You Have My Soul - Aemond Targaryen

20. Flanco esquerdo

Os três dragões levantaram vôo simultaneamente, indo em direção ao local onde as tropas de Volantis estavam posicionadas. Os três Targaryens não iriam para o epicentro da guerra por enquanto, a intenção era bloquear qualquer reforço inimigo de chegar nos campos de batalha. Os Volantinos estavam em vantagem e se eles permitissem que essa tropa avançasse, então seria o fim para Lys e as outras duas nações que formavam o Reino das Três Irmãs, ou Triarquia; como era comumente chamada.

Após meia hora de vôo, homens com armaduras e estandartes de Volantis foram vistos pela lady e pelos príncipes; que se aproximavam rapidamente. Vhagar voava ao lado esquerdo de Canibal enquanto Sunfyre estava ao lado direito, possuindo um tamanho notavelmente menor que os outros dois dragões.

A Targaryen olhou para o príncipe Aemond, com uma expressão preocupada pintando seu rosto. Não era por menos; afinal os soldados Volantinos estavam em grande quantidade, possuindo em média 10 mil homens de reforço em seu jugo enquanto a Triarquia havia conseguido apenas 5 mil homens do exército Pentoshi, que haviam sido enviados pelos magísteres e pelo príncipe de Pentos; como garantia da futura aliança. A cidade-estado de Pentos possuía um número bem maior de soldados, porém haviam concordado em mandar somente uma pequena parte de seu exército, garantindo que mais reforços viriam após o casamento de lady Aenys com o príncipe Pentoshi. Porém, a Targaryen não queria essa união; ela não deseja se tornar a princesa consorte de Pentos, e ela faria qualquer coisa para evitar este acontecimento. Até mesmo entrar em uma batalha.

O príncipe Aemond sinalizou para Aenys; ela deveria atacar e queimar um grupo de soldados lanceiros que estavam posicionados na vanguarda, à oeste. Enquanto o príncipe mais novo e seu irmão Aegon, deveriam atacar os arqueiros e as balistas que estavam mais atrás, ao leste na retaguarda. Haviam cerca de 100 balistas que estavam posicionadas em uma linha reta, e Aenys, claramente, deveria se manter longe delas com o seu dragão; já que o mesmo havia sido atingido e ferido mais cedo.

Aenys assentiu e impulsionou Canibal para baixo, passando por baixo de Vhagar e seguindo na direção em que havia sido designada.

— Dragões! Posicionem as balistas e arqueiros; há dragões no céu— Os soldados não demoraram para perceber a invasão e a presença dos três dragões voando acima deles. O dragão do príncipe Aegon, Sunfyre, em si já teria sido avistado há alguns metros de distância, mesmo com seu tamanho consideravelmente menor em comparação à duas enormes feras mais velhas.

Os Volantinos viraram as balistas que estavam na ponta ao sul; e as colocou na direção de Aemond e Aegon, prestes a disparar dardos nos dragões dos príncipes. Porém, não houve chance se quer de dar o comando, pois as chamas de Vhagar os atingiram, fazendo-os gritar e rugir em desespero enquanto o fogo os consumiram e o aço de suas armaduras se fundiram com suas peles, se tornando uma bagunça horripilante.

— DISPAREM! — Algum guerreiro qualquer gritou para os arqueiros atacarem e flechas voaram para o príncipe Aemond, que precisou se abaixar para desviar de algumas que passaram raspando por sua cabeça. As flechas não fariam efeito em Vhagar, pois dragões possuíam um revestimento de couro resistente e escamas por todo o comprimento do seu corpo. Porém os dardos disparados pelas balistas eram capazes de perfurar essa proteção, causando ferimentos que poderiam ser mortais; por isso eles deveriam ter o máximo de cuidado com essas enormes armas e queimá-las para que não atrapalhassem no ataque aos demais grupos da tropa.

Enquanto os príncipes atacam ao leste, lady Aenys atacava com seu dragão ao oeste. A garota se inclinou um pouco para ver a situação do exército antes de banhá-los em chamas: haviam alguns cavaleiros presentes e a Targaryen não conseguiu conter a pena que sentiu pelos cavalos; os pobres animais não haviam culpa por esta guerra e não mereciam enfrentar a dor e desespero cruciante que sentiriam quando o fogo de Canibal os atingissem. Porém não havia lugar para pena em guerra, e Aenys sabia exatamente que deveria ser feito. E ela não hesitou.