Capítulo 29

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— A Emma lhe rejeitou? Por isso está com essa cara de bunda a viagem toda? — Luiz encerra o silêncio, levantando as suas sobrancelhas enquanto uma onda de ar seguia em direção ao seu rosto, levando os seus cabelos ao movimento

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— A Emma lhe rejeitou? Por isso está com essa cara de bunda a viagem toda? — Luiz encerra o silêncio, levantando as suas sobrancelhas enquanto uma onda de ar seguia em direção ao seu rosto, levando os seus cabelos ao movimento. 

— Não, e eu não fui rejeitado — respondo, ainda com os olhos voltados a tela do celular, atualizando o perfil da garota ruiva diversas vezes. Ela pode postar um stories a qualquer momento e eu quero muito saber se esta arrumando o cabelo ou algo do tipo para ir a minha festa.

Eu planejei os momentos como se fossem os únicos que terei a vida toda, dediquei horas de planejamento, para no fim tudo dar errado. O incrível, e o que mais me chateia, é que ainda tenho esperanças, mesmo sabendo que sua torcida no jogo mais cedo não se direcionava a mim.

Os pensamentos são cortados pela gargalhada do meu amigo ao lado a medida que nega a cabeça e coça sua pequena barba abaixo do queixo.

— Dylan gosta da irmãzinha desde os nove anos — comenta como se estivesse cantando uma música.

— Ver se não fode, Luiz — desligado o celular num ato cansativo.

— Emma beija bem ou...

— Eu não estou assim por ela — burfo, interrompendo-o.

— Ah, não! — ele fala como se estivesse se opondo e concordando ao mesmo tempo — Cara, basta olhar você encarando ela para saber o tamanho da vontade que tem de fudê-la — põe as duas mãos no volante para realizar uma curva.

Sempre imaginei que ficasse como um bobo na presencia de Emma, mas pensava que era invenção da minha cabeça. Fico sem argumentos para contrariar, então alinho a boca, pensativo.

— Eu até poderia lhe dar alguns conselhos — deu de ombros.

Como se fosse experiente em romances, o garoto alvo levantou os óculos de sol, e ò deixou em cima de seus cabelos bagunçados. A viagem parece eterna, mesmo a velocidade sendo grandiosa, me vejo parado no tempo, nos desvaneios, na angústia que rodeia o peito.

— Eu não estou querendo pegar três meninas ao mesmo tempo, se esse for o seu conselho... — suspiro, revirando os olhos para o outro lado.

Estamos a caminho da casa do garoto, cuja é bem afastada da cidade. Luiz tratou de não haver confusões com vizinhos, graças as experiências nada boas que teve com os eles.

— Sabe o que faço quando quero pegar uma menina outra vez? — me desconcentro das árvores ao lado e passo a dar atenção para ele, pois não há muito o que fazer. — Finjo mudança. Por um momento não sou babaca. Mas isso só funciona na segunda vez, se falhar, nunca mais pegará a mesma garota, a não ser que ela curta relacionamento aberto.

— Caralho... você é mesmo um filho da puta — nego a cabeça várias vezes.

— E você é um cuzão que não admite a atração que senti pela irmãzinha.

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