cap.99

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Cap.99
Após Leydi acordar ela a leva para a cantina, enquanto Lilith acabara de sair da sala e também pegaria o elevador e seguiria para a cantina com Liz, mas o elevador ainda tinha uma parada que era no andar feminino.
Assim que a porta abriu, Ayrlon entrou ao cumprimentar as meninas.
— onde está Leydi? — pergunta Lilith percebendo ele um pouco preocupado.
— Na cantina também. Estão indo para lá?
— Sim, aconteceu alguma coisa? — pergunta, percebendo ele disperso.
— Parece que aconteceu? — perguntou desconfiado.
— Parece que sim, você parece um pouco tenso.
— Acho que sim, só um pouco preocupado, a Leydi não está bem, eu não entendo o que há de errado, só estávamos falando sobre o rapaz que ela gosta e…
— ela estava conversando com você sobre você? — pergunta confusa fazendo Ayrlon a encarar sem reação.
— não entendi, como assim falando de mim?
— Mas a Leydi gosta de você, então ela está falando sobre você, certo?
— eu? — rir sem graça, mas Liz o encara desconcertada. — estão falando sério?
— Claro que ela está falando sério, você é um cego. — resmunga Liz, assim que a porta do elevador abre, as duas seguem seus caminhos o deixando ainda sem reação no elevador.
Ele sai do elevador e segue até a entrada principal do refeitório até o ponto em que consegue ver Leydi, a encarando sem acreditar que seja ele a pessoa que ela fala que gosta.
— ahn… essas meninas me fazem pensar que sou um idiota de tao cego! — resmunga cético bagunçando o cabelo ao recuar.
— Está bem? Andando de costas? — pergunta Brady ao tombar com seu amigo.
— filho da mãe… você não sabe o que tá rolando aqui… — suspira ainda descrente.
— Está acontecendo algo? Liz está bem, certo?
— Está, era para não está? Porque ela sempre está grudada com Lilith
— ah… sim, mas eu preciso da sua ajuda, é urgente — avisa ele puxando o amigo.
Os dois seguem para o laboratório para conversar, Brady conta todos os seus planos em relação a Liz.
— e é isso, eu quero fazer esse jantar e finalmente… você sabe — comenta desconcertado.
— afundar o ganso, perder a virgindade, mas você não precisa noivar para isso, você quer noivar? Quer mesmo? — pergunta ainda com seus pensamentos em Leydi.
— Eu com certeza quero isso, sei que somos novos, mas também não significa que vamos nos casar agora, Liz ainda está me conhecendo digo… minha personalidade, ainda estamos descobrindo tantas coisas sobre o outro, mas quero deixar claro para que ela saiba que não penso em nenhuma outra pessoa.
— com licença… — murmura a assistente de Brady ao entrar discretamente. — desculpa interromper, eu vou só pegar meu caderno e algumas anotações importantes.
— tudo bem. — diz Brady indiferente enquanto ela segue até o balcão onde fingi mexer em alguns papéis. — enfim, eu não tenho a mínima ideia do que fazer para que a noite seja romântica.
— simples, o padrão, jantar, flores, velas e cetim, não há nada melhor e clichê demais para agradar uma menina, pétalas de rosas… essas coisas, elas gostam
— como você sabe se nunca namorou ninguém de verdade.
— para que caralho me chamou? — vocifera se levantando irritado.
— calma, para quê o mau humor.
— Você está falando merda! E eu não estou de mau humor, só estou um pouco surpreso com algumas informações que tive e que me interessaram muito.
— abriram uma nova casa noturna? Garotas novas no pedaço?
— onde? Não! — diz desconcertado fazendo Brady rir. — eu estou em outra, não vou mais a esses lugares, está decidido. — comenta disperso com um sorriso discreto. — mas me diz, onde será esse jantar?
— onde mais? No meu apartamento.
— ok, então o que eu tenho a ver com isso?
— você vai me ajudar com a decoração, também brendo
— depende, quanto eu ganho, afinal estamos falando sobre sua noite de amor, a primeira — diz o deixando desconcertado fazendo sua assistente derrubar um dos tubos de teste ao ouvir.
— desculpem, eu estou saindo agora que encontrei tudo que precisava — avisa com um certo desgosto ao mesmo tempo que trazia um sorriso leviano.
— Você não encontrou o anel?
— não, mas como já comprei outro não vou me importar mais com isso.
— claro… — murmura com a voz fria encarando a porta desconfiado.
— ela não faria isso.
— você não conhece ninguém, é bobo demais acredita demais, mas eu ainda acho que essa menina vai trazer problemas.
— como?
— você é cego amigo, só vai perceber quando já aconteceu, aí nem Deus para te defender. — O alerta se levantando.
Lilith por sua vez esperava ansiosa pelo final de tarde, só para finalmente seguir até o apartamento de Ramis, se despediu de todos, mas antes de pegar seu carro e ir embora, seguiu até o escritório do seu pai que ainda trabalhava.
— Pai… — chama com a voz suave e brincalhona.
— não. — diz de imediato sem encarar a menina que nem mesmo abrira a porta realmente..
— Não o que?
— você vai para casa
— eu já liguei para mãe e ela me deixou ir, agora tenho que pedir para o senhor Don me deixar ir
— e o Don aqui disse que não.
— mas por quê? — vocifera aborrecida atraindo atenção dos convidados na sala.
— se comporte, Lilith.
— ok… então eu vou procurar Ayrlon e vou pedir para ele me levar a algum lugar hoje para aproveitar apenas o final de tarde, quem sabe essas casas noturnas onde ele gosta de ir, da outra vez que fui vi muitas mulheres… — para de falar quando alguns homens pigarreiam em desconforto ao mesmo tempo que Cassius se levanta e a arrasta pelo braço para fora da sala.
— Está de brincadeira, certo? — pergunta imparcial.
— pai, não estou brincando, eu não faço ideia do que é brincar exatamente, não tenho esse senso de humor e blá, blá, blá, você sabe, mesmo que eu tente e eu nem gosto — comenta entediada.
— verdade… e esse é o problema de lidar com essa cabeça.
— você não vai em puteiro nenhum, vai ao inferno de dentro se quiser, mas não pise os pés nesse tipo de lugar.
— Sim senhor! — concorda o abraçando em seguida correndo para o elevador.
— Como pode ser mais fácil controlar o crime organizado e não saber lidar com as baixarias dessa menina. — murmura Cassius sério observando ela que acena um último tchau e entra no elevador indo embora.
Ele acompanhou toda a trajetória dela e como esperado ela foi para  a casa de ramis, naquele momento já estava somente ele e seus irmãos assim como Kaleu na sala.
Tanto Braston quanto Frederick percebiam a expressão fria e pensativa de Cassius que por muitas vezes cruzava os braços encarando a tela do celular.
— O que há de errado agora? — pergunta Frederick.
— Lilith agora quer viver enfiada na casa de ramis, e eu estava feliz porque ela terminou com o Ayrlon.
— mas não foi sempre assim? É um dos tios que ela é mais apegada. — comenta Frederick.
— o problema é que a Lilith é uma moça, Ramis é um homem e não tem realmente o sangue Seagreme, ou seja, ele é isento de responsabilidade familiar. — comenta Braston demonstrando que alguma coisa o incomodava.
— já falamos sobre isso… — rosna Frederick ao se recordar de sua situação.
— vocês também estão com problemas, certo? — pergunta Cassius.
— espero que não, mas… — Frederick fica quieto.
— enfim… enfiamos Brady no meio e ele vigia as meninas e nos conta tudo que acontece. — comenta Braston.
— o problema é que Lilith… ela é muito persuasiva mesmo sem tentar. — comenta Cassius indignado.
— claro, ela conhece todos seus pontos fracos, além… de conhecer também o ponto fraco de todos os tios, é… não podemos controlar a Lilith, mas ela nunca faz nada de errado, é uma menina muito exemplar — comenta Braston.
— até parece!
— Me fala uma coisa errada que Lilith fez?
— ela cresceu! Já começa aí, ela aprendeu a ouvir a mãe dela, é! A Laysa é a culpada, ela liberou a menina quando devia ter dito não também, a Lilith não debate quando proibimos ela de fazer algo, é só eu ser mais firme com ela da próxima vez
— Vamos concordar que você não consegue — comenta Frederick. — Ninguém consegue… é a Lilith.
— verdade, além do fato dela nem se importar que você monitore para onde ela vai e se você perguntar ela vai contar, então pergunte e converse com ela, se a fany fosse assim… — sorri sem graça. — ela anda mentindo para mim, ela e a Eloy estão saindo escondidas quando dizem que vão a um lugar, nos a encontramos na boate da última vez.
— Lilith nunca visitaria esses lugares, já conversaram com elas sobre os riscos, certo?
— Sim e elas já se meteram em confusão.
— Brady me ligou para ir impedir que elas fossem presa porque um idiota ofereceu bebida a uma delas e tentou beijar uma delas a força.
— e?
— digamos que tivemos que dar fim em um corpo. — conta envergonhado.
— Essas meninas não podem sair… — diz Cassius sem nem piscar.
— e Lilith está indo para lugares que você sabe enquanto as nossas fazem questão de deixar o celular em casa, ligue para Lilith agora e tenha a prova, você já fez o teste? — pergunta Braston.
— não. — responde pensativo pegando o celular curioso, então liga para ela.
/Pai, aconteceu algo? — pergunta confusa.
/Nada… — murmura desconcertado. — mas… onde você está?
/cheguei no apartamento de ramis, é seguro, e não estou com vontade de ir para casa hoje, até amanhã. — diz indiferente desligando o celular.
— Que pilantra! — vocifera se levantando. — como desliga na minha cara. — está bem! — diz se sentando. — vocês estão certo, ainda assim não significa que é mais fácil de lidar, afinal ela quer fazer o que quer
— mas te conta!
Permanecem no mesmo impasse enquanto Lilith está ansiosa no elevador, Ramis já a esperava tranquilo após ter preparado o jantar e encerrando todos os trabalhos que tinha para hoje, dessa vez não tinha notebook na mesa, pilhas de papéis, ele já tinha guardado tudo.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Kde žijí příběhy. Začni objevovat