|CAPÍTULO 03|

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"Eu poderia ter te amado,

mas você nunca me amaria..."

SWIM

PRESENTE | ANNA LIS

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PRESENTE | ANNA LIS

O amor não existe.

Pelo menos não aquele sobre o qual os livros em minha estante tanto falam. Na vida real, essa coisa apenas machuca de uma forma que você não pode suportar e ele te tira tudo, menos os sentimentos que ainda te fazem se importar com a pessoa que te transformou em uma bagunça de estilhaços. Sei disso porque provei dessa merda mais do que gostaria de admitir.

Eu tinha onze anos quando aconteceu pela primeira vez. Naquela época, meus pais ainda tinham uma boa relação, o que, por fim, me deixava ingenuamente ansiando por algo semelhante. Dean Stone, meu vizinho desde que tínhamos oito anos, era capaz de fazer o mundo beijar os seus pés apenas por respirar. Com lindos olhos castanhos e um sorriso capaz de iluminar uma cidade inteira, ele era tudo o que alguém como eu nunca poderia ter, e, talvez, fosse exatamente por isso que passei um longo tempo desejando-o em meus sonhos. Dean não tinha medo de errar, nunca o vi abaixar a cabeça para alguém e ele também foi a primeira pessoa ― com a minha idade ― a me oferecer um pouco de gentileza. Então teve o primeiro dia de aula no sexto ano, quando reencontrá-lo após as férias letivas trouxe sensações que meu pobre coração ainda não tinha ousado experimentar. Meus sentimentos por ele finalmente tinham um nome e era tão real que doía mais que mil ferroadas de abelhas. O problema era que: depois do sorriso gentil e amigável que o rapaz me ofereceu na primeira vez que nos vimos, Dean Stone passou a me tratar como uma verdadeira portadora da peste bubônica. Qualquer avanço da minha parte era facilmente barrado pelo seu jeito frio e indiferente. Acho que ele me odiou à segunda vista e desprezou a terceira. Mas seu desinteresse não foi o suficiente para acabar com o que eu sentia.

Claro que não...

Sempre tive tendências masoquistas e uma longa carga de filmes clichês nas costas que me faziam acreditar que sua rejeição podia ser apenas uma fase nebulosa e que logo logo teríamos nosso final feliz.

Sim, garotas de onze anos costumam ser bem idiotas quando o lance são garotos bonitos e babacas. Enfim, estive presa ao que sentia pelo meu vizinho durante todo o restante do fundamental e só vim ter um pouco de liberdade emocional depois que o mesmo retornou a sua cidade natal.  E foi ai, exatamente ai, que tudo realmente começou a dar errado. Sem nenhuma desilusão amorosa para me concentrar, meus pensamentos se sentiram livres para notar e desejar o cara que verdadeiramente fodeu com a minha vida.

Meu melhor amigo desde que tínhamos dez anos.

O cara pelo qual arrisquei tudo;

E o cara pelo qual perdi tudo.

Agora, honestamente, se seu corpo estivesse pegando fogo na minha frente, eu não moveria um dedo para tentar aliviar sua agonia. Não, eu não. Tudo o que faria seria jogar um pouco de querosene sobre as chamas e se deleitar com os gritos do cretino. Porque, de todas as pessoas que participaram daquela noite, ele foi o que enfiou a faca mais fundo.

When We FallOnde as histórias ganham vida. Descobre agora