Capítulo 38

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O desconforto sentido mais cedo na cozinha permaneceu na mente por varias horas seguidas. Queria entender tudo. Queria entender principalmente a intenção dos dois.

Quando Liam foi embora e se despediu, depositando um pequeno beijo em minha testa, senti os olhos ferventes de Dylan sobre nós. Frequentemente quem fazia aquele papel era ele. Bem, quando éramos crianças, é claro.

Louise fala sobre o que acha do filho da diretora no fone do celular, até o aparelho apitar a notificação de bateria fraca. Então, estico o meu braço à procura do carregador na mesinha de cabeceira, porém, não obtenho sucesso, e recordo de deixá-lo no sótão.

— Lou, vou precisar desligar — respondo a garota ainda na linha telefônica.

Levanto muito desmotivada, uma vez que a posição estava incrivelmente confortável para dormir. Sigo para o sótão e entro nele sem aviso algum, pois era preciso apenas pegar o carregador de fininho e sair o mais rápido possível de lá.

A escuridão não toma conta de todo o espaço, devido ao refletir da luz na lua transparecer na vidraça. A noite estava linda lá fora. Seria um momento perfeito para posicionar o colchão em frente a janela e observar o céu estonteante brilhante lá fora. E foi isso que Dylan fez, o qual se encontra sentado com a cabeça encostada na parede, bastante pensativo enquanto ouvia alguma música nos fones.

Dou mais um passo e imediatamente um par de pupilas se encontram com as minhas. E  em gestos rápidos, Dylan se desfaz do que estava fazendo.

— Eu só vim pegar o meu carregador — alertei, seguindo na direção da cômoda que se encontra a bendita ferramenta procurada.

— Vocês estão saindo? — a fala sútil me pega de surpresa. A sua voz refletiu uma mistura de sentimentos que infelizmente eu não consigo discernir.

Puxo o ar a fundo nos pulmões, porque nesses momentos as células necessitam de muito oxigênio para fazer o corpo continuar em pé. De fato não sei bem o que há entre Liam em mim. Uns dizem que o rapaz gosta da Morgan, mas por outro lado, o mesmo não deixa passar uma oportunidade para me cantar. 

— Eu não preciso responder essa pergunta — me viro em sua direção quando noto que Dylan já estava em pé, há mais ou menos três passos de distância, o que possibilitava que a luz graciosa la de fora caisse sobre aquele abdômen desenhado por Deus. Oh céus! Certamente deveria ter esperado o sol nascer para vim aqui, pois essa situação é bem tentadora. Mordo os lábios à medida que ponho os cabelos para traz, um pouco sem jeito pelo modo que me encontro.

Estou em uma calça folgada e uma blusa larga que possui mais de décadas de uso, enquanto o rapaz veste apenas um short, deixando o seu tronco belíssimo exposto. Confesso que o meu indicador suplicou para ser deslizado na pele bronzeada a frente, e o meu coração bateu forte no momento que o espaço entre nós se encurtou.

— Você o beijou? — não faço a mínima ideia de que técnica esteja usando. So sei que isso é jogo sujo. Eu não consigo parar de encarar aqueles lábios porque algo dentro de mim deseja-los a todo custo. Lembro-me da última vez que nos encontramos, daquele toque delicioso e da sua saliva escorrendo na minha boca.

— Esse assunto não cabe a você — balanço a cabeça consecutivas vezes.

— O beijo foi como o nosso? — Dylan não dá a mínima para o que eu falo e prossegue com a sua aproximação, até eu começar a recuar passos e bater levemente na cômoda — Você gostou?

Agora sou eu quem não ligo para as suas falas. Não. Eu não beijei o Liam, e não fiquei com tanta vontade quando ele se aproximou de mim esperando algo. Não como estou agora. Jogada ao deleite. Suplicando pelos lábios rosados que estão há centímetros dos meus, se mechendo, querendo respostas para as perguntas e totalmente enciumados pela possibilidade de outra pessoa ter me beijado. As nossas respirações se cruzam e finalmente acabamos com aquele maldito espaço que estava entre as nossas bocas.

O seu gosto dessa vez não era nada salgado. Dylan devia estar com alguma bala de morango, pois esse sabor é bem reconhecível.

Com a pele fervendo, querendo tirar cada pedacinho desse homem, passo a mão pela sua nuca, evitando o caso de nos distanciarmos, e como resposta recebo mãos em minhas pernas, que me fazem sentar no móvel. E nessa situação, algumas coisas caem no chão, mas estamos atentados demais para se importar com isso.

Sinto o seu calor, e agora me dou a liberdade de desfrutar daqueles músculos bem trabalhados. Os seus dedos encostam em seu peitoral ao mesmo tempo que a sua cintura imprensa a minha parte íntima, sentindo algo, que misericórdia, está bem duro.

Até conseguir me controlar, e está de volta a razão. Aos poucos, mesmo contra a vontade, paro o nosso beijo.

— Por favor, Emma — diz, meio desanimado.

— Lembra do nosso trato? — questiono, afastando-o pelo ombro.

— É sério que você lembrou do nosso trato agora? — ele questiona.

— Dylan... — nego a cabeça.

— Está bem — sua fala não é muito convincente — Boa noite! — então o garoto age de um modo inesperado, me dando um pequeno beijo na testa, assim como fazia antigamente, em todas as nossas despidas — Eu que sempre faço isso em você.

Sem saber o que responder, dou um sorriso de lábios fechados e vou para o meu quarto com o carregador na mão. Não sei se recusei ficar lá foi realmente pelo trato ou pelo meu nervosismo de onde as coisas iriam parar quando começou a esquentar.

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Vocês comentaram muito, então eu tive q postar❤️🌸 até mais florzinhas!!

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