17. Uma ajuda necessária

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- Como assim, minha lady? - Aemond me questionou com uma expressão confusa. Eu não tinha tempo para perder; se eu quisesse fazer o que estava pensando, então teria que ser rápido.

- Eu vou te explicar, meu príncipe. Venha. - Agarrei em sua mão e o puxei em direção aos meu aposentos. Caminhávamos rápido entre os corredores, eu não poderia deixar que alguém nos visse ou atrapalhasse. Aemond não fez nenhuma pergunta durante todo o trajeto, se deixando ser arrastado até meu quarto.

Andamos mais alguns passos e paramos em frente à porta do meu quarto. Abri a mesma e conferi se não havia ninguém nos observando, logo depois puxando o príncipe Aemond para dentro do cômodo quando vi que não estávamos sendo observados. Fechei a porta atrás de Aemond e passei pelo mesmo, caminhando até a minha cama e sentando no colchão.

- Então? - Aemond perguntou e caminhou até uma poltrona que ficava perto da minha cama, se sentando enquanto me lançava um olhar questionador. Respirei fundo e me preparei para falar.

Eu havia feito tudo no automático e não raciocinei muito bem. O que eu estava planejando, afinal? O pensamento fugiu da minha mente e tudo ficou em branco, a única coisa que estava claro era que eu não desejava esse casamento e que com certeza havia outras formas de conseguir vencer essa guerra contra Volantis. Tínhamos dragões ao nosso dispor, e se os príncipes concordarem em nos ajudar, que chance Volantis teria contra nós? Olhei para Aemond e percebi que ele me encarava, esperando pacientemente pela minha resposta.

- Meu príncipe, eu não quero me casar. - Aemond franziu o cenho e inclinou a cabeça para o lado, logo depois soltando uma risada nasal.

- Eu acho que isso ficou bem claro, pelo o que eu reparei, minha dama. - Revirei os olhos pelo tom zombeteiro do príncipe e suspirei, passando a mão pelo rosto. Eu não tinha tempo para ficar com brincadeiras.

- É sério, Aemond. - O mais velho levantou a sobrancelha ao me ouvir ser tão informal, e abriu a boca para protestar, mas acabou deixando para lá. Continuei falando. - Eu realmente não quero me casar.

- Certo, Aenys. E como eu poderia te ajudar? - Aemond perguntou enquanto continuava a me encarar. Havia um brilho diferente em seu olhar, algo como diversão e... alívio, talvez.

- É do conhecimento do meu príncipe, que minha família só concordou com esta união por causa do exército de Pentos, certo? - Levantei e caminhei em sua direção, sentindo o olhar do mais velho passar por todo o meu corpo. O príncipe Aemond murmurou um "de fato" e assentiu com a cabeça, apoiando uma mão no braço da poltrona. Mordi o lábio, sentindo um nervosismo desconhecido passar pelo corpo. - Eu tenho Canibal comigo, graças ao meu príncipe e eu sou eternamente grata por isso. E eles concordaram que eu deveria fazer uma patrulha na Costa Laranja, que é onde a frota de Volantis está posicionada...

Meu corpo se moveu automaticamente para mais perto do Targaryen, parando em sua frente. Aemond levantou a mão esquerda e agarrou o tecido do meu vestido entre os dedos, observando sua mão brincar com o pano. Engoli em seco e o príncipe me incentivou a falar. - Continue, minha Aenys.

- E-então, meu príncipe. Eu estava pensando... a nossa maior dificuldade está sendo em lidar com as tropas nas Terras Disputadas, e eu queria saber se teria como você e o príncipe Aegon nos ajudar em atacar pelo céu. - Aemond parou o movimento dos seus dedos e subiu seu olhar para me encarar em silêncio por alguns segundos.

O tempo que o príncipe passou calado foi o suficiente para eu me arrepender da minha decisão. Como eu poderia ter a coragem de pedir ajuda para os príncipes de Porto Real em uma guerra que era da Triarquia, a qual foi a dor de cabeça da Corte por um bom tempo. Pisquei os olhos e comecei a falar novamente, tropeçando em minhas próprias palavras.

You Have My Soul - Aemond Targaryen Where stories live. Discover now