Número Quatro

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Oi meus amores, tudo bem com vocês? Eu espero que sim. Esse capítulo foi totalmente modificado, então senti a necessidade de vim aqui avisar que ao decorrer da leitura, tocarei em assuntos que podem ser gatilhos para alguns leitores. 

Leiam com responsabilidade ok? A parte onde o assunto será debatido estará devidamente sinalizado. ⚠⚠⚠

Caso não se sintam confortável, podem pular para o próximo capítulo, porém parte da história perderá o sentido. 

Enfim, avisos dados. Boa leitura e bebam água. ❣





Nos últimos dias minha amizade com Nicolas foi superando o estranhamento de antes, por causa da correria com os trabalhos do final do mês que a escola exigia, eu não conseguia vê-lo todos os dias, mas constantemente trocávamos mensagens. Isso foi bom, pois me ajudou a esvaziar um pouco a mente e esquecer o que tinha acontecido no meu quarto. 

Hoje, eu havia matado aula e caminhado até a casa do meu melhor amigo. Novamente estávamos de frente ao cartaz e eu segurava o quarto envelope. Na cama, uma bandeja de biscoitos sem açúcar repousava inutilmente, já que nenhum dos dois ousou tocar na comida. 

Suspirei aliviada por ele não ter desistido da ideia depois do que aconteceu e falei:

- Acho que você vai gostar do envelope de hoje.

- Gostei de todos até agora - ele informou - E reconheço seu esforço para fazer que tudo seja perfeito.

Tentei esconder minha surpresa e entreguei o envelope a ele. Era bom saber que meu plano estava dando certo apesar de tudo e que isso empolgava o rapaz. Meu amigo se sentou na cama e acariciou o envelope. Como de costume, meu amigo o abriu e leu em voz alta:

- Número quatro: reatar uma amizade. 

Instantaneamente, o sorriso do meu amigo morreu em seus lábios. Eu esperava por isso, tanto que sua mudança de humor não havia me afetado. Nicolas me encarou por um momento, os dedos apertando o envelope com certa força. 

- Ah não... Você está de brincadeira comigo?

- Não - neguei de forma simplista - Você não acha que antes de morrer temos que resolver nossas pendências? Tipo o lance de fantasmas que ficam vagando pela terra por ter deixado assuntos em aberto?

- Não vejo isso como pendência - se defendeu - E além de que esse seu exemplo é terrível ok? Não vou virar um fantasma vagando por aí, e caso isso aconteça, vou estar ocupado demais puxando o seu pé de madrugada para ligar com quem me magoou. 

Apenas ri, era uma boa desculpa. Mas mesmo assim, eu sabia que era um item importante na nossa lista. Nicolas nunca foi de ter muitos amigos, e depois dessa maldita doença, se isolou ainda mais. Eu me lembrava das primeiras semanas, onde o jovem simplesmente começou a ser um babaca com todo mundo. 

Consequentemente isso fez com que nossos amigos se afastassem dele, afinal, doença nenhuma justifica um comportamento babaca assim. Meu melhor amigo me analisou, fazendo uma carinha de cachorro abandonado para tentar me convencer a mudar de ideia. Revirei meus olhos e ri com sua atitude. 

- Não vai me fazer mudar de ideia docinho. 

- Argh - bufou e jogou o envelope na mesinha que ficava ao lado da cama - Com quem você quer que eu fale pra início de conversa?

- Isso que vai escolher é você - dei de ombros - Eu já sei com quem eu vou conversar.

Não tinha sido uma escolha fácil, mas eu decidi que seria melhor assim. Por fim, tinha procurado (e encontrado) o número de uma antiga amiga e a chamei para tomar café. Nossa amizade se rompeu dois anos atrás, quando a mesma apareceu agarrada no meu antigo namorado. 

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