Capítulo 46

15 0 0
                                    

E eu li
Até o dia acabar
E eu me sentei arrependido
De todas as coisas que fiz
Por tudo que tenho abençoado
E tudo o que eu ajusticei
Em sonhos até a minha morte
Eu vou me pergunta. Like a stone - Audioslave

Meu mudo mudou de foco, e agora um serzinho de 50 centímetros e 2,5kg ocupava todo meu objetivo. Infelizmente não conseguia evocar a imagem da minha pequena lutadora para o plano mental, isso era algo curioso, por isso atualizava meus companheiros o dia todo com imagens dela enviadas pela insígnia. Dandara entrou em meu quarto quando estava amamentando minha filha e fez um registro do momento. Achei gentil da parte dela, até descobrir que ela veiculou essa imagem de uma forma bem alarmista na interface de comunicação com todas as castas:

"Ômega dá à luz em cativeiro e líderes insistem em sacrificar sua vida e de sua filha. "

Assim que souberam que meu bebê era uma menina, ômegas em todas as castas começaram a se impor, a pressão nos líderes de casta ficou ainda maior. A mensagem que passavam com a atitude deles era que não valíamos nada para eles. Companheiros ficaram indignados com a forma que ômegas estavam sendo tratadas e por um ou dois dias houve uma paralização nos serviços. Infelizmente com a paralização a distribuição de recursos ficou deficitária e precisaram voltar a suas respectivas funções.

Dois dias após o meu parto, Dandara chamou a todos na sala de conferências, disse que entraria em negociações com os líderes de casta finalmente. Vimos na projeção os líderes supremos, desembargadores gerais e chanceleres de cada casta.

Do lado da província estavam a guardiã suprema Dandara, comandante superior Alexia, governadora Roxana e todos nós sentados em volta delas. Dandara iniciou a conversa de forma polida e em seguida os líderes superiores de casta começaram a justificar porque não renunciariam aos membros da sociedade da lua.

Dandara ficou de pé indicando que não estava mais com paciência, mas ainda mantendo uma expressão neutra, disse:

- Senhores sinto que não estão me levando a sério. Deixaram que ômega dessa a luz longe de seus companheiros, a fizeram passar por uma total humilhação e aqueles que já viram como fica ômega em eminência do parto sabem a que me refiro, e mesmo assim querem fazer exigências e se recusam a aceitar nosso acordo.

Pegou sua arma e apontou para o segundo secretário.

- Talvez se eu matar um alto funcionário ajude a perceberem o quão sério estou falando.

Entrei em desespero, em um braço segurava minha filha, o outro eu esticava em direção a Alev que estava ao meu lado.

- Não pode fazer isso, por favor, por favor. Não faça algo assim! – Implorei por entre meu choro

- Você não seria capaz. – Disse o Líder supremo de Delta.

- Bom vocês têm uma hora para decidir ou eu o mato.

Encerrou a chamada e eu tentei dissuadi-la

- Não faça isso por favor, diz que é só um blefe! – Eu estava implorando a essa altura.

- Estou com cara de que estou blefando? Estamos aqui porque eles não quererem cooperar, por mim todos já estariam em suas casas.

- Se você o matar, matará o ômega com quem ele é acasalado. Ele foi o primeiro elo dela, o primeiro companheiro vinculado é o que possui o elo mais profundo e forte. Matando-o você a mata. Não faça algo assim por favor!

Dandara nem olhou em minha direção apenas disse:

- Lumumba tire sua coleguinha daqui antes que eu me canse sim?

Sociedade da LuaWhere stories live. Discover now