Capítulo 43

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Quero ouvir o seu coração batendo esta noite
Antes que o sol sangrento ganhe vida
Eu quero fazer o melhor do que restou segurando firme
E ouça meu coração bater pela última vez
Antes da luz do dia. Beating Heart- Ellie Goulding

Chegamos à Província tarde daquela mesma noite, o fuso horário nos deixava com uma sensação de confusão mental, mas teria que ser superado, pois tínhamos trabalho a fazer. Deixamos o Skytran e pegamos um TAV para sair da estação e assim que chegamos ao solo novamente pegamos um TEM até a embaixada. As primeiras impressões que tive da Província foram muito chocantes. Ruínas de casas, pessoas malvestidas, muito magras e com cara de famintas, parecia muito com uma cidade abandonada e eu fiquei sinceramente preocupada que fosse um lugar assim que recebia nossos filhos sigma nulos.

- Onde fica a embaixada Delta senhor segundo secretário?

- É uma localização sigilosa, vão nos encontrar no meio do caminho para nos levar até lá. Os provincianos não podem saber a localização.

- E como vamos saber quem são os membros da embaixada?

- Eles estarão identificados com insígnias iguais a minha.

Pouco depois que ele terminou de falar, nosso TEM foi interceptado e dois homens saíram de seus transportes e se encaminharam ao nosso. Apresentaram as identificações para o primeiro transporte da nossa delegação. Como o Segundo secretário era um membro importante, sempre ficava no transporte do meio. Os dois homens foram então até o nosso transporte e se identificaram também, com isso abrimos nosso transporte para conversarmos.

- Boa noite, o senhor é o segundo secretário?

- Boa noite, sou eu sim.

- Muito prazer senhor, eu sou Lumumba e esse é meu ajudante Lutalo. E vocês estão sendo sequestrados.

Assim que ele termina de dizer essas palavras noto que ele está nos apontando um objeto de metal, mas não faço ideia do que seja. O secretário do meu lado fica assustadíssimo e eu continuo sem entender nada.

- Onde vocês conseguiram uma arma de fogo? Elas foram erradicadas depois da pandemia...

- De tudo o que eu disse essa é sua menor preocupação senhor secretário. Melhor cooperar se não quiserem conhecer o pivete mais cedo. – Disse Lumumba pressionando o cano curto em minha barriga. Fosse o que fosse, estava ameaçando meu bebê e isso sim me deixou apavorada.

- Por favor não façam nada ao meu bebê! Podem entrar no transporte conosco, mas não nos machuquem. – Lembrei que eram nossos aliados, mas eu queria passar credibilidade.

- Veja só senhor secretário a moça tem mais fibra que o senhor. – Disse o tal do Lutalo. – Querida nossa prioridade é mantê-la viva, acredite se precisar atirar em alguém vamos atirar nele, você serve de moeda de troca, dois em um.

- Eu sou o segundo secretário de uma embaixada, ela é apenas uma suplente...

- Sim mas o senhor não engravida, não está com o futuro da não na barriga, a menos que essa protuberância no seu abdômen seja um novo experimento das castas e eu não esteja sabendo. – Ambos entraram no transporte, fecharam e indicaram que continuasse andando, então Lutalo continuou: - Fiquem todos quietos e tudo vai ficar bem.

Ele mexeu então na insígnia dele e na do secretário e conseguiu a rota para a embaixada. Quando chegamos na casa simples eu não acreditei que aquilo era uma embaixada, mas assim que o secretário se identificou no leitor de retina a porta do que pensei ser uma garagem se abriu e vimos uma rampa que ia para dentro do subsolo. Entramos com nossos transportes, a porta se fechou, mas assim que atingimos o primeiro patamar saímos dos transportes e eles voltaram para a entrada.

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