As perguntas de uma criança

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O carro parou na frente da escola, a motorista descendo logo em seguida falando ao telefone.

- Aí, eu fui lá e passei meu celular para ela e ela colocou o número dela lá.

Apertou um botão na chave que fez o carro travar.

- Já cheguei na escola da Diana, só vou buscar ela e deixo ela com você.

Foi andando lentamente para a porta aonde vários pais saiam com seus filhos, que falavam animadamente.

- Você vai mudar quando?  - Ouviu por alguns segundos 

- Quarta? Ok então, dá bastante tempo para a gente se divertir.

Riu e continuou andando, entrou na escola e acenou com a cabeça para a diretora que cumprimentava os pais.

- Qual é a sala da Didi? - esperou - ok.

- Oi senhora, qual é a sala da criança que você veio buscar?

- Segundo ano C.

- Suba a escada e é a última sala do corredor. - Lizzie acenou um obrigada e seguiu as instruções.


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Scarlett ergueu a sobrancelha ao ver Avariz se afastar do refeitório falando ao telefone com um sorriso no rosto.

- Hey, psiu Scar. Por que você tá com essa cara de merda?

Desviou o olhar da moça que ria no telefone e olhou de volta para Brie, com quem estava almoçando.

- Nada não - Suspirou e viu a cara não convencida da amiga - Que saco Brie, nada aconteceu, aquieta o facho.

- Credo, não precisa ser grossa. Mas como eu estava falando antes, eu conheci uma moça muito, muito, muito linda.

- Sério? - Respondeu distraída, não se importando nem um pouco com a próxima paixão da outra loira. - Que legal.

- Sim, ela é super linda e é só 6 anos mais nova, então tá tranquilo.

- Sério? - Enrolou o macarrão no garfo enquanto encarava a moça do outro lado do refeitório.- Nossa, que legal, bom para você.

- É mesmo, aí eu dei o meu número para ela. Eu acho que você conhece ela, é a Elizabeth Olsen.

- O queeeee? - O nome da mulher a trouxe de volta para a realidade, a fazendo gritar uma resposta, chamando a atenção do refeitório inteiro 

- Você vai me contar isso direito, vem aqui.

Scarlett se levantou, agarrou o braço de Brie e saiu a arrastando para sua sala.


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- Tá bom Lizzie, tá bom. O que você que comer de janta? Eu quero lasanha, mas você que sabe.

 - Ainda bem que você falou, eu quero lasanha também. A Didi tá dormido aqui no banco de trás, acho que o dia foi bem cansativo para ela.

- Em falar nisso, eu recebi uma ligação da professora dela hoje mais cedo, parece que ela chegou atrasada na sala de aula porque ela roubou uma maça da árvore da escola e foi lava-la para não ficar doente.

- Meu Deus - Lizzie começou a rir, tão alto que eu tive que afastar o celular da orelha. 

- Se acalma, doida, vai acordar a minha filha. - Quase podia ver Lizzie revirando os olhos e disfarçando um sorriso - Hoje eu tenho que buscar a Rosie lá no hospital, aproveito e levo a Didi junto para as duas se conhecerem de uma vez.

- Você acha que elas vão se gostar? Ou vão brigar igual a quando a Diana conheceu a Letícia?  - Ah, Letícia a filha do pai da Diana, uma demônia.

- Não, claro que não, a Rosie é um amor e a Didi vai adorar ela. - Falei convicta.

- Se você tá dizendo.


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S/n se aproximou do carro e pegou a menina adormecida do banco de trás, encaixou a criança em seu quadril e se aproximou do assento do motorista.

- Oi Lizzie. - Sorriu para a moça, que deu-lhe um grande sorriso de volta.

- Oi Lola. - Puxou a mulher pela gola e beijou seus lábios com rapidez, forçando a entrada de sua língua na boca e sorriu ao ouvir um engasgo.

- Lizzie... Para... Eu tenho que... Merda - Se separaram lentamente, a mais nova sorrindo maliciosamente para S/n.

- Pode ir baby. - Lizzie falou, sabendo muito bem que a mulher mais velha mal poderia se por de pé se escutasse essa palavra.

- Lizzie, por favor, não faz isso comigo.  - Respondeu parecendo quase a beira de lágrimas.

- Desculpa baby. - S/n perdeu o resto da compostura por um momento antes de se virar e ir andando para longe do carro.

- Vai de danar - Gritou, agora irritada, perdendo a maneira que Lizzie começou a rir.


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- Mamãe, de quem é esse carro? - Diana perguntou, coçando os olhinhos e encarando o grande carro preto em sua frente.

- É da chefe da mamãe, lembra? Da Scarlett. Nós vamos buscar a filha dela no hospital. - Sorriu e apertou o botão da chave, que fez o carro destravar.

- A Rosie? Ela tá dodói? - Sua voz estava preocupada e S/n levou um momento para admirar a fofura de sua filha.

- Ela tava dodói sim, mas já melhorou e por isso vamos tira-la do hospital.

A mulher abriu a porta traseira do carro e colocou Diana no assento, dando graças a Deus que Scarlett havia se lembrado de trazer dois assentos de criança. Prendeu o cinto da filha e se certificou que estava tudo em ordem.

Fechou a porta, estremecendo quando usou força demais, abriu a porta do motorista e entrou dentro do carro. Depois de conferir seu cinto e se a porta estava travada, se virou para trás e deu um sorriso para Diana.

- Mamãe, eu tenho uma pergunta - Didi falou, vários minutos depois do carro te começado a andar.

- Fala princesa, o que foi? - Olhou pelo espelho retrovisor antes de continuar dirigindo.

- Por que você tava gritando ontem? 

Assim que as palavras saíram da boca da criança, S/n engasgou e pisou bruscamente no freio, parando no meio da pista de uma avenida que, por sorte não tinha nenhum carro passando. Se virou para olhar Diana, que encarava com curiosidade.

- Como assim gritando? - Se arrependeu no momento que raciocinou o que falou.

- Gritando, você tava falando como se tivesse corrido muito, sabe? Como se estivesse sem fôlego. E você ficava gritando assim: " Vai mais rápido ", "Por favor mamãe" eu não entendi por que você falou mamãe, o que aconteceu?

Enquanto escutava a fala da filha, sentiu seu rosto ficar vermelho de vergonha.


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Roi, leitores né? *piscadinha*

1039 palavras

Mommy give me the pacifier?Where stories live. Discover now