Capítulo 40

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Emma

— Nós temos que decidir qual roupa você irá vestir — Louise fala sobre o meu encontro com Liam, quando pega na bandeja e finalmente partimos em direção a mesa que sempre nos sentamos no intervalo.

— Você está mais empolgada que eu — declaro, gargalhando do fato da garota está tratando a situação como estivesse planejando um plano infalível.

— É claro! — diz com alegria — A minha melhor amiga finalmente está conseguindo o que sempre quis.

Bom... É nítido que exagera por não saber de toda a história. Eu deveria ter contado, mas certamente ela me acharia uma idiota, por correr atrás de uma pessoa que por muito tempo me ignorou.

— Está me ouvindo? — interroga, puxando a minha atenção de volta para ela à medida que nos confortarmos na mesa. — Você tem que ficar divina, para que em um piscar de olhos o Liam esqueça tudo o que viveu com a piranha da Morgan.

— Eu não estou intencionada a impressionar ele, Louise — nego a cabeça varias vezes ao mesmo tempo que começo a comer.

— Emma, é normal querer impressionar no primeiro encontro — a garota dá de ombros.

— Se nós termos algo, eu quero que seja por que ele goste de mim como sou, e não como deseja — afirmo, demonstrando confiança. Não vou fazer de tudo para agradar outra pessoa.

— Não tem como não gostar de você, Emma — ela pisca o olho.

Tem sim. E isso dói. Pois o amor não correspondido pode ser incrivelmente doloroso. É como ter seu coração partido sem nem mesmo estar em um relacionamento.

Refletindo durante toda a noite, percebi o quão cativante é o calor emanado do peito de Dylan e como é reconfortante estar entre seus braços. No entanto, diante de uma multidão de lembranças, entendo a importância de agir com discernimento para não repetir antigas ilusões.

Flashback
(14 anos)

Quando finalmente abri os olhos, fui recebida pelo brilho intenso da lâmpada no teto, como se fosse um farol a guiar-me de volta à consciência. Mesmo imerso na névoa da dor que permeava todo o meu ser, havia uma sensação de estar despertando para uma nova realidade.

— Ah, querida, não se levante tão rápido assim — minha mãe põe as mãos em meus ombros, impedindo que o tronco do meu corpo se direcione para frente. — Você ainda tem que se recuperar.

— A minha perna esta doendo — reclamo de dor.

— Mas logo irá melhorar — a mulher puxa um sorriso doce a medida que arruma a colcha de cama, tentando me tranquilizar.

Se ao menos eu tivesse seguido os sábios conselhos de minha mãe, se tivesse sido mais vigilante e olhado atentamente ao meu redor, talvez não tivesse atravessado naquele momento fatídico, e o destino cruel não teria permitido aquele carro colidir comigo.

— Eu fiquei assustada, filha — ela fala enquanto solta o enorme peso que carregava no peito. — Você é tão novinha para passar por tudo isso.

— Bem... Eu estou viva — sorrio.

— Sim, meu amor — ela beija em minha bochecha, preenchida de carinho, e logo após ganho um abraço bem confortável dela.

— Você acordou — ouço uma voz surpresa e de choro vindo da porta do cômodo. Porém, somente enxergo a pessoa quando a minha mãe se afasta. Dylan.

Não Somos Irmãos Onde as histórias ganham vida. Descobre agora