Capítulo 26

15 2 0
                                    


Aqui está, em minhas mãos
Em minhas veias e sobre as terras
Se espalha como fogo... Buscando por ar
E me puxa em meu próprio parque de diversões
Você não vai vir, você não vai vir,
Você não vai vir apenas não diga nenhuma palavra

Don't say a word- Ellie Gouding

Minha loba estava inquieta.

Ele se fechou para nós

Eu sei, pare com isso ele não está nos excluindo. Ele está nos protegendo

Não podemos ignorar que avançamos muito hoje e isso pode ter sido um gatilho para ele. Não podemos pôr em risco seu celibato e acabar estendendo seu período aqui na casa conselheira

Se não for isso?

Não faz sentido, tem que ser. Acabamos de alcançar o quinto nível. Isso não é brincadeira, não é leviano. Chega de pensamentos inseguros. Caius nos ama. Jamais faria algo para nos machucar.

Silencio minha loba e ela não gosta.

Assim que Caius foi embora após nos conectarmos ele ficou em silêncio. Até tentei chamá-lo em minha mente, mas não surtiu efeito. Já são sete dias desde nosso acasalamento e ele não veio falar comigo, nem pessoalmente nem em pensamento, mas estou calma. A segurança de estar ligada em meu DNA a alguém faz isso. Sinto ele em minhas células e isso é imutável. Por isso sei que agora ele precisa de espaço, e quando estiver pronto ele virá me procurar. Todo dia eu acesso nosso plano mental. Sem ele o lugar escuro fica claro, ofuscante de tão branco, e bem sem graça.

Na primeira vez chamei ele e no lugar de sua figura apareceu uma porta de madeira clara bem pesada e entalhada. Quanto mais eu andava em direção a porta mais ela se afastava. Ele estava se ocultando de mim, era um sinal claro de que precisava de espaço, então eu o dei. Desde então eu entro no plano mental, chamo e vejo a porta, então saio de novo.

Aproveitei esse tempo para lhe fazer um presente. Tinha apenas um mês até nos despedirmos, mas sabia que daria tempo pois o presente seria bem simples. Assim como aos meus outros companheiros, quis fazer uma vestimenta para Caius. Agora que vi seu lobo sabia que ele descendia de algum lugar de frio, provavelmente a antiga Escandinávia. Fiz algumas pesquisas e já sabia o que faria para ele e o que seria o material perfeito. Corri em meu dormitório e encontrei no maleiro do armário o que eu estava procurando: a pele de fossa. A fossa que eu e Kareem caçamos em nosso último acampamento. Depois daquele nunca mais pudemos ir juntos, não sei se ele foi, mas eu não fui porque fiquei muito sobrecarregada.

Escolhi fazer para Caius um manto com a pele do animal, onde a cabeça da fossa seria como um capuz, as patas dianteiras se cruzariam em seu tórax e o restante da pele cairia pesada nas suas costas.

Chamei Caius na minha mente e acho que por ele estar distraído pude visualiza-lo rapidamente. Logo ele percebeu e se fechou novamente. Mas isso já foi o suficiente para ver que meu plano não daria certo.

No corpo de Caius, a pele de fossa pareceria uma roupa curta. Ele é gigante e musculoso e as fossas são felinos pequenos. Se ao menos fosse pele de urso...

Mudei o plano. A cabeça da fossa ficaria sobre seu ombro esquerdo, não teria patas, apenas a pele na parte mais larga do corpo do animal, e a mandíbula seria para prender a ponta oposta do manto, formando um fecho.

Terminei ainda durante aquela semana de reclusão de Caius, meu projeto de tão inspirada que fiquei. Agora era só esperar ele voltar para lhe dar o presente.

***

No oitavo dia de afastamento ele veio me procurar. Fiquei radiante e fiz questão de deixar meu humor o atingir em ondas pelo plano mental. Assim que sentiu minha felicidade, ele sorriu pra mim. Como estávamos perto de outras pessoas, ele disse em voz alta:

Sociedade da LuaWhere stories live. Discover now