12. Uma questão de sucessão

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— Aenys, também senti sua falta. — A rainha Alicent soltou o filho e agarrou minha mão, enquanto me direcionava um sorriso fechado. — Como foi em Pedra do Dragão? Soube que você agora possui dois dragões.

— Dois? — Franzi a sobrancelha e olhei rapidamente para Aemond e em seguida para Alicent. — Oh, eu tenho um dragão e um ovo de dragão, Sua Graça.

— Então é isto? Certo, vamos entrar. — A rainha soltou minha mão e se virou para entrar na Fortaleza. — Tenho alguns problemas para resolver no conselho. Vejo vocês mais tarde.

A rainha Alicent seguiu em direção à sala do conselho. Aemond caminhava calmamente ao meu lado, calado. Espremi os lábios e soltei um suspiro, tentando puxar assunto. Perguntei se ele sentiu falta de Porto Real e o príncipe me olhou, pensando um pouco antes de responder.

— Talvez. — Aemond respondeu simples e eu murmurei um "entendi", não sabendo como continuar a conversa.

Eu sempre me esforcei para conversar com o príncipe, mas Aemond sempre fora muito fechado e raramente me respondia com mais de três palavras. Mesmo que Aemond tenha mudado um pouco depois que me feriu no treinamento com o príncipe Daemon, talvez tenha sido por causa do peso em sua consciência; e eu espero que tenha sido isso mesmo. O mais velho me tratou com uma grosseria desnecessária por vários anos, e eu me sinto feliz por ele ter mudado, mesmo que pouco, ainda é um avanço.

— Hum, minha lady? — Aemond me chamou e eu o olhei, prestando atenção em suas palavras. — Eu estou indo ver meu pai em seus aposentos.

Então Aemond começou a caminhar mais rápido, me deixando para trás. Fiquei parada o encarando com uma expressão de confusão, até o príncipe parar e me olhar por cima do ombro. Demorei um pouco para perceber que o mais velho estava me chamando para acompanhá-lo na sua visita aos aposentos do Rei. Desfiz a expressão em meu rosto e corri até Aemond, passando o meu braço por baixo do seu, os entrelaçando. Dei um sorriso para o príncipe, que estalou a língua.

— Se nos verem assim vão pensar qu-.. — Aemond começou a falar, mas eu cortei sua frase, não querendo ouvir.

— Deixe falarem. Eu não me importo. — O príncipe me olhou surpreso e deu uma risada nasal, enquanto eu começava a caminhar, o puxando em direção ao quarto do rei Viserys. — Pelo menos esses ratos fofoqueiros terão algo para comentar.

Aemond balançou a cabeça enquanto sorria de lado por minhas palavras.

Por onde passávamos, havia alguns lordes e ladys que nos olhavam e cochichavam. Não os julgo; passamos um tempo em Pedra do Dragão, e antes disso tudo o que esses senhores viam era uma garota perseguindo e tirando a paciência do segundo filho do Rei em todo lugar que ele estava presente; e agora nós estamos passeando pelos corredores da Fortaleza lado a lado, de braços entrelaçados.
Não liguei para eles, afinal eu não devo explicações da minha vida para nenhum desses lordes. Se eu quisesse andar de braços cruzados com o príncipe Aemond, então eu andaria; e se eu quisesse beijá-lo e casar com ele, então eu faria. E esses senhores não poderiam nos impedir.

Mas não é como se eu desejasse me casar com Aemond, afinal.

— Eu acho. — Falei alto e o príncipe Aemond me olhou, confuso. Percebi que fiquei tão perdida em meus pensamentos que acabei falando algo em voz alta.

— Acha o que? — Aemond olhou para frente novamente, continuando nosso caminho até o quarto do Rei. Olhei para baixo e dei uma risada nervosa, tentando pensar em algo para falar.

— Acho que você deveria me dar um beijo, meu príncipe. — Aemond parou abruptamente com a minha fala e me olhou enquanto eu esperava ansiosamente pela sua irritação.

You Have My Soul - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora