Um longo sono...

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.











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  Passara-se uma semana desde que Hinata caira adoecido e não apresentara nenhuma melhora, fazendo com que Kageyama chamasse o médico mais uma vez para que ele fizesse algo a fim de ajudar o ruivo, recebendo a angustiante notícia de que não havia nada mais que eles pudessem fazer, apenas esperar. Então outras três semanas passaram-se e a situação de Hinata não melhorava em nada.
  Tobio ia todos os dias ver como o ruivo estava e sentava-se durante horas na poltrona do quarto, observando Shouyou dormir e os empregados cuidarem de seu ferimento e trocarem os panos frios em sua testa. O rei, quando encontrava-se sozinho com Hinata, sentava-se na beirada da cama e conversava com o ruivo sobre o clima do lado de fora, narrando suas idas ao jardim e comentando sobre o frio cada vez mais presente do outono, também relatando sobre o êxito de seus homens ao capturarem alguns caçadores e contrabandistas de animais sagrados. Kageyama, enquanto narrava seus dias, observava atentamente a face adormecida de Hinata e às vezes afagava seus cabelos, sentindo-se bem pelo contato de sua mão nos fios macios -embora emaranhados-, e sorria sem perceber. Dessa maneira, com o rei envolvido em sua preocupação pelo ruivo adoecido e também em passar seu tempo livre e parte de suas noites de insônia narrando seus dias para Shouyou, mais duas semanas se passaram e nenhum sinal de melhora ou piora era visto, o que já deixava os empregados sem esperanças e até mesmo o médico, que ia quase todos os dias analisar o estado do ruivo, sempre relatando ao rei que nada havia mudado. Contudo, apesar de quase todos ali estarem perdendo suas esperanças quanto à melhora de Hinata, Kageyama mantinha-se firme na crença de que ele iria acordar a qualquer momento.
  E, quase como um milagre, quando Tobio entrara no quarto onde Shouyou repousava há um mês e duas semanas, vira o ruivo sentado na cama enquanto olhava atentamente para a janela, notando que a neve já começava a cair. O rei, então, aproximou-se com calma -totalmente o contrário da agitação que sentia por dentro- e teve os olhos intensos de Hinata sobre os seus, fitando-o com certa curiosidade e melancolia.

  -Como você está se sentindo? -Kageyama perguntou assim que parou em frente à cama e o ruivo tocou a faixa que cobria o machucado em seu braço.
  -Fraco e cansado... -Comentou com a voz baixa e suspirou. -Quanto tempo eu dormi? -Perguntou olhando para o cobertor sobre suas pernas e apertou a mão ali.
  -Mais de um mês. O inverno se inicia em uma semana a partir de amanhã. -Disse sério enquanto encarava-o e viu quando a mão alheia apertou com mais força o cobertor.
  -Eu perdi um mês... Tenho que achar minha família. Preciso me juntar a eles no sul... -Hinata murmurou baixinho e logo pôs os pés para fora da cama, jogando a coberta para trás e tensionando levantar-se, ato que foi rápido e bruscamente impedido por Kageyama.
  -O que pensa que está fazendo?! -O moreno bravejou ao empurrá-lo de volta para a cama, mas o ruivo lutou contra e tentou levantar-se outra vez.
  -Eu não tenho tempo a perder! O inverno começa em uma semana! -Bravejou na mesma intensidade e lhe encarou sério, fazendo o rei surpreender-se com o ato, pois não costumava ser contrariado -sequer lembrava quando fora a última vez que alguém fizera algo assim, literalmente, em sua face.
  -Você é estúpido, por acaso?! Não pode sair nesse estado! Está fraco demais e não vai sobreviver sequer um dia lá fora! -Rosnou ao empurrá-lo para a cama e forçar seu corpo ali.
  -Me solta, seu idiota! Não me importo que você seja o rei ou o que quer que seja, não vou te obedecer! -Gritou ao tentar lutar contra a força do moreno, mas Kageyama era muito mais forte.
  -Você quer morrer?! Porque é isso o que vai acontecer se você sair assim! Eu não quero te prender aqui, mas também não posso deixar que você morra! É tão difícil de entender, estúpido?! -Gritou ainda mais alto e apertou os ombros do ruivo, empurrando-o com ainda mais força sobre a cama, mas diminuindo a intensidade ao ver a face de Hinata contorcer-se em dor.
  -A minha família... Eu preciso encontrá-los... Preciso saber se estão bem... -Disse em um tom normal agora e encarou o moreno com o olhar preocupado e triste.
  -Você acordou após mais de um mês de febre incessante, seu corpo está enfraquecido e magro e seu braço ainda não está curado. Acha mesmo que vai conseguir aguentar o frio do inverno nessas condições? Você vai morrer antes de poder ver sua família se se arriscar do jeito que está. -Tobio falou no mesmo tom e soltou os ombros do ruivo, sentando-se na beirada da cama e olhando para a janela. -A neve já está caindo e lá fora o frio é intenso. Mesmo uma pessoa saudável teria dificuldades com esse clima. -Disse calmo, ainda olhando pela janela, e o ruivo comprimiu os lábios e cobriu os olhos com o braço esquerdo, pensando que Kageyama tinha razão e seria estupidez de sua parte sair na situação em que encontrava-se.

  Um silêncio extremamente penetrante pairou entre os dois e Tobio voltou sua atenção para Shouyou, vendo que o ruivo havia caído no sono outra vez e tinha um braço sobre os olhos. Kageyama, então, ajeitou as cobertas sobre Hinata e suspirou pesado ao olhar para a triste expressão que este tinha enquanto dormia, saindo do cômodo em questão de poucos instantes e ordenando que os empregados preparassem algo para o ruivo comer quando acordasse, seguindo para seu próprio aposento e dizendo que não gostaria de ser incomodado.















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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaWhere stories live. Discover now