16. Aquilo que não tem saída

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Me espreguiço na cama, sentindo todos os músculos e articulações do meu corpo doerem. Sento na cama e abro os olhos, me arrependendo na mesma hora que sinto minha cabeça latejar pela forte luz que entrava pela janela e pela ressaca que estava sentindo. Esfrego os olhos com a mão direita e tiro os lençóis de cima do meu corpo.

— Hm... — Minhas ações congelam assim que escuto um grunhido do meu lado. Viro minha cabeça lentamente para ver qual era a origem do som e uma dor fina atinge meu peito quando eu encontro um Aemond dormindo pacificamente, com os fios totalmente soltos esparramados pelo travesseiro. O lençol estava o cobrindo apenas até a cintura, o que permitia que eu tivesse uma visão do seu peitoral sem vestes, totalmente nu.

Não tive tempo ou noção para apreciar a vista que eu estava tendo, pois o nervosismo se apossou de meu corpo, o tomando por completo. Minhas mãos começaram a tremer inconscientemente e eu senti minha respiração ficar desregulada. O príncipe Aemond estava deitado na minha cama e ele estava sem blusa; senão pior. A ideia do mais velho sem nenhuma peça de roupa piorou minha situação, lágrimas se formando nos meus olhos. Uma mulher que iria se casar em breve não deveria ficar à sós com um homem, e eu havia acabado de dividir a cama com Aemond. Tentei de várias maneiras lembrar o que havia acontecido, mas as únicas memórias que surgiam em minha mente era apenas flashs de nós quatro em um bar da cidade.

— Meu p-príncipe... — Falei com a voz embargada e levei minhas mãos trêmulas até seu ombro, o balançando. Aemond resmungou alguma coisa, mas não acordou. A cada segundo que passava, o meu nervosismo aumentava e eu comecei a balançar o príncipe com mais força, lágrimas desceram pelas minhas bochechas. Não suportei a ideia de ter perdido minha pureza assim e acabado com a minha reputação.

Aemond esfregou o olho e o abriu, sentando na cama rapidamente quando viu a bagunça em que eu me encontrava. O príncipe franziu a sobrancelha e segurou minhas mãos que chacoalhavam incontroladamente. Me lançando um olhar preocupado, o príncipe me perguntou o que estava acontecendo; mas eu não consegui responder, soluços atravessando minha garganta.

— Minha lady, como eu vou poder te ajudar se você não me contar qual é o problema? — Aemond falou e soltou uma das minhas mãos para colocar uma mecha de seu próprio cabelo para trás da orelha. Seus fios prateados caíam em cascata pelo seu rosto, e a luz do sol que entrava através da janela refletindo em sua pele descoberta o faziam parecer indescritivelmente belo; a imagem perfeita de um deus. Eu poderia observá-lo por um tempo incontável, mas a situação não permitia. Desci meus olhos pelo seu tronco agora descoberto pelo lençol, que caiu para seu quadril quando o príncipe sentou; tive um vislumbre do cos de sua calça e um pequeno alívio atingiu meu corpo, se dissipando tão rápido quanto veio, quando a ideia de que Aemond poderia ter vestido a calça depois do ato.

— Por que... V-você está no meu q-quarto? — Perguntei e o príncipe franziu o cenho, confuso. Aemond olhou ao redor antes de me responder.

— Este é o meu quarto, Aenys. — Arregalei os olhos e olhei para o espaço, notando que realmente aquele não era os meus aposentos, e sim os do príncipe Aemond. Isto só piorava o que já estava péssimo.

— Meu príncipe, então nós... — Gesticulei tentando encontrar uma forma de falar, mas a vergonha misturada com o nervosismo me atingiu e travou as palavras na minha garganta.

— "Nós" o que? Tudo bem, Aenys. Fique calma, certo? — Aemond tentou me tranquilizar, porém não teve sucesso. As lágrimas continuavam descendo pelas minhas bochechas e os soluços deixavam meus lábios. O príncipe me puxou para um abraço e passou a mão pelo meu cabelo. — Minha lady...

— Aemond... — Respirei fundo e me afastei. Mordi o lábio em uma tentativa de me controlar. — Nós... você sabe. Fizemos alguma... c-coisa?

Aemond me encarou com as sobrancelhas franzidas e com uma expressão confusa. Gesticulei, apontando para mim e depois para ele e o príncipe pareceu finalmente entender, dando uma risada nasal logo em seguida. O encarei irritada por ele ter a coragem de rir em uma situação dessas e abri a boca para protestar, mas o mais velho cortou minha frase. — Aenys, está tudo bem. Não aconteceu nada.

You Have My Soul - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora