cap.179

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desculpem o atraso meninas, eu nem bebo mas esses dias estou parecendo o pessoal que bebe no domingo e passa a segunda com ressaca, é dois dias com dor de cabeça, melhor já.

cap.179

Cassius deixa Ramis subir para o quarto de Lilith, mesmo contra sua vontade, não parecia, mas ele estava ansioso para a ver após três dias sendo impedido, nem mesmo bateu a porta quando entrou.
Ela estava embrulhada em seu lençol, ele conseguiu ver apenas as mechas de cabelo que ficaram de fora.
— Não pai! — protesta Lilith ao sentir alguém a abraçar a apertar a deixando ainda mais presa embaixo dos lençóis, mas ela estranha quando sente que esse alguém subiu em sua cama e a puxou para seus braços ficando preso a suas costas. — Não é meu pai não! — diz tirando o lençol do rosto, Cassius nunca subia em sua cama, a não ser quando se sentava na ponta e ali ficava.
— Claro que não, é muito melhor, como a minha princesa está se sentindo? — pergunta sussurrando em seu ouvido.
— Senti sua falta… — murmurou fazendo careta indicando choro. — Mas não tinha forças, e nem ânimo para ir te ver.
— Eu sei… mas está na hora de levantar. — murmura beijando atrás de sua orelha, deslizando as mãos por sua cintura a apertando freneticamente, porém apenas um ato de carinho ansioso que a fazia se sentir confortável.
— Não quero levantar… estou muito triste agora…
— Sei que o que você viu foi difícil e te assustou, mas as pessoas passam por coisas ruins às vezes e elas superam.
— mas a Kitty, não, ela morreu.
— Não, ela já está cada dia bem melhor.
— Mentira! Vocês mentem! — vocifera pulando da cama saindo de perto dele.
Lilith encosta no canto da parede próxima a porta do banheiro e cruza os braços com a cabeça baixa sem conseguir lhe encarar enquanto chora.
— Você deixa as coisas te atingirem de forma tão intensa, que nem mesmo ouve quando eu digo que está tudo bem… — suspira ele pensativo ao se sentar a observando. — Mas nem por isso eu vou deixar de tentar! — diz e de forma abrupta vai até Lilith a erguendo em seus braços a colocando atravessada em seu ombro enquanto ela se debate e briga.
— O que está fazendo? — grita ela tentando se afastar dele, mas não adianta nada se espernear em seus ombros. — Pai! — começa a gritar Cassius que não demora muito a aparecer.
— Não precisa interferir, ela precisa sair do quarto e eu estou a levando. — diz passando por Cassius, segue até a escadaria subindo até a cobertura, Cassius o segue sutilmente assim como Laysa que segue atrás de Cassius e ficam observando na espreita.
— por que Ramis? — resmunga e golpeia com os punhos uma vez em seu tórax.
— O que já conversamos sobre agressão? — pergunta a ela com seriedade, então ela abaixa a cabeça.
— Casais que se amam não devem se agredir nunca… — seus lábios tremem ao falar, envergonhada com a repreensão.
— Exatamente, eu tenho o dever de cuidar de você.
— E eu tenho o dever de cuidar de você, desculpa, Ethan…
— tudo bem… — murmura gentilmente a abraçando.
— Está tão frio aqui, porque me trouxe para cá? — pergunta cruzando os braços, seu pijama fino não a protegia do frio, mesmo que fosse uma camisa e calça.
— Faz dias que você não vê a noite chegar, faz dias que não vê o céu estrelado, olhe para essa beleza. — diz jogando seu blazer sobre seus ombros a abraçando por trás logo após.
Lilith prende o olhar sobre o céu estrelado por alguns minutos, assim como Cassius que também abraça Laysa a protegendo do frio enquanto observam os dois.
— Faz tempo que você também não relaxa e apenas olha as estrelas, não é? — pergunta Laysa discretamente.
— Faz tempo que eu não sei o que é relaxar. — Diz afundando seu nariz no cabelo dela.
— Bom… pelo visto você logo, logo vai ter seu tempo para relaxar.
— Não que esteja reclamando, mas espero que sim… eu não me tornei só o Don.
— Não, um pai, um conselheiro, um louco, um alicerce para sua família… — murmura Laysa descansando a cabeça no peito dele.
— Quanto mais os dias passam… percebo que talvez eles sejam a escolha certa um do outro independente da idade.
— Sabemos que ninguém poderia ser a maior base de sustentação de Lilith, por ela amar ele, acabou que ele se tornou alguém fundamental para a manter em equilíbrio, então não implique mais com isso, está bem?
— Vou tentar… — resmunga enquanto observa Ramis soltar Lilith de seus braços em seguida a fazendo dar uma volta e para de frente para si, a abraçando pela cintura.
— Você acredita em mim. Não é? — Pergunta Ramis lhe encarando nos olhos, mas ela balança a cabeça negativamente. — Então se eu estiver mentindo para você, não tem como nos casarmos, eu sou um mentiroso. — Brinca a observando.
— O que está tentando dizer?
— Que nosso casamento pode não dar certo, porque eu sou mentiroso.
— Não! Nosso casamento é irrevogável, você não vai a lugar nenhum!
— Então acredite em mim quando digo que ela está bem, o que acha que ela vai pensar quando se levantar e ver que você ficou todos esses dias definhando, se alimentando mal e evitando todas as pessoas que te amam.
— Ela vai ficar triste… — Aperta os lábios apreensiva.
— Exatamente. Então trate de melhorar essa carinha, ao menos para que ela veja que você ficou bem.
— Mas eu estou triste… e com medo, não quero que ninguém da nossa família se vá… — Lamenta então Ramis segura gentilmente.
— Eu disse a você… — Suspira tranquilo encostando seu nariz ao dela. — A morte ela estará sempre presente, mas você não deve se preocupar com a morte, mas com o que faz antes dela chegar, o que você quer fazer?
— Eu… — Ela revira os olhos marejados tentando pensar. — Amar a minha família e passar toda a minha vida ao seu lado.
— E por isso já valeria a pena ter vivido?
— Sim… mas se ela morrer, então a vida dela não terá valido a pena…
— Ela não vai morrer, acredite em mim, tudo bem, pelo menos em mim, sei que quando enfia uma coisa na cabeça, ninguém consegue tirar, mas não se isole, todos sofrem com isso, seu pai está exausto e todos estão preocupados.
— Eu não queria deixar ninguém mal por minha causa, já tem tantas coisas, a mama Lizi, a Kitty…
— Sim, mas estamos aqui para cada um cuidar um do outro.
— Tudo bem, eu prometo me lembrar agora. — Sorri o abraçando.
Cassius observa os dois em silêncio, Lilith percebe sua presença, mas continua a agir naturalmente enquanto abraça Ramis.
— Você pode me levar para passear um pouco? — Pergunta ela repentinamente.
— Mas seu pai não vai deixar você sair, já sabe não é?
Lilith direciona o olhar acusatório ao seu pai.
— Já que nem aqui eles me dão privacidade… — Resmunga ela. — Posso! Eu quero sair agora, ou vai me proibir?
— Nunca te proibi de nada, não sei do que está falando. — Diz Cassius se fazendo de desentendido se retirando e arrastando Laysa consigo.
— Foi fácil… — Diz Lilith sem entender a situação.
Ramis segura em sua mão e seguem de volta para dentro levando Lilith.
— Onde vamos? — Pergunta ela.
— Ver as luzes da cidade, se animar um pouco, tudo bem?
— ok.
Ele nem mesmo a deixa trocar de roupa, seguem para seu carro e ele dirige para fora dos limites da mansão de Cassius.
— Pelo horário ele não traz ela hoje para casa, certo? — Pergunta Cassius.
— Bom… quando você me levou para longe demorou mais dias para me devolver, e fizemos até o que o diabo duvida, eles vão apenas dar uma volta de carro. — Diz segurando o riso.
— Não pense que eu não percebi sua ironia, além disso… eu não te levaria para um passeio de carro.
— Verdade, e Ramis é igual a você.
— Ele tá querendo morrer? — Vocifera aborrecido.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Where stories live. Discover now