Descobertas de um passado doloroso. -Parte Dois.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Shouyou levou apenas alguns segundos para entender e logo sentiu seu peito pesado, pois sequer podia imaginar o quão doloroso aquilo deveria ser para Tobio.

  -Então... Exatos vinte e três anos... Hoje é seu aniversário?! -Indagou agitado e o rei olhou para si com uma expressão tão séria e assustadora que o ruivo sentiu todos os seus instintos se ativarem para uma possível luta.
  -Vamos sair daqui. -Disse firme ao virar-se para frente mais uma vez e o ruivo apertou o punho ao aproximar-se.
  -Espere! Hoje é mesmo seu aniversário? Por que não me disse? Você tem que comemorar! -Exclamou um pouco mais animado e o rei parou de caminhar.
  -Comemorar?! O que há para se comemorar?! O fato de que quando eu nasci, minha mãe desenvolveu uma doença que a fez definhar durante mais de cinco anos antes de morrer?! Que, por minha causa, minha mãe perdeu a vida dela e depois eu fui deixado de lado por todos porque diziam que eu a havia matado apenas por nascer?! -Exclamou irritado e virou-se para o menor outra vez, mostrando a mais furiosa e magoada expressão que Shouyou já vira na vida. -Não há nada de bom para se comemorar nisso. -Disse mais controlado agora e o ruivo precisou de todas as suas forças para não fugir naquele momento, pois o frio havia penetrado tão profundamente em si que até mesmo suas pernas tremiam. "Tobio...", Shouyou murmurou em pensamento ao sentir um traço daquela dor enraizada no frio e aproximou-se um passo, indo contra todos seus instintos de fuga.
  -Você... Você não... A culpa não é sua! -Exclamou de repente, e alto, e o rei lhe encarou surpreso. -Você não teve culpa!
  -Cale-se! Você não sabe do que está falando! -Bravejou ao dar um passo para frente e o menor deu um para trás, tomando fôlego outra vez.
  -E você por acaso sabe o que está falando?! A culpa não é sua! Você simplesmente nasceu e isso não é pecado algum, então não deveria se martirizar assim! Ao invés disso, deveria aproveitar a vida que tem! -Exclamou sério ao se aproximar e foi a vez de Tobio recuar alguns passos.
  -E quem disse que viver é assim tão bom?! As pessoas são podres! Cheias de apontamentos e não pensam duas vezes antes de te culpar por algo que elas não gostam! Não pensam duas vezes antes de te abandonar e te deixar sozinho no meio de estranhos que só querem te usar! -Exclamou irritado e Hinata pôde ver a mágoa e dor por trás daquelas palavras.
  -Você não precisa viver por essas pessoas! Viva por si mesmo! E se não por você, então pela sua mãe! -Bravejou ao caminhar rapidamente na direção do moreno e este jogou o castiçal no chão para segurá-lo pela gola da roupa com ambas as mãos.
  -CALE A BOCA! -Gritou, furioso, e Shouyou usou toda a força que tinha para não deixar que aquele frio invadisse-o ainda mais e o congelasse.
  -CALE A BOCA VOCÊ! -Gritou na mesma intensidade e o rei afrouxou um pouco o aperto, pois era a primeira vez que era contrariado assim. -Sabe quantos amigos e pessoas queridas eu já perdi por conta dos caçadores?! Sabe quantos deles morreram para me proteger?! Nem por isso você me vê choramingando e falando que a vida não vale a pena! Eu vivo justamente para me lembrar daqueles que me trouxeram aqui! -Bravejou ao segurar na gola de sua roupa também e mandar todo o calor que conseguia para Tobio, fazendo-o afrouxar o aperto que detinha em suas vestimentas ainda mais. -Você não é culpado de nada disso! Você não tem culpa! Então pare de se torturar e sofrer assim! -Exclamou ao colocar a mão sobre o peito de Kageyama e apertou, fazendo o calor alcançar no âmago do rei.

  Tobio sentiu o peso em seu peito diminuir e uma estranha leveza tomou conta de seus ombros e ser, juntamente do calor aconchegante que se espalhou por todo seu corpo. O rei soltou a roupa alheia e focou sua visão em Shouyou, tendo os olhos intensos e belos completamente focados em si. E a simples visão das orbes claras e profundas fez com que seu coração batesse mais rápido e uma forte vontade de abraçá-lo o acometesse, mas Kageyama apenas abaixou seu olhar e logo sua cabeça, apoiando a testa no ombro alheio e suspirando pesada e lentamente.
  Shouyou não falou mais nada e não pensou que deveria, pois sentia que não havia mais nada para falar. O ruivo, ao invés disso, também apoiou sua testa no ombro do moreno e guardou silêncio, apenas compartilhando seu calor e deixando que Tobio se acalmasse.
  O ar já não estava frio ali e a escuridão que antes os rodeava diminuira consideravelmente. O calor se espalhava com calma pelo ambiente e até mesmo chegava fracamente ao térreo e outros cômodos do palácio à medida em que o tempo passava, fazendo todos os empregados sentirem aquele calor e também os sentimentos calmos e agradáveis que vinham com ele. Naquele dia de solstício de inverno, pela primeira vez em muito tempo, o palácio não estava escuro e frio, rodeado por tristeza e amargura, mas sim iluminado, leve e quente...














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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaWhere stories live. Discover now