Minha terra tem tristezas
Onde chora o sabiá
Nos corações dos que assassinam,
Humanidade é o que não há
Nossas manhãs são obsoletas
Nossas tardes são de temores
Nossas noites são precavidas
Nossa morte nos bastidores
O ceifador com sua foice
Pânico espalha aqui e acolá
Ele quer levar riquezas
Mas na bolsa da moça não há
A morte dela inspira escritores
Do jeito mais amargo que há
Escrevo esta paródia sozinha à noite
Sem saber se esperança há
Minha terra tem tristezas
Onde choro com o sabiá
E o medo que meu sangue escorra
Guardo em segredo eu cá
Afogada estou em dores
Porque paz aqui não há
Quiçá em outra vida dentre essas palmeiras
Eu possa sorrir com o sabiá
Esse poema é uma paródia de "Canção do Exílio", do Gonçalves Dias. Se você não conhece, recomendo a leitura (:
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Todas as Sereias são Perversas
PoetryColetânea de textos reflexivos. Obra revoltada, insolente, perturbada e de sagacidade aguda. Cabe acrescentar, inclusive, que é heterogênea, pois nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas...