Descobertas de um passado doloroso. -Parte Um.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Após Tobio e Shouyou terminarem de comer, o ruivo agradeceu às mulheres na cozinha e recebeu sorrisos animados em troca e também pedidos para ele aparecer quando quisesse, então o menor logo se despediu e seguiu caminho pelo palácio a fim de descobrir mais e conhecer mais daquele lugar -era a primeira vez que Hinata entrava em um palácio.
  Shouyou sorriu travesso ao olhar ao redor e perceber que Tobio não estava por ali, pois isso significava que poderia andar pelo palácio e bisbilhotar à vontade. Ele, então, começou a caminhar pelo térreo e a primeira porta que abrira dava acesso ao jardim, de onde nada mais podia se ver com clareza por conta da quantidade de neve cobrindo tudo e de onde uma forte e fria lufada de ar fora soprada para dentro do palácio, forçando o ruivo a fechar as portas quase tão rápido quanto as abriu. "Acho melhor me manter longe das portas que levam ao lado de fora. Se eu estivesse completamente curado não haveria problemas, mas como estou assim não posso lidar com o frio como deveria", Hinata pensou, cauteloso, e logo se direcionou para uma outra porta ao longe, abrindo-a entusiasmado como sempre e vendo o trono e o extenso salão à frente.

  -Nossa... -Shouyou murmurou olhando o longo tapete vermelho que se estendia do trono até as portas de entrada e, lentamente, começou a caminhar na direção das cadeiras. -São tão brilhantes... -Balbuciou ao tocar com leveza no trono principal e logo sentou-se. -É alto demais! -Exclamou baixinho ao olhar para baixo e notar que seus pés não alcançavam no chão, então olhou para frente e viu o enorme e vazio salão, pensando que deveria ser divertido quando havia festas. -Pensando agora, eu acho que uma das moças que me cuidaram falou que logo seria o aniversário do Tobio... Será que ele vai fazer uma festa? -Indagou-se animado e sorriu.

  "Vou falar com ele!", Shouyou pensara, decidido, e descera do trono, voltando pelo caminho de onde viera e cantarolando baixinho enquanto andava pelos corredores do palácio. Contudo, após longos minutos, Hinata ainda não havia chegado no aposento de Tobio e começava a desconfiar que pudesse estar perdido. "Não, não, não. Eu tenho certeza que é só abrir essa porta e virar no próximo corredor!", exclamou mentalmente para si ao pôr a mão na maçaneta e girá-la, mas não havia corredor nenhum ali, apenas vários quadros velhos e empoeirados. "Como eu fui me perder?! Qual o tamanho desse lugar, afinal?!", indagou-se frustrado ao bagunçar os próprios cabelos e suspirou pesadamente. "Já sei! Só preciso refazer meus passos até o térreo!", exclamou animado e logo pôs-se a realizar a tarefa, mas, outra vez, não conseguira fazê-lo, ao invés disso, se perdera ainda mais.

  -Não é possível! Isso aqui é um palácio ou um labirinto?! -Bravejou ao parar no meio de um cruzamento de corredores e fechou os olhos. -Vamos lá, Shouyou! Mantenha a calma e lembre-se do que a Okasan sempre diz: "Se algum dia você estiver perdido e não souber como voltar, basta respirar fundo, contar até três e pensar no lugar para onde quer ir. Depois é só seguir a sua luz". Vamos lá! -Exclamou confiante dessa vez e fez como havia dito; respirou fundo, contou até três e pensou que queria ir ao aposento de Tobio, então, poucos segundos após abrir os olhos outra vez, uma luz fraca irradiou para fora de seu corpo e indicou o caminho, então o ruivo passou a seguí-la.

  Todavia, quando chegou ao local indicado pela luz, Shouyou notou não se tratar do aposento de Tobio, mas sim um local completamente escuro e frio. Havia um frio tão intenso ali que ultrapassava o limite físico de temperatura e quase penetrava-lhe em seu âmago. Hinata apertou os braços ao redor de seu próprio corpo e pensou em coisas felizes e momentos alegres, tentando, assim, diminuir um pouco o efeito daquela temperatura em seu corpo. "Esse deveria ser o aposento dele, mas é apenas um cômodo frio", pensou um pouco abatido ao pensar que havia falhado em realizar a lição que sua mãe ensinara. Entretanto, por mais decepcionado que estivesse consigo mesmo por não ter tido êxito em sua tarefa de voltar, Shouyou não pôde pensar mais sobre isso pois logo o frio se tornou ainda mais intenso ali e uma fraca luz começou a iluminar o cômodo, se tornando mais intensa a cada instante enquanto o moreno aproximava-se com o castiçal com velas.

  -Como você achou esse lugar? -Tobio indagou ao parar em frente ao ruivo e este sentiu que o frio vinha do moreno, cada vez mais intenso.
  -Eu... Eu me perdi. -Disse um pouco nervoso e o rei estreitou o olhar para si, logo olhando ao redor, pelo cômodo, e tornando sua feição irritada.
  -Você não deveria estar aqui. Este lugar é proíbido para todos. -Falou sério ao se aproximar do ruivo e pegou em sua mão, a fim de levá-lo para fora dali, e sentiu um estranho atrito ao encostar no corpo quente, recolhendo sua mão de imediato. -O que foi isso?! -Tobio indagou ao afastar-se e olhou para sua mão, notando que estava levemente vermelha.
  -O que você fez na minha mão?! -Shouyou indagou ao ver que o local onde fora tocado estava intensamente vermelho. -Ei, ei, ei, ei! O que é isso?! O que você fez?! -Perguntou desesperado ao se afastar.
  -Eu?! O que você fez?! Olhe a minha mão! -Exclamou com certo desespero também e se aproximou do ruivo, este que apenas afastava-se, andando de costas.
  -Não se aproxime! -Hinata exclamou eufórico e suas pernas encostaram em algo macio, consequentemente o fazendo cair de costas por conta do contato repentino. -Eh?!
  -Ei! Tome cuidado! -Bravejou ao se aproximar mais e parou em frente ao ruivo, torcendo os lábios ao ver onde ele havia caído.
  -Hum? É uma cama? Esse lugar é um quarto? -Shouyou indagou ao sentar-se, esquecendo completamente do porquê caira, e olhou ao redor, conseguindo ver mais coisas ali por conta da luz das velas que Tobio trouxera consigo. -Mas por que tão escuro e frio? -Indagou-se um pouco baixo ao olhar para a cama outra vez e sentiu o frio ainda mais forte do que antes, notando que até a claridade ali diminuira. -T-Tobio? -O ruivo chamou, incerto, ao notar uma sombra no rosto do moreno.
  -Você não deveria entrar aqui. -Foi a única coisa que disse antes de virar as costas para o ruivo.
  -E-espera! Que lugar é esse? -Hinata indagou ao sair da cama e o rei parou em frente à porta, ainda sem virar-se para si.
  -O lugar onde eu nasci e minha mãe começou a morrer, há exatos vinte e três anos atrás. -Falou sério enquanto apertava o castiçal e Shouyou finalmente entendera o porquê de aquele cômodo ser tão frio e escuro.







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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaWhere stories live. Discover now