cap.162

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Cap.162
Estavam todos tão animados com a festa, menos Kity que observava a todos ainda assim não conseguia se animar, apenas sentada no sofá enquanto eles bebiam dançavam e comemoravam, nem percebia as vezes que brendo a observava curioso, mas depois da briga que tiveram na casa de férias, ele não se sentiu  mais seguro em se aproximar de qualquer jeito dela, e mesmo que pensasse em vários jeitos, nenhum parecia bom para que ele se aproximasse sem fazê-la pensar que só estaria brincando.
— Você está secando ela, literalmente. — comentou Ayrlon segurando uma garrafa de cerveja.
— E ela nem está percebendo, estou parecendo um idiota em tentar, certo? — pergunta ansioso.
— Você gosta dela?
— Desde o primeiro diz que a conheci e agora que está tudo bem… assim eu penso, não encontro uma forma de me aproximar sem que ela pense que eu quero ser como aqueles caras, isso me incomoda, mesmo depois de ter salvado ela.
— Eu não posso imaginar o quanto está sendo difícil para ela, mas também deve ser um alívio para ela.
— Tudo que ela passou foi terrível e o pai e tudo… as crises da irma, mas isso tudo se resolver não significou nada, aquelas olhos, o jeito, ela observa e ver todos felizes e ao ver mais nada além disso. —  comenta com desanimo.
— Bom, se você gosta dela, pode começar ai, ela acredita que ninguém vai gostar dela e… como sabe isso tem um certo peso em nosso meio, se é que me entende, viemos de uma família de homens machistas que ainda estão se reinventando, a cabeça dela deve entrar em parafuso por causa disso.
Conversam enquanto Leydi senta ao lado de sua irmã a observando apreensiva, Kity lhe dá um sorriso desanimado e continua a beber sua soda.
— Você não está animada agora que nosso pai finalmente mudou? — pergunta Leydi apreensiva.
— Sim. — confirma demonstrando felicidade, mas não era o que estava sentindo.
— Então se anime, porque não dança um pouco, eu lembro que quando eu estava triste você colocava música e fazia sua própria festa, era sempre tão agitada e agora quieta aqui… nem parece você. — comentou pensativa ao levar uma das mãos até a bochecha de sua irmã a acariciando.
— Sabe… — suspirou desanimada. — Eu não sinto nada além da sensação de que tudo deu errado para mim, mas fico feliz que vocês estão bem e felizes.
— O que está dizendo? — sorri sem graça. — Está tudo dando certo, você pode ir ao psicólogo e começa a superar, mas você tem que querer, sei que o que você passou foi terrível, ainda assim não deve se entregar a tristeza assim, além disso Brendo já demonstrou interesse por você, deveria se permitir.
— estão todos se ajeitando tão de repente… — sorri apreensiva. — Mas isso não é para mim e eu não me vejo em nada disso, na verdade eu não me vejo em nada.
— O que está tentaando dizer? — pergunta sentindo o peito apertar.
— Em nada. — diz se recompondo e sorrindo simulando uma falsa alegria que convenceu a sua irmã. — quer saber? Você está certa, que loucura! Ficar triste ao lado de tantas pessoas queridas, amigos de verdade e olha, eu tenho alguém que gosta de mim, isso é tão legal… — diz dando pulinhos.
— Sim, então se divirta e curta a festa. — diz Leydi animada.
Então ela fingiu aproveitar a festa, até todos se distraírem e saiu dali, aquilo tudo parecia incômodo para alguém que só queria ficar quieta, então decidiu ir até a cobertura onde se pôs a olhar o horizonte, as lágrimas caiam sem motivo de involuntariamente, aquele estado parecia ser o mais agradável de se estar para alguém que sente doer onde não se pode passar nenhum remédio.
Na cabeça de Kity girava mil coisas e sobre tudo os acontecimentos que atormentavam sua cabeça, ela não queria em nenhum momento aceitar e acreditar que pode mudar, seu olhar fixava-se ao chão de concreto a vários metros de seus pés, inclinou a sua cabeça apoiado sua cintura ssobre a proteção e deixou seu cabelo esvoaçar enquanto as lagrimas escorriam por sua testa.
Quando Brendo subiu furtivamente atrás dela, viu a cena e parecia catastrófica ao ver aquela menina dividida entre a morte e o chão da cobertura de forma deliberada e na ponta dos pés sem se importar com a segurança.
Ele se aproximou silenciosamente e observou enquanto ela parecia querer se empurrar para frente e cair.
— Você deve estar delirando, certo? — pergunta pegando a gol de sua camisa sem a puxar.
Então ela coloca seus pés novamente no chão e se levanta.
— Não. — responde com o olhar direcionado ao céu.
— Você pensa em se suicidar?
— Não é de sua conta.
— Não, mas você pensa que consegue enganar a todos enquanto finge que está feliz para sua irmã, você não consegue esconder que está triste, não para mim.
— Você poderia tomar conta de sua vida.
— Você não pode se suicidar.
— Não é você que decide isso.
— mas posso impedir. — diz apertando a barra de proteção com força enquanto engole em seco.
— Por que se importa? — pergunta em súplica. — sinceramente… eu não quero mais… — sua voz embarga.
— então você quer se matar? — pergunto fixando seu olhar ao dela ao se virar, ela confirma com a cabeça. — Não se importa com quem vai deixar para trás?
— Eu não aguento mais essa sensação… eu não tenho forças, eu só quero acabar com essa sensação ruim, parece que a morte parece ser a mais acolhedora agora, parece ser algo tão bom. — confessa deixando as lágrimas caírem, ele se vira voltando a encarar toda aquela altura.
— Se não aguentar essa sensação, me deixe te mostrar sensações novas?
— eu só quero paz, e daí se eu tentar suicídio?
— sabe… um dia eu me suicidei. — conta pensativo, ela o encarou surpresa.
— Mas você está vivo.
— eu me suicidei da forma mais bonita que eu já vi.
— Existe isso?
— Sim… você não quer morrer? — pergunta sorrindo gentilmente segurando em suas duas mãos.
— Quero muito.
— Um dia eu me suicidei da forma mais linda, foi quando eu me apaixonei por você, isso não é um suicídio? Então se você tentar se suicidar, se apaixone por mim, e se estiver cansada da sua vida, tente se cansar da nossa vida juntos, porque você não pode morrer. — diz erguendo as duas mãos dela beijando os nós de seus dedos.
Ela manteve seu olhar fixo ao dele sem conseguir reagir.
— não precisa aceitar agora, só quero que saiba que tudo que aconteceu não vai mudar o fato que eu possa te amar da forma mais verdadeira que você possa imaginar e muito além.
— você… — murmurou abaixando o olhar encarando suas mãos juntas e o solta lhe dando as costas deixando algumas lágrimas caírem.
— Apenas diga que vai pensar. — pede ansioso.
— Tudo bem… mas eu não garanto. — diz em seguida pegando o segundo elevador, após a porta se fechar a cabine do outro elevador abre e Leydi ee Ayrlon saem preocupados.
— onde está minha irmã? — pergunta Leydi desesperada.
— ela acabou de descer. — comentar indiferente.
— Ela estava bem, certo?
— Temos que revezar e se manter sempre de olho nela, Kity precisa de ajuda, mas ela está se recusando a tudo. — explica apreensivo.
— Mas ela estava…
— Ela está fingindo e vai permanecer fingindo,  para ninguém ver, mas se deixarmos, só vamos perceber quando for tarde demais.
— você está dizendo… — Leydi nem mesmo tem coragem de concluir a pergunta.
— Isso mesmo. — confirma frustrado

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Where stories live. Discover now