Capítulo 29

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Eu não quero me separar de você

Nem por um momentoEu não quero perder tempoVocê sabe que eu te amo demaisQue não sou de fazer alarde do que sintoE que eu gosto lento

Lento, Daniel Santacruz

Acordo quanto sinto frio, vejo que a escotilha está aberta e o vento que entra balança as cortinas. O quarto que estou é bem na lateral da toca, na parte mais próxima da entrada, e isso me dá o privilégio de ter uma imitação de janela, mas graças a isso tenho bastante ventilação. Levanto-me para fechar e noto que está de noite " por quanto tempo eu dormi?"

Vou até a cozinha e encontro Liliana tomando um de seus chás e aos seus pés, um de seus companheiros está sentado com a cabeça apoiada em seu colo, enquanto ela lhe faz carinho.

A cena me enternece. Consigo imaginar qualquer um de meus amores me pedindo um cafuné e a saudade aperta forte no peito.

O companheiro de Liliana faz que vai se mover, mas eu o impeço, ele tem obrigações com Liliana não comigo. Liliana então me explica onde encontro ingredientes para um lanche, e eu junto algumas tortillas de milho, com carne de siri desfiada e temperada, um abacate e salsinha, enrolo e formo alguns wraps.

Sento-me de volta à mesa, mas fico em silencio para não os incomodar.

- Da pra ver a fumaça que sai das suas orelhas de tanto que pensa.

Toco instintivamente minhas orelhas e noto o ato falho quando ambos riem de mim.

Então resolvo puxar conversa.

- Achei linda a interação de vocês, fez sentir falta dos meus.

- Bom nem todos eles são assim.

- Muito prazer, sou Ayla. Sei que vocês são em 12, e ainda não o conhecia.

- Muito prazer Ayla- ele estica a mão gigante e eu olho para Liliana para ver se ela não se importa que eu o toque, e ela sorri. Então eu o cumprimento. - eu sou o líder da equipe de perímetro. Uma vez ao mês viajamos para reforçar nossas fronteiras. Como o território é extenso isso leva até três semanas. Quando você chegou, havíamos acabado de partir.

- Desculpe a pergunta boba, mas como vocês reforçam as fronteiras?

Liliana gargalha alto, só agora notei que eu disse meu nome, mas ele não disse o dele de volta, talvez instruções de seu ômega.

- Com urina menina, e fezes as vezes. – É Liliana que me responde, pois seu companheiro ficou constrangido.

Senti que todo meu rosto ficou vermelho na mesma hora, até as orelhas ficaram quentes.

- Às vezes eles se esfregam nas árvores também. – Minimiza ela.

- Ah por isso seu aroma de bambu e água do mar

- Isso. - O moço responde mais contido.

- Você se incomoda de me falar mais sobre demonstração de afeto com diferentes companheiros Liliana? – Resolvo ir para um assunto importante, e livrar todos do constrangimento.

- Não de forma alguma, sabe um dos meus companheiros gosta que eu o monte... – E essa resposta de Liliana não me ajuda em nada em minha missão.

- Opa, acho que está na hora de me retirar, para terem privacidade. – O companheiro de Liliana se levanta, e percebo como é alto. Beija a testa de sua companheira, acena para mim e se vai.

Liliana pega sua caneca e me convida para a varanda da toca, é basicamente um mirante já que fica na parte externa mais alta, e da vista para a praia.

Sociedade da LuaWhere stories live. Discover now