Seis e pouco da manhã. Os raios do sol invadem meu quarto pelas frestas da janela, sem o meu consentimento. Ora, mas que atrevimento expulsar minha tão reconfortante escuridão. Permita-me a franqueza: eu brigo com o sol porque tenho zanga dele.
Acho uma afronta ele prover luz para o mundo e se negar a me dar um pouco também. Estou apagada e ele, displicente, sequer olha para mim.
O sol se ergue. Os pássaros cantam algo que destoa do meu sentimento: há vigor em sua canção e, dentro de mim, o sol já se pôs.
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Todas as Sereias são Perversas
PoesíaColetânea de textos reflexivos. Obra revoltada, insolente e perturbada. Apesar dos pesares, nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas profundezas ideias nas quais o leitor corre o risco d...