To love a boy I

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Chloe.

A última vez que beijei Eddie Munson queima em minha memória. 

Foi antes de nós dois pegarmos no sono, quando ele disse que eu sempre vou ser a sua garota favorita.

Mas não a garota para essa vida, eu penso.

No domingo à tarde, quando nós chegamos em Hawkins e eu vejo Chrissy esperando por ele do lado de fora do trailer, eu percebo que aquele foi o nosso último beijo. E acho que não poderia ser melhor. Acabou do jeito certo, do jeito que deveria acabar.

-Espero que vocês resolvam as coisas. -Digo a ele.

-Eu também. -Ele sorri. -Espero que você e o Harrington se resolvam.

-Não acho que isso seja possível. -Dou risada. Eddie se inclina e beija meu rosto. -Te vejo na terça, Munson.

-Você vai ao show?

-Claro que eu vou! Eu preciso cuidar da minha banda.

Ele sorri, aperta minha mão e sai do carro. Chrissy corre até ele e pula em seu colo, beijando seus lábios. Eu desvio o olhar e saio com o carro, esse momento é deles, não meu.

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Passo o resto do dia com Dustin, jogada no sofá, assistindo filmes ruins e comendo porcarias. Eu preciso mesmo começar a cuidar da minha alimentação. E talvez fazer alguns exercícios não me mate, afinal.

-Quer sair para correr amanhã cedo? -Eu pergunto a Dustin.

-Eu pareço alguém que sai para correr? -Ele enfia uma mão cheia de M&M's na boca.

Eu bato nele com a almofada, ele devolve o golpe, o gato de minha mãe, que estava entre nós dois, sai fazendo um escândalo. Dustin me ataca com duas almofadas, eu puxo o cabelo dele e o jogo no chão. Ele cai de barriga para baixo, eu sento em suas costas, ele grita enquanto tenta sair.

-O que vocês dois estão fazendo? -Minha mãe entra na sala, gritando, o gato em seus braços.

Esse merdinha fofoqueiro.

-Exercícios. -Eu digo com um sorriso.

-Ela está tentando me matar! -Dustin resmunga.

Eu puxo os cabelos dele de novo, forçando sua cabeça a vir para trás. Enfio uma meia que estava no chão dentro da boca dele.

-AFM!!! -Ele resmunga. 

-EXERCÍCIOS! -Eu grito. Minha mãe revira os olhos e volta para a cozinha. -Seu merdinha! -Dou um tapa na cabeça de Dustin e me levanto. -Vou tomar um banho, estou cheirando a vitória! 

Ele mostra o dedo do meio para mim. 

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Acordo mais cedo do que o habitual, visto roupas de ginástica e tênis. O sol mal começou a nascer, a cidade tem aquele ar fantasmagórico que eu sempre odiei, as árvores parecem me cercar, tirando meu ar, ao mesmo tempo em que a energia corre pelas minhas veias, me deixando cada vez mais desperta.

Sigo pela rua da casa dos Harringtons, não é proposital, meus pés simplesmente me levam até lá. A casa, assim como todas as outras da rua, está escura. As cortinas estão fechadas, mas eu paro por um momento e olho para as janelas, esperando por qualquer sinal de vida. Qualquer sinal de Steve Harrington. O carro da mãe dele está parado na frente do dele, o que significa que ele não está sozinho em casa, como o habitual. Isso é bom. Não é saudável ficar tão sozinho. 

Saio correndo até o fim da rua, na estrada que leva até os trilhos do antigo trem, que não funciona mais. O sol finalmente começa a iluminar, deixando tudo com um aspecto alaranjado. Minha pele se aquece, estou começando a suar, mas não paro por um só momento. Eu me recuso a dar esse descanso para as minhas pernas. Tenho energia demais para queimar.