Uma alegre companhia para o rei solitário.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Hinata dormira aquele dia inteiro e apenas voltara a acordar por volta da metade da manhã do dia seguinte, sentando-se na cama com calma e olhando na direção da janela. "A neve está mais forte", pensou, entristecido, e sentiu o peito apertar. "Okasan, Otosan, Nacchan... Esperem por mim. Assim que eu melhorar, vou até vocês", pensou firme ao apertar os punhos sobre a coberta e logo a porta do quarto foi aberta e uma mulher entrou com uma larga bandeja com comida em mãos, e imediatamente Shouyou sentiu o cheiro gostoso da comida e sua barriga roncou de fome.
  A mulher aproximou-se da cama e pôs a bandeja na mesa ao lado, perguntando se o ruivo precisava ou queria alguma coisa, recebendo uma resposta negativa e um sorriso caloroso seguido de um animado agradecimento.
  Hinata, então, pegou a bandeja com cuidado -estava consideravelmente enfraquecido- e colocou-a sobre suas pernas, começando a comer em questão de segundos e saciando um pouco da intensa fome que sentia. E após o ruivo terminar com aquela comida, pediu à mulher que o observava -esta que permanecia ali para atendê-lo- para que trouxesse mais, pois ainda estava faminto, e logo foi atendido.
  Desse modo, em meio a intensos ataques de fome e sede, Shouyou continuou por mais cinco dias, conseguindo sair da cama sozinho e caminhar um pouco pelo cômodo. E quando a manhã do sétimo dia chegou, junto ao inverno, Hinata saiu do quarto onde repousara por mais de um mês e caminhou pelo palácio, olhando admirado para as pinturas, cerâmicas, detalhes do teto e dos pilares, piso... Tudo. Era algo novo para si e o ruivo estava estranhamente empolgado, querendo ver cada vez mais e mais, até se cansar ou decorar cada mínimo detalhe daquele lugar tão bonito. Contudo, assim que chegou em um cômodo fechado por porta dupla no final do enorme corredor, Shouyou pôs as mãos nas maçanetas e abriu-as, vendo que as janelas ali estavam abertas e o vento forte fazia com que tanto o ar gelado quanto a neve intensa entrassem no cômodo. "Que frio!", Shouyou pensou ao abraçar o próprio corpo e viu uma sombra do lado de fora das janelas, na sacada. Tomado de curiosidade, o ruivo caminhou naquela direção e se surpreendeu ao ver o rei ali, parado, enquanto olhava com certo pesar para o mundo gelado à frente. E essa simples visão do moreno foi o suficiente para que Hinata sentisse seu próprio coração pesaroso.
  O ruivo pensou em falar algo ou chamar a atenção do rei para que este soubesse que estava ali, mas não conseguiu pôr as palavras para fora pois sentia que talvez elas não fossem o suficiente. Shouyou ponderou por instantes o que fazer e logo uma ideia surgiu em sua mente. "Acredito que, mesmo ferido e fraco, isso eu ainda posso fazer!", pensou, decidido, e sorriu para si mesmo enquanto fechava os olhos.
  Hinata concentrou toda sua energia em pensamentos felizes e agradáveis e em memórias boas e carinhosas e deixou que toda aquela energia positiva fluísse em seu corpo, esquentando-o e fazendo sua pele e cabelos brilharem -o cabelo mais intenso do que a pele-, brilho, este, que iluminou o cômodo e fez a luz chegar até Kageyama, que mantinha os olhos no mundo à frente até então, mas que voltou-se para Hinata ao ter o vislumbre da luz no canto de seus olhos.
  Tobio encarou-o extremamente surpreso e sentiu o calor que emanava do ruivo chegar até si. O rei, ao notar com mais atenção, percebeu que a maior parte da luz provinha dos cabelos alheios, estes revoltosos como sempre, e viu o intenso e belo sorriso que Shouyou direcionava para si, fazendo com que seu coração vacilasse por um segundo e uma estranha sensação tomasse conta de seu corpo e mente. Kageyama, então, começou a aproximar-se lentamente de Hinata e parou quando estava a somente alguns passos de distância do ruivo, encarando-o com admiração, alívio e certa ternura.

  -Você... -O rei murmurou e deteu-se, engolindo a saliva acumulada e logo retomando a palavra. -Isso é... Como você...? -Indagou, admirado, e o ruivo sorriu mais ainda.
  -Eu sou um Pássaro do Sol, oras! Todos podemos fazer isso! Nós emitimos luz e calor naturalmente quando estamos verdadeiramente felizes, mas também podemos usar nossas lembranças e sentimentos para induzir a luz e o calor a virem a qualquer momento que desejarmos. O que você acha, Tobio? -Perguntou ainda mais animado e o rei arrepiou-se ao ouvir seu nome sendo proferido com tanta alegria pelo menor.
  -É incrível, Shouyou. Realmente extraordinário. -Disse sincero enquanto encarava-o fixamente e levou uma mão ao fios ruivos, tocando-os com cuidado e sentindo a quentura gostosa em sua palma. -É tão... bom. -Murmurou olhando atentamente para a mão que acariciava os cabelos alheios e Hinata sentiu-se ansioso de repente, sem entender o porquê de sentir-se assim visto que seus pais e irmã já haviam tocado-lhe diversas vezes o cabelo enquanto irradiava luz e calor.

  "Também é bom para mim, Tobio...", Shouyou pensou ao fechar os olhos e apenas aproveitar o carinho, aumentando inconscientemente sua temperatura e brilho.












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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaWhere stories live. Discover now