Entre a vida e a morte.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Kageyama pôs Hinata sobre a cama outra vez e chamou os empregados, ordenando que chamassem o médico e trouxessem mais cobertores e água, sendo prontamente obedecido. Então, assim que se viu sozinho com Shouyou, Tobio ajeitou-o melhor sobre a cama e pôs a mão em sua testa, sentindo-a quente. "Pode estar doente", constatou e desceu o olhar para o braço machucado. "Muitos caçadores vêm usando veneno em suas flechas para abater os animais mais rapidamente... Desgraçados", pensou, irritado, e disse a si mesmo que iria aumentar a pena para quem fosse pego caçando animais sagrados e raros, pois fora ensinado desde pequeno a dar valor a vida desses animais já que eram eles quem mantinham o equilíbrio entre os humanos e a natureza.
  Logo os empregados voltavam ao quarto com mais cobertores e água, molhando um pano no líquido frio e colocando sobre a testa do ruivo enquanto Kageyama assistia a tudo em silêncio, pensando que não poderia deixar que um Pássaro Sagrado morresse em seu palácio -ou qualquer outra pessoa.
  Levou cerca de meia hora para que o médico chegasse, este que fora levado prontamente ao cômodo onde Hinata repousava e de imediato analisou o ruivo e o ferimento, chegando a conclusão, após uma longa análise, de que, sim, ele fora envenenado. Um veneno muito forte, segundo o médico.

  -Receio que ele possa não ter mais do que algumas semanas de vida, meu rei. -O médico falou realmente decepcionado e Tobio encarou a face angustiada do ruivo enquanto dormia.
  -Você não pode fazer nada?! -Bravejou ao cerrar o punho e o médico deu um passo para trás.
  -Só posso deixá-lo o mais confortável possível. Mas é uma coisa curiosa, esse rapaz. O veneno já deveria tê-lo matado, então talvez, se ele lutar contra isso, ainda tenha uma chance de sobreviver. -O homem falou ao aproximar-se de Shouyou e segurou seu pulso, contando sua pulsação. -Ele é um jovem muito forte. -Disse ao repousar o pulso sobre a cama outra vez e voltou-se para o rei. -Cinco gotas duas vezes ao dia desse remédio e, se ele não apresentar melhora em até uma semana, temo que nada mais poderemos fazer por ele, meu rei.
  -Entendi. Cinco gotas duas vezes ao dia. E quanto ao ferimento? Não para de sangrar. -Disse ao ver uma das empregadas trocando o curativo mais uma vez.
  -Como eu disse, ele é um jovem forte. Seu corpo deve estar lutando contra o veneno e tentando expulsá-lo. Só podemos deixá-lo o mais confortável possível e torcer para que ele se cure.
  -Certo. Obrigado, doutor. Voltarei a chamá-lo caso algo ocorra, esteja preparado. -Kageyama disse sério enquanto encarava-o nos olhos e o homem acenou positivamente com a cabeça, ajeitando a mala em mãos em seguida.
  -Eu estarei, meu rei. Com licença. -Falou ao curvar-se em reverência e logo saiu do cômodo, sendo acompanhado por um dos empregados.
  -Seja forte, Shouyou. -Tobio disse para o ruivo antes de virar às costas e sair do aposento, deixando que os empregados continuassem a cuidá-lo.

  O rei desceu até o salão de reuniões do palácio e pediu que mandassem chamar um dos servidores da corte, responsável pelo anúncio e publicação das leis, além de seus principais generais e comandantes. E não teve de esperar por muito tempo, pois, como há pouco eles estiveram no palácio, ainda não haviam começado seus afazeres e não estavam muito longe.
  Assim que todos se encontravam no recinto, Tobio ditou uma nova lei que aumentava a punição para quem fosse pego ou caçando ou em posse de caça de animais sagrados ou raros, avisando aos seus generais e comandantes para que fizessem vista grossa sobre isso a partir de então, pois haviam caçadores pelo reino usando um veneno potente em suas flechas. Os homens responderam afirmativamente às ordens e disseram que iriam espalhar a notícia, falando também que o rei podia contar com eles para fazer cumprir a lei. Então, assim que tudo fora acertado, Kageyama dispensou-os e retirou-se para o cômodo onde Hinata repousava inconsciente, vendo que quase todos os empregados já haviam saído, restando apenas uma jovem que zelava pelo sono do ruivo, estando de prontidão para o que quer que fosse necessário.
  Tobio mandou a jovem sair e buscar mais água fresca e também mais panos para secar o suor do corpo de Shouyou, que quase pingava sobre os lençóis e respirava ofegante e com dificuldade. O rei, então, aproximou-se e sentou na beirada da cama, encarando a face aflita e adormecida com pesar. "Não posso deixar que você morra", Kageyama pensou, também aflito, e se surpreendeu pelo próprio desejo de mantê-lo vivo. Logo Tobio levava a mão ao pano na testa alheia e retirava-o, mergulhando-o na vasilha com água e torcendo-o antes de tornar a colocá-lo sobre a testa de Hinata mais uma vez.

  -Aguente firme. -Disse baixo, próximo ao rosto do ruivo, e afagou seus cabelos mais uma vez antes de afastar-se.

  Kageyama caminhou até a poltrona próxima à janela e sentou-se, cuidando os mínimos movimentos de Hinata enquanto este movia-se minimamente sobre a cama por conta do veneno. E quando a jovem de antes retornou ao cômodo, Tobio mandou que ela secasse o suor do ruivo e trocasse o curativo do braço, sendo obedecido de imediato e observando-a atentamente a fazer seu trabalho.















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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaWhere stories live. Discover now