O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHina

Um rei não muito delicado.

Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.

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  Kageyama, após afastar sua mão dos cabelos alheios, olhou para a janela mais uma vez e Hinata fez o mesmo, olhando com tristeza para a neve lá fora. O rei, então, ao notar a reação do ruivo, caminhou até as janelas e fechou-as, virando-se para o ruivo outra vez e encarando os olhos belos.

  -Você deveria estar deitado, se recuperando, e não caminhando por aí. -Tobio falou de repente, e sério, mas Shouyou não deu importância àquelas palavras, caminhando pelo aposento e olhando curioso ao redor. -Ei!
  -Este é o seu quarto, não? É tão sem graça! Onde estão os jogos ou algo para passar o tempo? -Hinata indagou olhando cada mínimo canto e Kageyama rangeu os dentes.
  -Pode parar de bisbilhotar as coisas dos outros?! -Bravejou ao puxar o ruivo pelo braço ao vê-lo mexer em suas gavetas e este fez um bico nos lábios, olhando para o lado oposto do moreno. -E para que eu preciso de jogos ou coisas para me distrair?! Eu sou o rei! Não tenho tempo a perder com coisas assim! -Falou irritado ao arrastar o ruivo para fora de seu aposento, na direção do quarto onde o menor ficava.
  -Você é um chato... -Hinata murmurou enquanto seguia com o moreno e suspirou arrastado. -Estou com fome.
  -Você não comeu essa manhã? -Indagou ao parar de arrastá-lo no meio do corredor.
  -Sim, mas estou começando a sentir fome outra vez.
  -Me acompanhe, eu ainda não comi. -Disse ao soltar o pulso do ruivo e logo começar a andar na direção das escadas, sendo seguido por Shouyou.

  Hinata e Kageyama desceram as longas escadas e caminharam mais um pouco até entrarem em um cômodo repleto de mulheres, todas ocupadas preparando algo para cozinhar ou apenas arrumando a cozinha. E assim que notaram a presença do rei ali, elas pararam o que estavam fazendo e curvaram-se em sua direção, o saudando com intensidade para logo voltarem aos seus afazeres enquanto uma das mulheres aproximava-se para saber como poderia servir o rei.

  -Prepare-nos algo para comer e beber. -Kageyama disse friamente e Hinata encarou-o.
  -Onde estão seus modos? Deveria dizer "por favor". -O ruivo falou ao cutucá-lo de leve com o cotovelo e o moreno lhe encarou sério.
  -Como é? Quem você pensa que-
  -Seria muito gentil se você pudesse nos fazer algo para comer! -Shouyou exclamou sorridente ao interromper e ignorar a fala de Tobio e as mulheres na cozinha sentiram o ar ficar mais quente ali e também um sentimento de alegria se espalhar pelo cômodo.
  -Com todo prazer! -A mulher disse com um sorriso discreto e curvou-se em direção a ele.

  Hinata, então, sorriu mais abertamente e logo virou-se para Kageyama, que lhe encarava incomodado de braços cruzados.

  -Viu? É preciso educação, seu mandão.
  -Com quem você pensa que está falando, idiota?! Eu sou o rei! -Disse irritado ao segurar as bochechas do ruivo com uma mão e este debateu-se.
  -Issho dói! -O menor exclamou com os olhos cerrados enquanto segurava o pulso e braço do moreno, mas este não soltou-o. -Dessculpa! Nhe perdoa! -Pediu com a voz embolada por conta do aperto em seu rosto e o rei soltou-o após alguns segundos mais.
  -Tragam a comida para a mesa. -Kageyama falou ao virar-lhes às costas e logo saiu do cômodo, sendo seguido por Hinata de imediato.
  -Você poderia ser mais delicado, não acha? Minhas bochechas estão doendo! -O ruivo reclamou enquanto o seguia e o moreno lhe encarou irritado.
  -Ah?? Você prefere levar um soco ou um chute, então? -Indagou ameaçador e o menor deu dois passos para trás por instinto.
  -N-não!
  -Foi o que eu pensei... Agora pare de reclamar e sente-se. -Ordenou ao puxar sua própria cadeira e sentar-se, vendo que o menor fazia o mesmo em seguida.

  Kageyama ficou em silêncio, assim como Hinata, e encarou os mínimos movimentos do ruivo, pensando se não havia ido longe demais ao apertá-lo e sendo rude falando as coisas como havia dito. "Talvez eu seja mesmo um tirano arrogante como dizem...", o moreno pensou sem expressar qualquer reação à conclusão e apoiou o queixo na palma da mão enquanto o cotovelo estava sobre a mesa.
  Já Hinata, que se mantinha em silêncio também, pensava sobre o que iriam comer enquanto encarava as janelas em frente à mesa. Mas a melancolia e a tristeza logo vieram quando o ruivo pensou em sua família e se perguntou como eles estavam e se todos haviam conseguido chegar ao sul em segurança. O simples pensamento de que qualquer um em sua família, ou qualquer um de seus amigos, não houvesse conseguido completar a viagem deixava-o abatido e com um peso incômodo no peito -o que não passou despercebido do rei, que o encarava com extrema atenção.
  Tobio estreitou o olhar para Shouyou e se perguntou o que ele estava pensando e porque punha aquela expressão dolorosa e angustiada, mas logo recordou-se que o ruivo tinha uma família e, muito provavelmente, estava preocupado com eles.

  -Ei. -Kageyama chamou sério e o menor olhou para si. -Não se preocupe, eles estão bem. -Disse ainda mais sério e confiante e Hinata sentiu os olhos arderem, junto de um certo conforto, então esfregou rapidamente os olhos e sorriu para o maior.
  -Sim! Tenho certeza que eles estão bem! -Exclamou sorridente e Tobio concordou com a cabeça, sentindo-se bem por ter conseguido alegrá-lo. E logo duas mulheres vieram da cozinha e colocaram as comidas sobre a mesa, ajeitando tudo rápida e perfeitamente para que Kageyama e Hinata pudessem comer logo, curvando-se na direção do rei e permanecendo em pé ao lado da entrada da cozinha para caso eles desejassem algo mais. Assim, após o ruivo agradecer com um enorme sorriso às mulheres, ambos começaram a comer.

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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.