A corrida por uma medula óssea (e o passado que insiste em voltar)

640 51 265
                                    


Quando S/n acordou o sol já estava alto no céu, e nem Scarlett ou Lizzie estavam com ela, resmungando tirou a coberta de cima de seu corpo e olhou por alguns segundos para a enorme quantidade de chupões, roxos e marcas de mão em seu corpo. Abriu a boca surpresa e logo depois balançou a cabeça, coçando os olhos e decidindo se levantaria ou se ficaria na cama.

Mas a fome bateu e S/n resolveu levantar, sentindo uma leve dor ao se virar para sair da cama, ignorou o desconforto e no segundo que estava em pé, caiu no chão com um grito.

- LOLA? - Lizzie gritou de longe.

- BABE? - Scarlett gritou ao mesmo tempo.

Logo as duas mulheres estavam no quarto, Lizzie foi a primeira a cair na risada ao ver S/n caída no chão, Scarlett logo a seguindo as gargalhadas.

- Ai Lola. - Riu, se aproximando de S/n. - Você não consegue andar?

S/n fez beicinho e estendeu os braços para Scarlett, que sorriu e puxou a morena para o colo, dando um selinho em seus lábios e a colocando de volta na cama.

- A gente realmente acabou com você ontem, né baby - Scarlett riu, se movendo para sentar na cama e fazer carinho em seu cabelo.

- Foi. - Assentiu com a cabeça. - Mas se alguém quiser me chupar, eu não vou reclamar.

Lizzie ergue a sobrancelha e se sentou na ponta da cama, um sorriso malicioso em seu rosto antes de se inclinar e dar uma longa lambida por toda a boceta em sua frente.


0-0-0


S/n só saiu da cama as cinco horas da tarde, depois de tomar um comprimido para dor e colocar uma bolsa de água quente em sua boceta por horas. Já a Morgan dormiu a tarde toda, não acordando nenhuma só vez.

As cinco e meia da tarde, Lizzie, Scarlett, S/n e Morgan se separaram e foram para dois carros diferentes, S/n junto com Morgan para resolver que creche a criança ia entrar e as outras duas mulheres foram buscar as crianças na escola.

Hoje seria o último dia de Diana na escola, a quimioterapia estava cobrando demais dela e estava no estágio mais grave, iria ser transferida para um hospital, para ficar sendo observada vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

Até agora, não havia sido encontrado ninguém com vontade e compatibilidade para doar uma parte da medula óssea para Diana, outra coisa que Lizzie usou contra o pai da criança no tribunal, já que Robbie era compatível, mas não quis ajudar.



0-0-0



Usando o novo documento que comprovava que Morgan estava sob a guarda de S/n, e seu sobrenome tendo sido adicionado a certidão de nascimento da criança, a creche que S/n escolheu era uma para crianças especiais, escolhida a dedo por causa do TDAH e da dislexia que Morgan já tinha sido diagnosticada alguns meses atrás.

Quando S/n saia da escola resolveu passar pela sorveteria, balançando Morgan e fazendo a criança rir, porém, quando entrou na loja deu de cara com duas pessoas que ela não queria ver nunca mais.

Seus pais

Se bem que aqueles dois monstros não poderiam ser chamados de pais, os anos de abuso, tanto físicos quanto emocionais lutavam contra esse termo que seus genitores são chamados.

Ela ainda se lembra da noite de seu aniversário de dezoito anos, quando estava prestes a sair da casa que foi cenário de todas as suas surras, seu pai apareceu e a puxou para dentro pelos cabelos.

A surra que se seguiu foi a maior de todas na história de todas as suas surras recebidas, o estrago foi tanto que quando Lizzie a viu no dia seguinte depois de não aparecer na casa dela para as duas fugirem para longe, a loira a levou para o hospital.

Seus pais podem ter perdido dez anos de suas vidas apodrecendo na cadeia, mas S/n perdeu a única coisa que achava que nunca poderia ser tirada dela. A esperança. 

E também seu útero, que depois de receber tantas facadas, chutes e socos, ficou totalmente desformado e teve que ser retirado. E se tinha uma coisa que S/n queria era ser mãe, e esse desejo foi arrancado de seu corpo sem permissão.

E agora, olhando para os rostos dos monstros que estragaram a sua vida, que fizeram a depressão se instalar com força em suas veias, S/n só queria gritar e sair correndo.


0-0-0


Lizzie e Scarlett estavam no carro a caminho da escola das crianças quando S/n ligou para o celular da Lizzie, que por costume colocou a ligação no alto falante.

- Oi Lola, tudo bem aí? - Tudo que foi ouvido foi uma respiração profunda e errante, antes de sons de fungadas encher o carro.

- A Mog-g-g-ie está com um fone ouvindo música no banco de trás. - S/n suspirou. - E vi meus pais, Lizzie.

Lizzie freou bruscamente, com o rosto vermelho de raiva e Scarlett olhou sem entender.

- Eles foram soltos. - Lizzie falou, ódio tomando conta de sua voz. - Aqueles filhos da puta foram soltos!

- Eu acho que vou pedir para Florence achar alguém para dar um jeito neles. - S/n sussurrou do outro lado da linha. 

- Eu acho uma ótima ideia. - Lizzie respondeu, um pequeno sorriso no rosto, e mordeu o lábio ao ver o rosto confuso de Scarlett. - Lembra de contar para a Scarlett, ela tá aqui do meu lado e ouviu tudo.

- Eu posso contar pelo telefone mesmo? - A voz de S/n estava apreensiva. 

- Pode. - Lizzie respondeu. - Vou aumentar um pouco mais o volume e você conta, Lola, estou orgulhosa de você.

Respirando fundo, S/n contou tudo.


0-0-0


Depois de tanto tempo longe, S/n se sentiu aliviada ao destrancar a casa de Scarlett e entrar, acendendo todas as luzes e levando Morgan para todos os cômodos e apresentando todos os cantinhos da casa, inclusive seu novo quarto.

Depois de deixar Morgan brincando com sua arminha, S/n desceu para o andar de baixo e conferiu a caixa de correio, erguendo as sobrancelhas ao ver um envelope branco com uma letra bem conhecida.

Ora, ora, ora, parece que chegou a hora daquele detetivezinho de meia tigela, finalmente morrer.



----------------------------------------------------------------------

Hola, resolvemos a parada com os pais da S/n, o próximo é o detetive, a avó da Rose e depois o pai da Diana.

Não quero ninguém reclamando que não teve a parte2 do hot senão a Diana morre

Buenos dias

Palavras: 1049

Mommy give me the pacifier?Onde histórias criam vida. Descubra agora