Ela estava sozinha quando ele veio e tornou seus dias menos solitários.
Ele achou que estava morto por dentro quando ela surgiu e esquentou seu coração.
Ela lhe deu um motivo para continuar.
Ele lhe deu um motivo para sorrir.
E então, eles caíram.
...
"Ele está tão fora de lugar quanto ela e - sim, ele também tem cicatrizes. Ele tem um ainda maior. Ela se pergunta se um dia eles vão comparar tamanhos."
Breath Mints e Battle Scars
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PASSADO | LUCAS GRAHAM
RECENTEMENTE DESCOBRI o que significa odiar tanto alguém a ponto de não conseguir pensar em outra coisa. Anna Lis Scott conquistou essa proeza antes mesmo do idiota do meu padrasto e, levando em consideração de quem estamos falando, isso realmente pode ser considerado um recorde.
Sim, eu realmente odeio cada milésimo de segundo da sua existência.
Odeio a fragilidade que seus ombros carregam enquanto ela anda por aí feito um animalzinho sem dono.
Odeio como ela consegue captar totalmente minha atenção ao entrar em uma sala, e em como passa boa parte do tempo rabiscando furiosamente naquele caderno roxo ridículo.
Odeio o cheiro doce que vem do ninho de passarinho que ela ousa chamar de cabelo.
Odeio a cor rosada que domina suas bochechas quando seus olhos estão sobre o idiota do Stone. É tão patético que às vezes sinto náuseas.
Odeio que ela seja tão sozinha.
E odeio ainda mais o fato dela não me deixar chegar perto...
Bem, a verdade é que sou escorraçado feito um maldito cachorro a quase dois meses. Em parte por minha causa? Bem, sim. Antes da quase carta eu não estava agindo no meu melhor, então era de se esperar que ela acabasse se retirando em algum momento. Só não achei que aconteceria justo no momento em que decidi ser... legal. Suas palavras tinham alimentado o monstro em meu peito. Ele queria chegar mais perto. Conhecer. Proteger.
Sentir-se empolgado com algo não fazia parte da minha rotina a tanto tempo que lidar com minhas emoções foi mais difícil do que o esperado, e Anna Lis Scott acabou entendendo minha perplexidade como repúdio. Então ela me afastou e me ignorou por quase sete semanas.
No começo até tentei reverter a bagunça.
Eu não queria que a garota passasse a me odiar como todo mundo. Parecia errado; ruim de uma forma que fazia minhas entranhas se contorcerem. Mas minha colega de classe tinha outros planos e encontrá-la sozinha passou a ser uma missão quase impossível. Última a chegar. Primeira a sair. Durante os intervalos? Anna Lis era a melhor em virar fumaça.
Duas semanas, um livrada no nariz e algumas palavras ditas por impulso foi tudo o que precisei para parar de bancar o cachorrinho. Lembro como hoje o dia em que a encontrei, por puro azar agora vejo, escondida na biblioteca. Sua mesa era uma das mais afastadas e quase completamente tomada pelas sombras, visto que, naquela parte não se tinha janelas. Um ótimo lugar, percebi, para fugir do mundo. A garota estava com OPequeno Príncipe aberto à sua frente, tão absorta em suas páginas que uma ideia estúpida me veio à mente.
