Coletânea de textos reflexivos.
Obra revoltada, insolente, perturbada e de sagacidade aguda. Cabe acrescentar, inclusive, que é heterogênea, pois nem tudo aqui é só acidez - também há espaço para resiliência. Escrita por alter egos, esconde em suas...
E se eu escondesse meu rosto e meu decote, você ainda se interessaria por mim? Não quero que você me chame de "linda" por causa dos meus olhos azuis falsos e míopes. Nem de "gostosa" por causa das minhas roupas curtas que você quer tirar.
Quero que você tenha tesão pela minha melhor parte: o cérebro. Mas como a cabeça de baixo não tem olhos, você sequer viu.
Quisera eu ter a oportunidade de falar da minha legítima beleza: minhas conquistas. Só que na cama só tem espaço para o seu desejo e a minha vexaminosa subserviência; não cabe conversa. Pedaços de carne não erguem troféus.
Queria que você admirasse minhas palavras. Você me vê oca, mas nem desconfia do teor das histórias e profundidade dos porquês que me preenchem. Vazio é você, que não tem decência, respeito ou empatia; eu, meu bem, eu transbordo. Poderia fazer suas pupilas dilatarem. Acontece que não é usando os olhos que você vai comer quando estiver faminto, não é?
Não vou usar burca para você me dar ouvidos. O problema não são as minhas roupas, é o seu cérebro do tamanho de um carrapato.
Eu sou aquele livro na sua estante que você comprou por causa da capa e nunca leu. Por que você não me lê?
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