|CAPÍTULO 18|

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PASSADO | ANNA LIS

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PASSADO | ANNA LIS

(Pouco antes da festa)

Querido D,

Desde que Dean se mudou e Luc se afastou, um vazio amargo e corrosivo tem se alimentado dos meus dias monótonos.

Recentemente, no entanto, tenho notado diferença entre as duas ausências. Enquanto meu ex vizinho se transformou em um fantasma ao longo dos meses, meu melhor amigo, por outro lado, se tornou mais presente do que nunca. Onde quer que eu olhe, ele esta lá. Seja na sala de aula ou no refeitório. No estacionamento do Scientia ou na quadra de basquete. Nos corredores ou nas redes sociais. Meu mundo é cheio dele e completamente vazio ao mesmo tempo, porque em nenhum desses lugares tenho estado ao seu lado.
A nossa nova realidade, onde seus sorrisos largos e olhares gentis não me pertencem mais, tem sido dolorosa para caramba e não posso fazer nada senão assistir.

Por muito tempo acreditei que não havia dor maior do que perder aquilo que nunca foi seu, agora isso apenas soa risível. Nada corta mais fundo do que conviver diariamente com as boas lembranças de um passado real. E a culpa... a culpa por deixar essa coisa escapar te come de dentro para fora tão lentamente que é desesperador.

Deixei Lucas Graham escapar por entre meus dedos da pior maneira possível. Estraçalhei seu coração e depois o deixei sozinho para catar todos os pedaços.

Ele deve me odiar. Bem, eu também me odeio. Me odeio por machucar e afastar a única pessoa que quis ficar do meu lado. Mas somente agora percebo como fui idiota. Apaixonada por Dean Stone? Eu nem mesmo o conhecia.

Não como conhecia o Graham...

Sua preferência esquisita por café preto;

Seu desprezo inexplicável por filmes de super-heróis;

Sua idolatração por bandas dos anos 2000;

Seu amor por cachorros, apesar de nunca ter tido um;

Seu linguajar terrível quando longe dos adultos;

Sua capacidade de concentração inabalável;

Sua infinita lealdade para aqueles que ama;

Seu desejo de um dia seguir a mesma carreira do pai biológico;

Seu carinho e cuidado superprotetor com a mãe;

Seu coração doce e cheio de compaixão que ele sempre tenta esconder.

Acredite, posso continuar essa lista até meus dedos se tornarem disfuncionais. E eu não poderia me importar menos. Escrever sobre ele me faz lembrar, lembrar me faz senti-lo perto.
Sinto tanta falta dele, D. Tanto que mal consigo respirar. Às vezes, quando o encontro pelos corredores, tudo o quero é correr em sua direção, me jogar em seus braços e nunca mais deixa-lo partir.

When We FallWhere stories live. Discover now