O inverno ainda pode ser bom.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Tobio e Shouyou permaneceram abraçados -sequer haviam percebido que estavam abraçando-se- no corredor em frente ao cômodo por um longo tempo. Nem o ruivo nem o rei queriam afastar-se, pois sentiam-se mais seguros e tranquilos nos braços um do outro -apesar de nenhum dos dois pensar isso de maneira consciente.
  O rei, antes de afastar-se, apertou um pouco mais seus braços ao redor de Hinata e agradeceu baixinho, empurrando-o pelos ombros em seguida e tomando à frente no caminho para sair de lá. E assim que percebeu a situação, o ruivo tratou de seguí-lo e logo já acompanhava seus passos.

  -Tobio. -Shouyou chamou ao seu lado e o rei apenas mexeu a cabeça para indicar que estava ouvindo. -Feliz aniversário! -Exclamou sorridente e o moreno lhe encarou, vendo o sorriso caloroso e radiante direcionado a si, que o aqueceu ainda mais de dentro para fora.
  -Você é muito petulante, sabia? -Murmurou voltando a olhar para frente e o menor sorriu mais.
  -Sim! Já me falaram isso algumas vezes! -Disse animado e seguiu cantarolando ao lado do rei o restante do caminho até o térreo.

  Tobio apenas encarou Shouyou com o canto dos olhos e resolveu não dar importância para o fato de estar sendo seguido. "Assim é melhor, porque esse idiota pode acabar se perdendo outra vez", o rei pensou ao se direcionar para a cozinha e parou na entrada ao sentir o gostoso cheiro que de lá provinha. O rei, de maneira estranhamente mais gentil, pediu para ser avisado quando o almoço estivesse pronto e logo saiu, ainda sendo seguido por Hinata.
  Durante todo o restante daquele dia, Shouyou seguiu Tobio pelo palácio enquanto cantarolava baixinho, fazendo o rei sorrir discretamente com o som irritante e estranhamente agradável. Kageyama não estava irritado como naquela manhã e sequer se importava por ser seu aniversário e primeiro dia de inverno, o que fora mais do que visível para todos que o encontraram àquele dia, mas ninguém ousou perguntar qual fora o milagre que o havia deixado com aquele humor. E, por mais que não ousassem perguntar, quase todos suspeitavam de que o ruivo que o estava seguindo para cima e para baixo tinha uma forte relação com o fato. E não apenas no palácio, como também no reino inteiro a súbita mudança havia sido notada, pois, diferente de todos os outros anos, aquele primeiro dia de inverno não estava tão frio e escuro como costumava ser.
  Assim, em meio a um inverno não tão frio e escuro após muitos, muitos anos, as semanas se passaram lentamente. Todos no reino sentiam a mudança à sua volta e também a viam no próprio rei, pois este não estava mais com o semblante sombrio e irritado que sempre levava e suas aparições públicas estavam mais frequentes -o rei quase nunca saía do palácio no inverno. E sempre que Tobio saía do palácio, estava acompanhado pelo ruivo de sorriso radiante e que contiagava a todos que encontrava, deixando um sentimento quente por onde passava.
  O decorrer das semanas do inverno também foram boas para Hinata, pois o menor pôde, mais rápido do que pensava, recuperar cada vez mais sua força e curar ainda mais rápido seu ferimento -apesar de ainda não estar completamente sanado. E o ruivo já pensava que, se tudo corresse bem e continuasse daquele jeito, mais tardar no meio da primavera poderia encontrar-se com sua família outra vez. Mas Shouyou também se abatia ao pensar nisso, pois para poder ver sua família de novo, teria que separar-se de Tobio.
  Tanto Kageyama como Hinata sentiam que havia algo ali, sentiam que havia uma conexão entre eles. Tobio era melhor quando o menor estava consigo e Shouyou sentia-se mais feliz e seguro quando estava com o maior. Ambos, muitas vezes sem sequer falar nada, sabiam exatamente o que o outro queria e várias vezes já completaram as frases alheias. Mas o inverno estava perto de acabar e tanto Hinata como Kageyama sabiam que não poderiam ficar daquele jeito para sempre. Eles sabiam que, assim que a ferida do ruivo estivesse completamente curada, ele iria atrás de sua família. E Tobio não podia impedí-lo e trancá-lo para que não o deixasse, pois sempre que encontrava o menor olhando para o mundo lá fora através das enormes janelas, via a melancolia e tristeza e ansiedade e esperança em seus olhos, e o rei sabia que, por mais que não quisesse, teria que deixá-lo ir quando chegasse a hora...















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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora