cap.110

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Cap.110.
Já era bem tarde quando Ayrlon segue para casa após uma longa discussão com seu pai, ele insistia em se recusar a dizer quem havia o agredido, mas Cassius estava investigando com Braston e Frederick, ao mesmo tempo que procuravam por Leydi.
Ele já estava a alguns quarteirões de seu prédio quando avistou uma moça encolhida sentada no asfalto encostada no porte, ligeiramente reconheceu e saiu do carro indo em sua direção.
— O que está fazendo? — pergunta confusa sem entender o que ela fazia ali.
— Ayrlon? — se assusta ao vê-lo e se levanta.
— Você está bem? — pergunta percebendo seu joelho ralado.
— Eu tinha desmaiado e me machuquei.
— Seu pai é um babaca, ainda bem que não te aconteceu nada de ruim, mas aqui não é muito seguro, e nem mesmo tem muito movimento.
— Eu sei… ninguém me encontrou até que eu acordasse.
— Ainda bem que não aconteceu nada! — suspira a abraçando em seguida gemendo de dor, mas disfarçando.
— Eu não quero voltar… — resmunga encostada em seu peito.
— Tudo bem, eu não vou te levar de volta, vamos para o carro, você teve uma sorte incrível. — comenta surpreso.
Assim que eles entram no carro ela começa a chorar.
— O que aconteceu novamente?
— voltei à estaca zero, meu pai está louco de pedra, ele não muda… pior que com isso também acaba com a nossa família… eu… sei lá! Às vezes eu me sinto só, minha irmã tem os problemas dela que também não são fáceis então… não sabemos como lidar com essas coisas, eu só queria ajudá-la a resolver isso… — confessa em entrelinhas o deixando curioso mas ele não pergunta.
— você não está sozinha, tem seu tio Cassius, tem todos os Seagreme, afinal sua tia e esposa do Don e ela adora vocês.
— Eu sei, mas, ainda assim, meu pai tem toda a autoridade, não tenho ideia para onde fugir nem o que fazer!
— Tudo bem, não se estresse mais. — pede gentilmente oferecendo seu abraço, então ela se deita em seu peito ainda desolada. — você sabe que pode contar comigo certo? — pergunta pensativo.
— Não sei…
— mas pode, porque não mudamos de assunto, tenta esquecer um pouco toda essa bagunça, assim você ficará melhor.
— mas sobre o que falaríamos?
— bom… sobre como está sua cabeça, seu coração, além disso eu não te vi esses dias, como você está em relação ao rapaz que você disse que gosta?
— Não sei… estava até sem esperanças esses dias.
— não gosta mais dele?
— gosto, mais do que ele pode imaginar, acredito que não exista melhor pessoa que ele no mundo. — confessa colada ao seu peito, Ayrlon sorrir ternamente, mas ainda com dúvidas que seja ele,
— então… vocês já são amigos, você fala com ele?
— por que quer falar sobre isso em um momento como esse? — pergunta confusa erguendo o rosto para o encarar.
— Talvez isso te faça se sentir melhor.
Ela sorri confirmando.
— Eu gosto de falar sobre ele, mas não posso realmente conversar sobre tudo que acho dele.
— Quer falar para mim? Se isso te manter com a cabeça tranquila… — diz desconfortável.
— bom… na verdade, eu já falei com ele muitas vezes e tento me aproximar dele.
— Você gosta dele tanto assim? Como ele é para você?
— um homem único entre todos, alguém que eu posso confiar e me abrir, sabe… antes ele tinha uma namorada e eu não via possibilidade.
— E agora você ver?
— Não, talvez ele só sinta pena de mim… — confessa desanimada, mas essas palavras o incomodam.
— Se ele sentisse isso de você, ele seria um babaca, eu não vou conseguir apenas ouvir isso. — confessa impaciente. — a Lilith me contou, a sua irmã me confirmou, essa pessoa sou eu? — pergunta a fazendo abaixar a cabeça envergonhada.
— Tudo bem se não for, eu não espero que alguém como você veja alguma coisa em mim, mas preciso que desminta ou confirme se o que elas dizem é verdade. — pede quase em súplica.
— Por que eu não veria alguma coisa em você? E se for você?
— Eu não me importo nem um pouquinho de corresponder esse sentimento. — Confessa, o coração da menina parece que quer escalar sua garganta de tanta emoção.
— É você… mas não precisa corresponder, sei que gosta de outra pessoa… — confessa desconfortável, ainda mais quando ele aproxima seu rosto ao da moça fixando seu olhar nos dela.
— eu gosto? — ele encosta seus lábios ao dela.
Leydi faz menção de se afastar, mas desistiu, a respiração quente dele em seu rosto, as mãos em volta de sua cintura toda aquela sensação nova, a fez se entregar aos movimentos discreto de seu beijo suave e cauteloso a envolvendo completamente em seus carinhos, a fazendo sentir seu coração quente de novo.
— Desculpa te beijar assim, mesmo que eu já quisesse desde que eu descobrir sobre seus sentimentos, eu jurava que era outro cara, me sentia um pouco enciumado, mas não entendia que era isso, achava tão improvável…
— Não é improvável, é real, só não tinha muita coragem por causa de meu pai, mas agora já nem sei se quero voltar a vê-lo.
— O que pensa em fazer?
— Nada, só quero ficar aqui dentro um pouco com você. — confesse tímida, ainda assim Ayrlon sorri gentilmente.
— tudo bem. — murmurou abaixando o banco do carro ao mesmo tempo que sente seu quadril doer. — vamos relaxar aqui… — murmura dolorido.
— Você está bem?
— sim…
— mas não parece.
— coisas da máfia.
— Ouvi boatos que você tinha sofrido uma covardia, agora que me lembrei, vamos para seu apartamento? Você me leva?
— Você quer ir lá?
— Sim, quero só te ajudar.
— bom… você está se escondendo de seu pai, certo?
— sim…
Ayrlon a leva para seu apartamento, assim que entram ele agradeceu internamente por ter arrumado o lugar todo, estava impecável.
— você tem um bom lugar para morar. — comenta se sentindo confortável com o lugar.
— é bonzinho, mas… — franze o cenho ao encará-la dos pés a cabeça percebendo que suas roupas estavam sujas.
— naquela escuridão eu nem havia percebido que você estava tão suja.
— Eu disse, eu cai… desmaiei
— Tudo bem, vou pegar roupas para você, tenho algumas que tinha comprado recentemente. — avisa seguindo para o quarto, quando retornou trouxe um conjunto de pijama, short e blusinha de alça, ela sorriu ao olhar a peça.
— Você tem roupas de mulher aqui?
— sinceridade?
— Sim.
— Lilith veio aqui uma vez, pensei que ela viria mais vezes, mas… como já sabe… é isso! Comprei algumas peças, mas ela nunca usou, é o que eu tenho aqui agora, se quiser.
— tudo bem, não tenho ciúmes disso, além disso qualquer coisa é melhor que essas roupas imundas. — brinca o analisando percebendo que ele se força a ficar em pé. — Você quer tomar banho primeiro e se deitar?
— Não, faça isso antes, eu espero aqui, insisto.
— tudo bem… onde é o banheiro?
— Você vai ver a única porta quando entrar no quarto. — avisa e ela segue para o banheiro tomando um breve banho.
Assim que terminou o banho, o avisou, ele já estava com suas roupas selecionadas sobre a cama, então seguiu para o banho enquanto ela vasculhava seu quarto à procura de algo até finalmente encontrar um frasco de gel para massagem.
Ayrlon saiu a encontrando distraída de pé em frente a cômoda de costas para ele.
— Você está fazendo o quê?
— nada. Só estava lendo o rótulo. — respondeu despreocupada se virando o encontrando com a toalha enrolada abaixo da cintura.
— Eu vou me trocar… — tem a fala interrompida quando ela se aproxima percebendo seus hematomas.
— e você disse que não era nada de mais? Eu vou esperar você vestir uma roupa e depois me chame, seus músculos estão doendo, certo?
— demais, parece que estou quebrado.
— Tudo bem, só me chame quando você estiver pronto.
— Tudo bem.
Ele vestiu apenas uma calça de linho e voltou a sala onde ela esperava sentada, assim que ele saiu ela o fitou de cima abaixo, ele parecia tão diferente agora, do que é de costume ver quando está na academia, estava mais suave,apesar de seu corpo musculoso se sobressair em sua visão.
— Tudo bem, vamos! — diz entrando em seu quarto sem delongas.
Após muito insistir conseguiu fazer com que ele deitasse de costas sobre a cama, com o corpo estirado.
— O que está pensando em fazer?
— fique tranquilo… — suspira levando os dedos ao gel tirando uma pequena quantidade e, seguida fazendo ele sentir a sensação gelada em seus ombros e gemer.
— isso é muito bom… — murmura com a cara enfiada no travesseiro.
— sim… — diz deslizando a mão suavemente por seus ombros e coluna, massageando seu corpo.
— pode fazer com mais força? Apertar bem os músculos? — pede a pegando de surpresa, então ela monta sobre suas costas na altura do quadril e começa a massagear com mais força. — isso relaxa muito os músculos… você é tão boa nisso. — geme sentindo-se aliviado.
Leydi continua até que ele pega no sono, ela sai de cima de seu corpo segurando o riso achando graça dele.





Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora