|CAPITULO 19|

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"Eu sei que você vai ganhar, amor. Você só tem que jogar..."

VEDO

ANNA LIS | PASSADO

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ANNA LIS | PASSADO

REPRIMINDO UM SUSPIRO, dou mais uma olhada ao meu redor enquanto sinto o pânico se acendendo aos poucos em meu estômago, ameaçando colocar meu almoço para fora junto com alguns órgãos.

Nunca foi segredo para ninguém que Anna Lis Scott não pertence a lugares assim, com garrafas e corpos suados despejados por todos os lugares, pessoas vomitando no jardim e uma galera seminua se divertindo em uma piscina aquecida. É apenas demais. Tudo. O volume da música, a intimidade que alguns casais trocam em público e a maneira que outros fumam um baseado a menos de três metros de onde estamos. Torço o nariz para o cheiro irritante.

Eu devia ter ficado em casa, apreciando a segurança e a paz do meu monótono quarto, não ter entrado em um carro com um bando de menores imprudentes para vir a uma festa com algumas das pessoas mais desprezíveis da face da terra. Tudo bem que Jason e sua namorada, Amber, se comportaram bem desde que fomos obrigados a dividir o mesmo automóvel, ― provavelmente, roubado dos pais de algum ― mas também estou ciente que ambos me desprezam tanto quanto a garota que veio sentada ao meu lado. Norah, a irmã gêmea de Amber, não me suporta na escola nem fora dela. Diferente dos outros, sua amizade com Graham não foi o suficiente para fingir o contrário, e, durante todo o caminho, ela praguejou e se pressionou contra a porta do carro para que seu braço não tocasse o meu. A palavra nojo estava grifada em neon em sua testa no momento em que tive que me inclinar um pouco em sua direção para que Lucas tivesse espaço suficiente ao meu lado direito.

No fim das contas, acho que mereço um prêmio nobel da paz por conseguir ignorar seu comportamento de vadia.

Prendo a respiração quando, abruptamente, sou agarrada pelo braço e puxada para o lado antes de colidir com um idiota bêbado, sem nenhum senso de direção, prestes a pular na piscina. Seu mergulho encharca meu tênis e espirra água até minha cintura, mas estou mortificada o suficiente para não me importar. Porque o aperto quente em meu antebraço pertence ao meu melhor amigo e a forma como ele se inclina sobre minha orelha, o calor da sua respiração beijando carinhosamente meu pescoço, transforma meus neurônios em gelatina.

― Queixo erguido, Golden Girl! ― Ele exige baixinho para que apenas eu possa ouvir. ― Se não olhar para a frente, nunca será capaz de se proteger do que está vindo.

É fácil notar a picada ácida em seu discurso, mais como uma provocação infantil do que qualquer outra coisa. Contudo, nesse momento, meus sentidos estão muito mais preocupados com a forma como o meu corpo tem se tornado perigosamente sensível a ele. Com as bochechas ardendo, desvencilho do seu aperto e coloco dois palmos de distância entre nossos corpos. Meus olhos demoram a encará-lo, no entanto. Lucas sempre foi muito bom em olhar através das pessoas, procurar o problema e, em seguida, puxá-lo para fora sem cuidado algum. E que Deus ajudasse aquele em seu caminho, porque meu melhor amigo não se importava nenhum pouco em usar isso contra ele.

When We FallWhere stories live. Discover now