You Have My Soul - Aemond Targaryen

22. Motivações são a base da sociedade

— Príncipe Aemond, perdoe-me por minha fala, mas esse assunto não é de seu interesse. — Aenna exclamou com irritação banhando sua voz.

A Targaryen sempre fora uma pessoa que conseguia controlar suas emoções, porém a situação mudava quando o assunto se tratava de seus filhos.

— Abaixem as espadas. — Lucerys ordenou com uma voz calma.

Os guardas guardaram as lâminas de volta em suas bainhas e recuaram, ficando atrás de lorde novamente. Lucerys não deseja lutar com os príncipes de Westeros; muito menos desrespeitá-los, afinal os problemas entre a Triarquia e Porto Real no passado haviam sido suficientes, e eles estavam fragilizados devido à guerra com Volantis.

O lorde Targaryen deu um passo, se aproximando, e levantou a mão para tocar levemente na ponta da espada do príncipe Aemond enquanto um sorriso fechado aparecia em seu rosto.

— Príncipe Aemond, não nos julgue errado. — A fala deslizou de seus lábios lentamente; um olhar rápido sendo dirigido para sua sobrinha mais nova.

— Não estou. — O príncipe interrompeu a fala do mais velho, que apenas balançou a cabeça em resposta.

Aemond não deu nenhum sinal que guardaria sua espada ou que recuaria; com uma postura reta e um olhar sério, ele manteve a garota atrás de seu corpo. Aenys observava a situação assustada. Dor corria por todo o seu corpo, porém sua preocupação se fizera dominante sobre sua condição física: O que aconteceria se suas duas famílias se atacassem?  Ela iria poder voltar para Porto Real ou estaria impedida?

— Sei que nutre um enorme... apreço pela amizade que possui com minha sobrinha pelo tempo que vocês passaram juntos em Porto Real. — Lucerys falou e Aegon deu uma risada nasal, zombando.

O mais velho apenas ignorou e soltou a ponta da lâmina, juntando as duas mãos atrás das costas. O príncipe Aemond não possuía apenas um "apreço" pela amizade que tinha com Aenys; ela a amava e isto era óbvio. Lucerys estava ciente dos sentimentos do príncipe, assim como estava ciente dos sentimentos de sua sobrinha.

O lorde se sentia mal com a situação em que havia colocada a garota, porém ele era o líder da casa Targaryen de Lys e um dos magísteres da cidade e da Triarquia, ele deveria fazer escolhas visando o bem de todos os cidadãos. É óbvio que Lucerys não estava feliz por dentro por entregar sua sobrinha ao o príncipe de Pentos em troca de uma exército. Aliás, ele havia tentando encontrar outras formas de conseguir uma aliança com Pentos; até havia pensado em oferecer a mão de sua outra sobrinha — Larra, filha de Visenya com Lysandro — ao príncipe de Pentos, porém Larra era muito jovem e ainda não havia florescido.

Quando os príncipes chegaram em Lys com seus dragões e Aenys o aconselhou a pedir ajuda aos dois, ele havia considerado em desfazer a união, porém uma parte do exército de Pentos já havia sido enviado para ajudar a Triarquia no campo de batalha e Lucerys temia que essa ação os ofendesse; uma batalha com outra Cidade-Livre não era o que o lorde desejava.

— Entretanto, peço que entenda que lady Aenys é filha de minha irmã e, consequentemente, minha sobrinha. Nunca faríamos algum mal à ela, porém Aenys desobedeceu uma ordem e se feriu por conta deste erro; desejamos apenas orientá-la e cuidar de seus ferimentos. — O lorde Lucerys concluiu.

Aemond abriu a boca para responder, mas a Targaryen atrás dele tocou em seu braço com a mão direita — já que não poderia mover seu braço esquerdo por conta de seu ombro — e o príncipe a observou; o olhar de Aenys entregava um pedido silencioso que Aemond não deveria retrucar.

— Meu príncipe, está tudo bem. Você pode abaixar a espada. — Aenys ditou e deu um sorriso para o mais alto, desviando o olhar para o príncipe Aegon enquanto dava um sorriso de escárnio. — Você também, príncipe Aegon. Como o príncipe conseguiria lutar se está manco?