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Steve.

Chloe sai do banheiro usando outra camiseta minha, os cabelos molhados.

Robin e Vickie voltaram para o quarto, eu estou sentado na cama, preocupado pra caralho.

-Você pode ficar aqui? -Ela sussurra para mim. -Eu juro que não vou tentar me aproveitar de você. Eu já nem estou bêbada.

-É claro que eu fico.

Ela deita na cama, me puxa pelo braço até eu me deitar atrás dela. Seu corpo encaixa no meu com precisão, como se eu tivesse sido feito para ela. A minha vida toda foi só um ensaio para esse momento, o momento em que essa garota me quer, que ela precisa de mim.

-Podemos falar sobre o que aconteceu? -Pergunto a ela, passo o nariz pelo seu pescoço.

Ela está com o meu cheiro, o cheiro do meu shampoo e do meu sabonete, mas ainda é ela. Em toda sua essência.

-O que você quer saber? -A voz dela é suave, mas preenche todo o quarto escuro.

-O que você viu? Durante o pesadelo, quero dizer.

-O mesmo garoto loiro que tenho visto por aí. -Ela responde. -Mas dessa vez foi diferente.

-Por que?

-Porque ele não tentou me machucar. Ele me disse para correr, para pular no lago, assim eu acordaria.

-Você correu?

-Claro que sim. Mas ele está sentindo dor, eu sentia a dor dele, Steve. -Ela funga, está chorando. -E tinha mais alguém lá, eu sentia outra presença.

-E o que aconteceu?

-O garoto estava lutando internamente contra essa coisa, ele não queria me machucar, disse que eu precisava fugir enquanto ele ainda estava no controle.

-Você chegou ao lago?

-Não, a coisa venceu. Ele me pegou antes, começou a me estrangular, então você começou a cantar.

-E você conseguiu fugir, certo?

-Sim. Foi como se eu finalmente tivesse achado a trilha depois de meses perdida na floresta. O caminho se abriu, foi... perturbador e fascinante ao mesmo tempo.

-Meu Deus, Chlo. Eu fiquei assustado pra caralho. -Beijo o pescoço dela. Ela suspira, se encosta mais ainda em mim.

A única luz no quarto é a que entra pela janela, a lua lança luz prateada para dentro, a sombra de um galho parece uma garra, dançando pela perna dela. Eu me levanto e fecho as cortinas. Volto para o meu lugar ao lado dela na cama, Chloe está com os olhos fechados, o rosto brilha com as lágrimas que secaram na pele. Eu a aperto mais contra mim, para me certificar de que ela é real, de que ela está aqui.

-Você parou de cantar. -Ela diz, simplesmente. Olha para a parede do outro lado da cama, traça linhas imaginárias no meu braço que está contornando seu corpo.

-O quê?

-Na parte em que a música diz aquelas três palavras... -Ela ri baixinho. -Eu não te culpo, são palavras de poder. Eu as considero assim.

-Você está falando de amor?

-Sim. É uma palavra poderosa, apesar de não ser duradoura. Você sabe, o amor sempre chega ao fim. Se não fosse para ser assim, não seria uma palavra simples de quatro letras.

Eu dou risada, são duas da manhã e Chloe Henderson está divagando sobre amor nos meus braços. Por que isso parece tão certo?

-Eu usaria uma outra palavra. Talvez xilofone.

To love a boy IWhere stories live. Discover now