz, toda felizinha. -Deu certo, mãe! -Chloe grita.

-Deu certo, tia Cláudia! Obrigada!

Desligo a ligação, nós começamos a espalhar o chantilly por cima do bolo, apagando o Peixão Destruído. Juro que Chloe parece sentir prazer em apagar as letras.

-Peixão Destruído o cacete! -Ela resmunga.

-Como você vai escrever de novo?

-Não vou. -Ela abre um dos armários. -É pra isso que serve chocolate granulado colorido.

Chloe abre o pacote e o espalha pelo bolo.

-Isso não vai ficar muito gay? Quer dizer, nós sabemos que ele é… mas os amigos dele não sabem.

-É só um bolo. -Ela dá de ombros. -E somos todos gays, no fim das contas.

Ela passa o dedo pelo chantilly que sobrou no pote e o passa no meu nariz.

-Ei! -Eu enfio a mão no pote e passo no rosto dela.

-Meu cabelo! -Chloe grita e passa mais em mim.

Não sei como, mas acabamos cobertas de chantilly, sentadas no chão da cozinha dela, rindo.

-Acho que o Jessy está afim de mim. -Digo de repente. Ela para de rir.

-Merda! Sério?

-Ele meio que deu a entender hoje. -Explico a ela o que aconteceu. -Então ele está afim de mim ou de você.

-Ou do Steve. -Ela diz. -Queira Deus que seja do Steve.

-Amém. -Respondo.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, olhando para os pés uma da outra.

-O que você vai fazer? -Ela me pergunta em um sussurro.

-Não sei. -Mordo meu lábio.

-Talvez você devesse só beijar a Vickie na frente dele. É o melhor recado possível.

-Seria, se eu ainda estivesse saindo com ela.

-Não! -Ela grita, até me assusta. -Não acredito que vocês terminaram!

-Eu terminei. -Suspiro. -Ela tem um namorado. Ele está na faculdade agora, mas eu não quero ser o passatempo de ninguém. Não é certo. Nem comigo, nem com ele.

-Eu quero ser como você quando eu crescer, Buckley. -Ela passa a mão nos cabelos.

-Eu sei. -Sorrio para ela. -Inclusive, você já começou pelo cabelo, não é?

Ela sorri.

-Foi um momento de rebeldia.

-Eu gostei. -Elogio. -Te deixou com uma aparência fatal, sabe? Os meninos não vão nem saber o que os atingiu.

-Quem dera. -Ela ri, senta com as costas um pouco mais eretas e resmunga de dor. -Ai, não vejo a hora disso acabar.

-Os machucados?

-Sim. Eu juro que se eu ver aquele garoto de novo, eu o mato.

-Você sabe que o Steve já rodou a cidade atrás dele, não sabe? -Eu pergunto.

-Eu imagino. -Ela suspira. -Eu não vou o impedir de dar uma surra nele. Não mesmo. Eu fiquei assustada pra caralho, Buckley.

-Eu sei. -Procuro pela mão dela pelo chão frio, entrelaço nossos dedos. -Sinto muito por você ter passado por isso.

To love a boy IWhere stories live. Discover now