8. Sobre controle

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Príncipe Aemond me olhou e suspirou. Havia passado uma semana desde que fui ferida e me perdi, e o príncipe me ajudou durante esses dias; claro que havia uma carranca ou um sorriso irônico em seu rosto na maior parte do tempo, mas ele ainda assim me auxiliou. — Lady Aenys, eu acho que você já consegue se alimentar sozinha?

— Não consigo. Olhe, meu príncipe. — Falei e vi o príncipe levantar a sobrancelha. Tentei levantar o braço direito e fiz uma falsa expressão de dor, soltando um murmúrio, que claramente também era falso. Meu braço não estava doendo tanto quanto antes, o meistre disse que eu já poderia voltar às minhas atividades normalmente, mas ainda sim tomando cuidado. Porém, ter o segundo filho do Rei me servindo deste jeito, depois de tudo o que ele fez e o jeito que me tratou; me deixou mal acostumada, e isto era o mínimo que ele poderia fazer por mim.

— Já que você ainda se sente tão impotente, vou pedir para que concelem a sua busca pelo dragão. — Ele ameaçou e eu estreitei os olhos em sua direção. Como ele ainda tem coragem de falar uma coisa dessas? Levanto o braço esquerdo e aponto em sua direção.

— Faça isso e eu darei você e Vhagar de comida para o meu dragão. — Ditei em um falso tom sombrio, me sentindo feliz por dentro por ter finalmente falado a frase que eu sempre tive vontade de dizer, mas que não podia por motivos óbvios: eu não tinha um dragão.

— Ameaçando um príncipe? — Aemond caminhou até minha cama em ameaça e eu mesmo encolhi, quase me fundindo aos travesseiros postos em minhas costas; travesseiros estes, que ele arrumou. Não consegui evitar achar graça em como o príncipe Aemond Targaryen, segundo filho do Rei de Westeros, estava me servindo como uma criada pessoal. O mais velho encarou meu rosto quando escutou a risada nasal que eu deixei escapar. Pegando a colher com comida, ele botou em frente ao meu rosto e falou rudemente.— Abra a boca agora, Aenys. Antes que eu desista e te deixe com fome, já que você está incapacitada e não consegue se alimentar sozinha.

— Oh, meu príncipe é sempre tão amoroso. — Abri a boca e o mais velho colocou a colher na mesma. Mal terminei de mastigar a comida e o príncipe já estava com a colher em frente à minha boca novamente. Franzi o cenho e virei o rosto.

— Vamos, coma rápido. — Aemond falou, enquanto empurrava o alimento em minha direção. Quando eu abri a boca para protestar, o príncipe enfiou a colher na mesma; quase me fazendo engasgar. — Temos que procurar o seu dragão antes de anoitecer. Ou você se esqueceu disto?

— Huhm — Murmurei com a boca cheia e vi Aemond fazer uma careta. Engoli a comida e me levantei da cama em um pulo, fazendo o príncipe me encarar. Não podia perder a chance de procurar pelo meu dragão.

— Você ainda não terminou de comer. — Aemond se levantou e se aproximou. Balancei a cabeça e pedi para ele sair. — Por quê?

— Preciso me trocar, meu príncipe. Creio que você não possa ficar aqui enquanto eu faço isso. Ah, e se puder, peça para que Maya venha me auxiliar a me vestir, por favor. — Príncipe Aemond estalou a língua e comprimiu os lábios, murmurando algo como "Não quero ver, de qualquer maneira" e saindo logo em seguida. Dei uma risada e procurei pelo meu traje de montaria, que eu havia ganhado da princesa Rhaenyra.

...

— Príncipe Aemond; Lady Aenys. — Estávamos passando pelo portão, saindo do pátio externo, quando um guarda se aproximou correndo. O homem fez uma pequena reverência e falou com um pouco de dificuldade. — Um dragão negro foi visto voando perto da vila. Acreditamos ser o Canibal, já que não há outro dragão que tenha tal coloração, aqui na Ilha.

— Me passe a localização completa. — Aemond falou e o homem assentiu, o passando as coordenadas. O príncipe começou a caminhar. — Sei onde fica, vamos.

You Have My Soul - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora