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Chloe.

Fiz tudo o que tinha pra fazer em casa. Limpei meu quarto, li umas 50 páginas do meu livro favorito, ouvi música, tomei um banho. E ainda não são nem 10 da manhã. Ligo para minha mãe e tento convencê-la a sair mais cedo e me encontrar pra almoçar no centro da cidade, ela diz que não pode. Estou tão entediada que cogito a ideia de ir até a Hawkins High School e sequestrar alguns dos alunos. Mais especificamente Robin e Max. Uma manhã/tarde das garotas? Seria incrível!

Volto a pegar o livro e tento me concentrar nas páginas, mas continuo vendo a imagem da garota com a mão no cabelo de Eddie. Continuo repetindo para mim mesma que não temos um relacionamento, ele tem a vida dele e eu a minha, é assim que pessoas normais lidam com as coisas, aceitando e seguindo em frente. Estou balançando tanto as pernas que começo a sentir cãibras.

Ok, tudo bem, respira Chloe. Levanto do sofá e vou para o meu quarto. Abro o armário e coloco um short de ginástica curto e uma regata que já viu dias melhores. Calço os tênis e tranco a casa antes de sair.

Sigo pela estrada principal, correndo em um ritmo equilibrado. Começo a ficar suada, o que me motiva a ir mais rápido. Passo pela casa dos Wheelers, pela casa dos Sinclairs, até pela antiga casa dos Byers. Quando finalmente passo pela casa dos Harringtons, meus pés decidem meu próximo destino sem eu sequer me dar conta.

Vejo a locadora ao longe. Nessa hora do dia a luz entra pelas janelas e ficar no balcão é quase insuportável. Por isso não acho estranho quando abro a porta e não vejo Steve.

Ouço sons inteligíveis e viro no primeiro corredor de estantes, aquele que dá para a parede, então eu o acho.

Steve está encostado na estante, uma garota ajoelhada na sua frente, abrindo o botão da calça dele. Eu grito e tampo meus olhos com as mãos.

-Caralho, Henderson! -Ele se assusta.

Abro uma pequena fresta entre meus dedos e vejo a garota se levantando, ele fecha o botão dos próprios jeans.

-Você não tem tempo livre para fazer isso? Precisa mesmo fazer aqui?

Ele puxa uma das minhas mãos, como que me liberando pra olhar. Eu mal consigo segurar a risada. Olho para a garota e então a reconheço, Jenna Thompson.

-Oi, Chloe. -Ela sorri forçado para mim. -Não sabia que tinha voltado para a cidade.

-Já faz alguns dias. -Meu sorriso é tão forçado quanto o dela.

-Como vão as coisas? Você ainda namora aquele cara da véspera de Natal?

-O Marcus? Não, não mesmo! Já faz alguns meses que terminamos. -Respondo, estranhando a pergunta.

-Então você está solteira? -Ela faz uma careta. Steve está apoiado na estante, olhando de uma para a outra.

-Na verdade, não. -Sorrio. -Mas enfim... -Olho para Steve. -Esqueci uma coisa na sala das fitas, só vim buscar.

-Você trabalha aqui? -Jenna me olha de cima a baixo.

-Sim, mas hoje é meu dia de folga. -Forço outro sorriso.

-Deve ser difícil pra você. -Ela ri e lança um olhar para Steve.

-Nem um pouco. -Dou as costas para ela e vou para a sala.

Começo a mexer em algumas prateleiras e a fazer barulho, fingindo procurar uma coisa que não existe. Eu queria ver Steve e não pensei duas vezes antes de vir para cá e agora estou pagando por isso. Fico pelo menos uns cinco minutos na sala, quando volto, Jenna está indo embora.

To love a boy IWhere stories live. Discover now