Coletânea de textos reflexivos.
Obra revoltada, insolente, perturbada e de sagacidade aguda. Cabe acrescentar, inclusive, que é heterogênea, pois nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas...
Não ouse me pedir perdão. Você não merece nem ao menos a consideração de um soco na cara. Esse seu rostinho de bom moço, que me ludibriou com dizeres de que me quer bem, vai ficar admirável depois que eu esfregá-lo no asfalto com o meu cuspe. Nojento? Não, senhor.
Nojento é você olhar para os próprios olhos no espelho todas as manhãs e continuar sendo exatamente quem você é.
Nojento é você se deitar à noite com outra e me dizer no dia seguinte que sentiu minha falta.
Nojento é você ter a audácia de pedir a benção de sua pobre mãe, aquela velha desafortunada, e ir nos confins de sabe-se-lá-aonde comprar drogas com o dinheiro da televisão dela.
A novela das oito e aqueles programas de auditório enfadonhos eram tudo o que ela tinha. Como você pôde?
Eu tenho asco de você. Não se atreva a pedir desculpas. Aliás, eu recomendo que você considere seriamente a hipótese de dar um tiro no céu da própria boca. Não se preocupe com o estrago: faço questão de limpar e arrumar o seu cadáver para o enterro.
Seu corpo será velado com o caixão fechado e, quanto ao meu caminho pela vida, será finalmente aberto.
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