— Você sabe que nosso tio não irá concordar com isso, não sabe? — Aerys falou e caminhou para sentar na cama. Ele olhou para o príncipe Aemond e fez uma careta. — Você poderia se afastar um pouco da minha irmã?— Sem chance. — Aemond respondeu. O mais velho estava apenas sentando ao lado, no divã. Acontece que Aerys estava implicando com o príncipe desde que soube sobre os meus sentimentos pelo mesmo, hoje mais cedo.
— Parem. — Revirei os olhos e espalmei as mãos na minha perna. Eu havia contado para Aegon e para meu irmão sobre o que estava planejando. — Lucerys é o menor de nossos problemas. Talvez ele aceite a ajuda, mas somente após o casamento; já que partiremos para Pentos depois de amanhã. O problema é nossa mãe aceitar, já que ela pensa que eu tenho algo com o príncipe Aemond.
— O que não é mentira, não é? — Príncipe Aegon falou e deu uma risada em seguida, fazendo meu irmão o olhar com raiva.
— Ela não sabe sobre meus sentimentos. Ela pensa que eu dormi com Aemond de ontem para hoje, e isso não é verdade. — Soltei um suspiro e passei a mão pelo cabelo, nervosamente. Aerys levantou do colchão e andou até mim, se abaixando em minha altura. — Eu não quero me casar com o príncipe de Pentos, Aerys.
— Eu poderia matá-lo com minhas próprias mãos, se isso significasse que você estaria livre, Aenys. — Meu irmão passou a mão pelos meus fios, em um carinho. Soltei uma risada nasal e dei um soquinho em seu ombro, negando. Fazer isso só faria com que a tensão entre a Triarquia e Pentos estourasse.
— Não precisamos de uma guerra com mais outra Cidade Livre, meu irmão. — Aerys riu e se levantou.
— O que devemos fazer, então? Você irá patrulhar a Costa Laranja amanhã, certo? — Meu irmão começou a caminhar pelo quarto, mexendo em alguns objetos de decoração. Repreendi o mais velho, que apenas riu e continuou com sua ação.
— Sim. Eu estava pensando em desviar para atacar as tropas que estão posicionadas perto de Valysar, assim que finalizar a vistoria na Costa. Com certeza, a Triarquia conseguirá lidar com a frota de navios, então nossa preocupação é apenas com as tropas em terra. — Falei e soltei um suspiro. Eu estava me sentindo tensa; eu não tinha experiência em combate e muito menos havia participado de uma guerra. Além de estar indo contra a palavra de minha mãe e do meu tio. Aerys murmurou um "entendo" e Aemond se pronunciou.
— Eu e Aegon estaremos esperando ao sudeste de Valysar; temos que tomar cuidado para não adentrar o território de Volantis. — Aemond disse e me olhou, tocando sutilmente seus dedos nos meus. Ouvi meu irmão soltar uma tosse falsa e dei uma risada. Porém eu estava surpresa, Aerys nunca havia se mostrado ser um irmão tão ciumento quanto estava sendo. — Aenys, assim que você fizer a patrulha; siga direto para onde estaremos. Quando você passar por nós, seguiremos junto a ti para queimar todos esses desgraçados. Sairemos vitoriosos desta guerra e você e Aerys poderão voltar para Porto Real, onde é a verdadeira casa de vocês.
Dei um sorriso em resposta para Aemond. Sua iris estava focada em mim, observando todo o meu rosto.
— Certo, e eu? — Aerys perguntou e parou de mexer em minhas coisas, se virando para nos olhar. Agradeci aos Deuses por finalmente o garoto parar de bagunçar meu quarto.
— O que? — Perguntei confusa e vi meu irmão revirar os olhos.
— Como eu poderei ser útil nesse plano? Já que não posso ir com vocês, não é? Meu dragão não está aqui. — Um pequeno toque de acidez estava presente na voz de Aerys e eu sabia que ele estava sentido por não ter seu dragão consigo. Porém, mesmo com a pequena fera aqui, Aerys não poderia nos ajudar com o ataque, já que o dragão não possuía tamanho o suficiente para ser montado.
KAMU SEDANG MEMBACA
You Have My Soul - Aemond Targaryen
RomansaOnde um ramo da Casa Targaryen vive em Lys e o Rei Viserys I quer conhecer seus parentes distantes. Quando a mãe de Aenys concordou que seus filhos deveriam conhecer Porto Real, ela não imaginava que isto traria consequências irreversíveis para eles...