4. A Lady

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129 d.C. - Porto Real

— Lady Aenys? — Desviei o olhar do meu livro quando escutei Maya me chamar. A mulher estava parada no batente da porta enquanto me observava. Murmurei um "sim", a incentivando a falar.— O Rei solicita sua presença no jardim.

— Estou indo. Me ajude com meu vestido. — Falei e fechei o livro em um baque, o colocando sobre o divã. Procurei um vestido simples e Maya me auxiliou a vestir o mesmo. — Sabe qual o motivo de Sua Graça querer me ver?

— Desde quando o rei precisa de motivos para vê-la? — Maya riu e terminou de ajeitar as mangas do meu vestido. Sorri concordando com a mulher. Não era uma visão rara me ver conversando com o Rei Viserys, afinal ele se tornou uma pessoa muito querida por mim. Ele cuidou de mim e do meu irmão por todo esse tempo que estamos em Porto Real. — Mas parece que desta vez é algo importante.

Assenti e saí dos meus aposentos. Andei em passos rápidos até chegar ao jardim, encontrando o rei olhando algumas flores. Me aproximei dele e toquei em seu braço. Viserys sorriu quando me viu, e eu retribuí o sorriso.

— Sua Graça. — Fiz uma reverência.

— Minha querida, Aenys. Como você está? — O rei examinou meu braço que estava enfaixado. Um tempo atrás, eu decidi que queria treinar com espadas como os meninos treinavam. Viserys não se opôs a ideia, mesmo não gostando muito da mesma, então príncipe Daemon se voluntariou para me auxiliar em meu treinamento. Porém, em um desses treinos, eu acabei me cortando com a espada. Nada muito grave, mas o Rei ficou bastante preocupado comigo. — Sabe que eu te considero como uma filha para mim, não sabe?

— Como posso esquecer, se Sua Graça fica me lembrando toda hora? — Falei em tom de brincadeira e tirei uma risada do mais velho. Era bom ver o rei rindo e feliz. Sinto que a corte o sobrecarrega demais e drena sua energia, então qualquer chance que eu tenho de fazê-lo companhia e aliviar seu fardo, eu faço.

— Aenys, dessa vez eu não te chamei aqui apenas para passar tempo. — Viserys falou e eu franzi o cenho. Não faço ideia do porquê ele ter me chamado, então começo a ficar nervosa. E se eu fiz algo errado e não lembro? O rei percebe meu nervosismo e segura minhas mãos para me acalmar. — Não é nada grave, criança. Rhaenyra quer passar um tempo em Pedra do Dragão e achou uma boa ideia te levar.

— Pedra do Dragão? — Penso. Talvez realmente seja uma boa ideia, assim eu não pararia com meus treinos com o príncipe Daemon e poderia conhecer a ilha em que meus avós e minha bisavô passaram uma boa parte de suas vidas. Concordo com o Rei e ele dá um sorriso. — Tudo bem. Vai ser um tempo legal.

— Eu conversei com seu irmão. — Viserys I começa a andar pelo jardim e eu acompanho seus passos lentos. Pergunto sobre o que conversaram. — Sobre ir para Pedra do Dragão. Aerys disse que gosta da vida em Porto Real, mas eu expliquei que vocês não iriam ficar lá por muito tempo. Porém, você conhece seu irmão, não é?

— Perfeitamente, Sua Graça. — Dei uma risada fraca e toquei suavemente em uma flor que estava no arbusto. Aerys se adaptou rapidamente à vida em Porto Real, e isso é ótimo, mas talvez ele esteja apegado demais. Andando para cima e para baixo ao lado do príncipe Aegon, eles se tornaram bons amigos. O que é algo bom, afinal; Aerys consegue colocar algo que preste na cabeça do príncipe. — Acho que meu irmão não quer deixar Porto Real por causa do príncipe Aegon.

— Oh? Seria isso, então? — O rei parou e me encarou com uma expressão de dúvida antes de concordar lentamente. — Tudo bem. É bom para o meu filho, ficar em companhia de pessoas boas e certas.

— Certamente. — Respondi e pisquei os olhos rapidamente, juntando as mãos em um aperto, lembrei sobre um assunto importante. Respirei fundo e perguntei. — Sobre o meu ovo de...

You Have My Soul - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora