|Concluída| Continuação de Azul e Dourado, mas pode ser lida de forma independente.
Anos antes do príncipe azul cruzar a fronteira, antes da guerra, no império a oeste, um imperador desolado em seu trono sangrento, e um jovem tentando escapar do pas...
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Yixing atacou o boneco de treino com a espada para descontar o sentimento amargo no coração. Aos 16 anos, já dominou a arte da espada e não tinha mais aulas, apenas treinava por diversão ou como válvula de escape. Sendo o príncipe mais novo, e um adolescente, ficar de fora de assuntos importantes não era nenhuma novidade para si.
O imperador Zhang, pai de Yixing, havia partido para o norte, para fazer não se sabe o que, e não importou o quanto insistiu, não deixaram Yixing saber. Àquela noite era o Baile das Flores de Primavera, celebrado pelos Zhang na semana após a última neve derreter.
Contudo, Yixing era a criança da família, o bebezinho de suas irmãs mais velhas; até mesmo a que era casada não tinha filhos para mimar. Sempre era muito jovem, muito ingênuo, e precisava crescer mais. O mais irônico é que era o mais alto da família. Já tinha dezesseis, não queria ser ignorante, os elogios das irmãs e os treinos de luta não bastavam, queria ser útil de verdade.
Yixing não almejava o trono, contudo, não queria ser um peso para a família real.
Ele bateu com a espada no boneco de madeira e palha, bateu, girou e fincou a lâmina bem no pescoço, com força o suficiente para prendê-la. Irritou-se. Xingou e chutou o boneco, quase gritando de raiva. Aquilo não estava ajudando em nada, queria saber o que estava acontecendo!
Largou tudo no pátio de treino e voltou para o interior do palácio. Movia-se como um furacão, as vestes ondulando atrás de si a cada passada rápida. Seu alvo era o quarto da segunda irmã mais velha.
Ao entrar, deparou-se com a desagradável cena da irmã beijando o marido. Fez careta e não se importou se estava interrompendo algo ou não.
— Yaaaaaan, por que o pai não vai estar no baile? — gritou.
— Xing, o que conversamos sobre entrar sem bater? — Zhang Yanqi estava com as bochechas rosadas, enquanto o marido dela, Qingshan, exibia um sorrisinho.
— Eu entrava sem bater antes e a irmã não reclamava, agora que casou, vai colocar muros entre nós? — respondeu Yixing.
— Xing, preciso de privacidade, por favor.
Yixing se fez de surdo.
— Então me diga o que o pai foi fazer no norte!
— Não é nada tão importante. Talvez até volta a tempo para as festividades. Aquiete-se Xing. Não aja infantil.
— Se não é tão importante, por que não posso saber? E mais! Se não quer que eu aja como criança, não me trate como uma!
A irmã bufou alto e olhou em direção ao marido em busca de ajuda, mas Qingshan apenas levantou as mãos como se dissesse "me deixe fora deste assunto". Na verdade, pelo rosto dele, parecia estar se divertindo.
