PARTE III - 27. CULPADO

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Boa leitura!

A festa de aniversário de Sehun foi um evento que durou um dia, as pessoas iam e vinham à vontade

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A festa de aniversário de Sehun foi um evento que durou um dia, as pessoas iam e vinham à vontade. Junmyeon não participou, não era seguro, doeu em seu coração se despedir do tão belo e arrumado bebê que cuidava e não vê-lo durante todo o dia. E Yixing estava mais majestoso que o normal, o vermelho caia tão bem contra a pele dele e intensificava os traços de seu sorriso.

À noite, depois de Sehun dormir, Yixing veio a Junmyeon ainda vestido com seu traje vermelho de festa e, sem música além do embalo de seus corações, eles dançaram. Junmyeon foi desajeitado a princípio, mas aprendeu rápido. Sorrisos preencheram a noite e foram dormir aquecidos.

A monotonia no pós morte do lorde mais a festa do pequeno príncipe o acalmaram. Tudo continuava igual. Suspirou de alivio.

Yixing se preocupava mais consigo, já que não quis contar a causa da crise naquele dia. Temia que ele descobrisse, temia ser odiado, que tudo se quebrasse de uma hora para outra. Seja por causa de Aruat, seja por causa de outrem.

Às vezes, se encontrava com Lanai na hora do almoço, nem sempre ela aparecia por causa do volume de trabalho que a atrasava, ou em acasos. Ela o chamou algumas vezes para se divertir com outros, para conversar ou outras coisas, Junmyeon sorria e recusava.

Uma tarde, Junmyeon estava indo buscar Sehun com Yueyue, com o vermelho dos lábios acentuado pelos beijos recentes, quando viu uma porção de mulheres em um cômodo com a porta entreaberta. Estavam sentadas e cada uma remendava um tecido, todos de cores pálidas. Entre elas, Lanai. Tomou coragem e entrou. Se tornou o centro do olhar de todas, mas só Lanai sorriu e acenou.

Os boatos corriam, principalmente depois da punição dos guardas, ninguém ousava olhá-lo duas vezes pelo medo de atrair a cólera do imperador. Não precisavam ter certeza de que era verdade para ter medo, Junmyeon era evitado e sentia alivio por isso. E com os boatos recentes do assassinato do lorde, o terror estava fresco no coração das pessoas. Se mesmo um lorde, um líder de cidade, poderia ser descartado, o que seria feito de pessoas comuns, trabalhadores braçais? Junmyeon é uma beleza, sim, porém não valia morrer.

— Que está fazendo? — Junmyeon perguntou a amiga, sequer percebia os olhares indiscretos. Perguntava pois sabia que os tecidos não eram valiosos, então não entendia por que remendá-los.

— Boa tarde, Junmyeon, estou ótima e você? — Ela sorriu. — São dos quartos dos trabalhadores. Estamos fazendo manutenção do que dá e o resto tem que falar com a supervisora, para ela ver a compra.

— Mas você não é da lavanderia?

— Sim, mas estavam precisando de mais gente e me ofereci para ajudar. Sentiu minha falta no almoço, foi? — Ela ficou corada e quase se espetou com a agulha.

Conversaram frivolidades por um tempo. Junmyeon tinha o coração leve ao lado dela, pois era sempre tão enérgica e sorridente que era difícil não levantar o astral. Ela terminou de remendar dois furinhos e a coberta estava nova em folha. Junmyeon parabenizou e se despediu, não queria negligenciar seus deveres, mesmo Yueyue não se importando.

Lanai levantou-se e se ofereceu para andar com ele, para continuarem a conversa. Ele se preocupou se não atrapalharia o serviço, e ela disse que estava ali só para complementar e já tinha remendado bastante.

— Então, pretende ir as festividades?

Ah, então ela queria convidá-lo. Junmyeon se perguntava se ela tinha falsas esperanças sobre a relação deles e se deveria ser direto ou esperar que ela se pronunciasse diretamente.

— Não irei.

— Ah... — Ela murchou visivelmente.

— Não é perigoso ir a um festival de rua depois do que aconteceu?

— Não descobriram nada novo sobre o crime, nem uma pista dos culpados, e todos acham que foi premeditado, então as pessoas comuns não correm riscos. Mas, por que não vai?

Junmyeon deu de ombros.

— Vai ser divertido! Tem música e barraquinhas de comida e fogos! Não há nada mais bonito que os fogos contra o céu da noite! E... — Lanai olhou para ele de relance. — Pode ir com o imperador! — Ela encostou o ombro no dele com um sorriso brincalhão.

Junmyeon piscou e desviou o olhar. Até Lanai? Deveriam ser mais discretos! Desconversa, o que de nada adianta, ela continua tagarelando até chegarem ao quarto de Yueyue, onde se separam.

Ao voltar para o cômodo ao lado do trono, respirou aliviado. A corte estava no fim e, poucos minutos depois, Yixing veio ter com ele.

— Perdão, hoje nos demoramos — disse Yixing. Deu um selinho nos lábios de Junmyeon e fez carinho na cabeça do filho. Junmyeon nada respondeu, nem tinha percebido, só achou estranho que a corte se reunisse a tarde e não pela manhã. — Vamos?

Reuniram os brinquedos de Sehun em um saco de pano e saíram. Não haviam dado dois passos para longe da porta quando o honorífico do imperador foi chamado. Junmyeon gelou e involuntariamente se colocou atrás de Yixing, quase colado nele.

— Lorde Dian. — Yixing, que nada sabia, cumprimentou. Junmyeon desejou que nenhum dos dois olhassem para si, que não o percebessem. Infelizmente, não era de sua natureza ser invisível.

— E quem é este belo acompanhante? — A falsidade. Cada sílaba que ele dizia amarrava pedras aos pés de Junmyeon, tornando-o pesado demais para correr. Só podia ficar parado, com Yixing como linha de defesa, amaldiçoando a si mesmo mentalmente.

Yixing viu Junmyeon. Voltou-se para o lorde e disse:

— Que deseja, lorde Dian?

— É sobre os bens do meu falecido apoiador... — Junmyeon não olhava para ele, contudo, reconhecia as mecânicas de suas expressões pelo tom de voz, era o mesmo com a dona, que ele desprezava. Assim, ele também despreza Yixing.

— Serão passados ao filho mais velho. Como manda a lei.

— Mas, Soberano, o filho mais velho de lorde Ba era um libertino, eles não mantinham bom relacionamento, ele não será capaz de continuar os desejos de lorde Ba, não tem capacidade.

— Prove então, que o filho de lorde Ba não tem capacidade para herdar os bens e a cidade, então abrirei uma investigação, e, se tudo correr a seu favor, será nomeado um novo líder de cidade.

— Claro, mas o Soberano não se preocupa que hajam disputas? Lorde Ba tinha amigos poderosos, como sabe, a insatisfação tem se alastrado como uma praga na corte e o lorde não demonstrou nenhum interesse em investigar a morte em profundidade. Assim, os que o culpam se tornam mais numerosos e conspiradores podem surgir.

— É uma ameaça? — Yixing deu um passo a frente, era meio palmo mais alto que Aruat. Junmyeon concentrou suas forças em não deixar Sehun cair, se não fosse por ele, a fraqueza já o teria tomado. Estar perto dele, Yixing perto dele, que pesadelo.

— Não! Longe de mim! — Dian Aruat recuou.

— Então poupe-me de seus conselhos.

Yixing saiu pelo corredor e Junmyeon o seguiu. Sem olhar para trás. Contudo, as palavras de Dian reverberavam em seu coração. Yixing já estava com problemas.

Era o culpado.











N/a:  Agora que vai pegar fogo!

Branco e Vermelho ✤ SulayOnde histórias criam vida. Descubra agora