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Chloe.

-Sério, Chloe, acho que não tem conserto. -Keith resmunga.

-Eu tenho certeza que tem! -Digo a ele. -Me passa a chave de fenda?

Tiro o parafuso da resistência da máquina. A peça cheira a queimado. Uso discretamente meus poderes para ver se tem energia passando pela resistência, não tem.

-É só trocar essa peça. -Jogo a resistência para ele. -E teremos uma máquina de raspadinhas novinha em folha.

Liguei para o tio Tony pela manhã, assim que cheguei em casa. Ao invés de aceitar minha demissão, ele me pediu para ir trabalhar no Arcade. Keith prometeu não contar a ninguém que eu estou lá, parei meu carro do outro lado do estacionamento e tenho evitado a porta dos fundos. O combinado é que eu vou ficar atrás do balcão de bebidas e doces, longe de qualquer problema. E com problema eu estou me referindo a Steve Harrington.

Meu primeiro ato trabalhando no Arcade foi tentar consertar a máquina de raspadinhas. Os dias estão ficando quentes, apesar de ainda ser primavera.

-Vou comprar outra peça dessa. Tenho certeza que o Harry deve vender na loja de trecos dele. -Pego a chave do meu carro. -Volto já.

Sigo com a peça em mãos, estou quase saindo do Arcade quando vejo Steve do lado de fora, entrando no próprio carro. Me escondo atrás de uma máquina e espero cinco minutos antes de seguir meu caminho. Estou sendo uma covarde, eu sei, mas não tem muito que eu possa fazer. Não quando ele escolheu ela.

Acho que foi loucura pensar que ele a deixaria depois que eu e o Munson terminamos. O que ele faria comigo? Ele não pode me beijar, não pode ter um futuro comigo, com casas em colinas e crianças correndo pelo jardim. É isso que ele quer, não é o que eu quero, mas de qualquer forma, eu nunca poderia dar isso a ele.

Mal percebo o caminho até a loja. Harry está do outro lado do balcão, sorrindo.

-Com o que eu posso te ajudar, menina? -Ele diz, a voz de quem fumou a vida inteira, mas continua vivo aos 83 anos.

-Preciso de uma resistência igual a essa. -Entrego a ele.

Ele some no corredor atrás do balcão, começa a fuçar em algumas coisas. A porta da loja abre, Wayne Munson entra.

-Harry, preciso de um fio de extensão para esse microfone. -Ele grita ao entrar. -Ah, Chloe. -Ele sorri. -Nunca imaginei te ver aqui.

-Estamos consertando a máquina de raspadinhas do Arcade. -Sorrio. -Eu precisava de uma resistência nova.

-Entendo. -Ele ri. -O Eddie disse que você vai cozinhar pra gente hoje a noite.

-Sim, senhor. Espero que o senhor goste de risoto.

-Eu amo risoto. -Ele sorri.

Harry volta com a nova resistência em mãos.

-Você sabe como trocar isso, garota? -Ele me pergunta.

-Sim, senhor.

-A Chloe consegue fazer tudo o que você imaginar, velho Harry. -Wayne dá dois tapinhas nas minhas costas, me sinto um velho camarada dele. Me sinto o velho Harry.

-Ah, então você é a famosa Chloe? -Harry sorri.

-Acho que sim.

-É ela mesma! -Wayne sorri orgulhoso. -A namorada do meu menino Eddie.

Eles começam a falar sobre o Eddie, em segundos o assunto muda para qual a melhor forma para trocar a resistência. Ao fim de tudo eu saio de lá com um papel com instruções detalhadas do que eu devo fazer. E aparentemente vou jantar com o Harry e a família dele na quarta, junto com o Sr. Munson e o Eddie. A Louise, mulher do Harry, faz uma torta de maçã que é sucesso na cidade e eu preciso experimentar.

To love a boy IOnde histórias criam vida. Descubra agora