PARTE III - 30. MUDADO

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AVISO PODE CONTER GATILHO.

Boa leitura!

A dor no peito era incessante e pesada, tornava cada passo complicado

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A dor no peito era incessante e pesada, tornava cada passo complicado. Sair do palácio no meio da noite não era difícil, não era um prisioneiro, mesmo sendo visto, não haviam motivos para pará-lo. Decidiu usar a saída traseira, que ficava depois do jardim, em vez de atravessar as escadarias vermelhas de pedra da entrada principal.

Não havia um plano detalhado, queria apenas fugir, ir para longe, talvez sair do país. A roupa do corpo era tudo que tinha, mas não importava. Seu coração se recusava a concordar com seus atos.

Não esperava que bastaria colocar os pés para fora dos muros do palácio do imperador para estar nas mãos daquele que mais temia e desprezava.

— Lorde Dian o aguarda — disse um dos homens que o interceptaram. Vestiam preto da cabeça aos pés, com apenas os olhos à mostra. O mesmo traje que vestiam aqueles que invadiram a fazenda, que mataram Bokang e sua família.

Junmyeon não reagiu. De qualquer modo, ao menos Yixing estaria seguro de agora em diante.











Chegaram a Tianxue por volta de dois ou três dias depois, perto do pôr do sol. Tianxue é uma cidade a nordeste da capital, famosa há séculos pelos assuntos ilegais, muitos acreditam ser uma terra sem lei. Claro, Junmyeon não sabe de nada disso e apenas saiu do transporte para uma mansão branca, tão grande quanto um palácio, que nunca tinha visto antes. Em frente estavam árvores frondosas e vasos de planta bem cuidados. Havia chovido durante a manhã e o cheiro ainda permanecia. Seria até acolhedor se pertencesse a outra pessoa.

Ao entrar, o salão de entrada espaçoso tinha diversos quadros de pessoas, alguns dos homens se pareciam com Aruat e uma das mulheres tinha os exatos mesmos olhos. A frieza calculista escondida sob a capa das boas maneiras.

Não houve compostura, ele entrou na sala quase correndo e veio direto para Junmyeon, que apenas o encarou. Ao lado dele, estava um homem careca de pele marcada pelo sol e vestido em um trapo que parecia um saco de batatas. O corpo imóvel de Junmyeon continha tanto nojo que sua mente gritava enquanto este homem dizia coisas sem parar. As mesmas coisas de antes: como era bonito, como continuava ficando mais bonito, como suas roupas não lhe eram dignas, se vangloriava de novo e de novo por tê-lo só para si, feliz, como se Junmyeon também estivesse. Como se aquilo fosse obra do destino, como se Junmyeon fosse uma herança de seu direito.

Branco e Vermelho ✤ SulayOnde histórias criam vida. Descubra agora