|CAPÍTULO 17|

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"Ele perdeu totalmente o juízo
E eu estou completamente louca."

Halsey

PRESENTE | ANNA LIS

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PRESENTE | ANNA LIS

        ODEIO ADMITIR, mas o cretino tinha razão... desprezo e atração não se anulam. Pelo menos, não no nosso caso.

         Após Graham invadir meu quarto algumas semanas atrás, me chamando de vadia cruel e rosnando sobre seu desprezo por minha existência, eu estava quase convencida de que lidar com sua nova versão não valia minha energia. No entanto, sua reação quase insana quando o confrontei sobre sua participação nos jogos do grupo de Alyssa fez com que eu percebesse outro pedaço quebrado em mim... um distorcido e feio que adorava ver alguém tão arrogante quanto ele perdendo completamente o controle de si mesmo. Por isso o beijei naquela noite; precisava ver o caos em seus olhos, sentir seu coração pulsando alto em minhas mãos e desfrutar da sensação de poder quebrá-lo. Tudo isso era intoxicante, eletrizante e viciante.

E quando dei por mim, não conseguia mais parar.

         Primeiro vieram as farpas e os olhares de desprezo lançados pelos corredores do Scientia sempre que nossos caminhos se cruzavam. Às vezes ficava tão ruim que uma multidão de curiosos se formava ao nosso redor, aguardando pelo pior. Graham escolhia suas palavras com extrema cautela, sabendo exatamente quais me cortariam mais fundo, e eu retalhava da mesma forma, nunca recuando. Nem mesmo quando ele me empurrava além do limite. Mas foi em uma manhã aparentemente comum, quando a discussão tomou um caminho íntimo, cheio de lembranças embaraçosas e amargas, que ele me puxou para dentro de uma sala de aula vazia e me calou com um beijo duro e punitivo. E como um ser miserável que não tinha mais nada a perder, eu o beijei de volta. Algumas centenas de vezes e em um punhado de lugares diferentes. No armário do zelador. Vestiário masculino. Debaixo das arquibancadas. Entre as estantes da biblioteca. E por mais amarga que fosse a culpa depois que tudo acabava, enquanto durava era perfeito. Fazia-me sentir poderosa e no controle.

Mesmo que, na verdade, eu não estivesse.

Nenhum pouco.

Porque sempre que o idiota me toca, tenho dificuldade para recordar o motivo pelo qual deveria desprezar cada minuto disso. E então me torno sua de uma maneira que ― desconfio ― nunca serei de mais ninguém.

À medida que passo mais tempo com o capitão dos Blacks, sinto-me cada vez mais relutante em partir. Por isso, atraso meu retorno. Às vezes, dias ou semanas se passam. E sei que isso o deixa furioso. Posso sentir sua ira nos olhares flamejantes que ele me lança e percebo sua frustração em seus gestos quando finalmente estou em seus braços. Ele me beija com mais urgência e me toca com mais possessividade, e os encontros sempre se estendem bem mais que o anterior.

Dessa vez demorei quase seis semanas para voltar; o máximo que consegui me manter longe desde que começamos nosso joguinho. Foi horrível. O pior tipo de tortura. E quando simplesmente desisti de lutar contra, eu o puxei para dentro dessa salinha minuscula coberta de poeira e com cheiro de naftalina, sem me importar com nenhuma porra de decoro.

When We FallWhere stories live. Discover now