Capítulo 19

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Capítulo 19: Lado errado das barras

"Mas às vezes... às vezes, o que precisamos é de um novo plano."
- Grey's Anatomy

Ela não precisava perguntar. Era estranho ela saber mesmo sem ele ter dito uma palavra. Ela era pessimista? Ela presentiu? Como ela sabia? Bem... Ela não podia dar certeza. Poderia ser qualquer um da inteligência. Não necessáriamente poderia ser a morte de alguém, mas ela sabia quem era pelo simples fato de que quem estava na sua frente, a abraçando e a segurando para que ela não desabasse no chão a conhecia, conhecia muito bem sua relação, sabia que uma notícia como essas não deveria ser entregue por mensagem. Talvez a alguém de confiança de NY que pudesse dizer a ela pessoalmente. O fato de ele estar bem ali presente, foi o suficiente para ela pensar no pior, na morte.

- Me diz que ele está vivo. - Ela pediu, ela rezou, ela não perguntou, pois não queria um sim ou não assim, ela queria ouvir que Hank Voight estava vivo.

Henry Voight, conhecido como Hank ou Sargento Voight não era seu pai biológico, ele não a viu nascer, dar seus primeiros passos ou falar sua primeira palavra. Mas ele a criou, ele mostrou a ela o que é ter uma família, o que era ser amada. Ele a ensinou tantas coisas, ele trouxe a ela a esperança de que a vida poderia ser melhor e que ela não era nascida em más notícias. Sim, eles tinham conflitos, eram como pai e filha e assim gostavam de pensar. Ele a considerava sua filha e mesmo que ela nunca tenha o chamado assim, ele era o seu pai.

- Ele está vivo. - Jay Halstead disse em alto e bom som, ele sabia que ela precisava disso, ele gostaria que alguém tivesse feito isso por ele quando era sua mãe internada no hospital.

Erin Lindsay respirou aliviada, ela sabia que ele estava no hospital por Jay ter confirmado sua pergunta, se ele estivesse bem, Jay com certeza teria dito que ele estava bem, que não era por isso que ele estava ali. Além disso, se ela tivesse dúvidas em suas palavras, ela confirmaria com o tom de voz dele. Ela conhecia aquele tom, mais gentil e intímo por ser ela, por ser um caso pessoal, mas era o tom que Halstead usava para notícias ruins com as famílias das vítimas.

Ela o convidou para entrar quando se recompôs um pouco. Normalmente são os donos da casa que oferecem alguma coisa para os convidados, mas essa não era um situação normal, não era um convidado. Jay guiou Erin até o sofá e tendo uma boa memória da vez que esteve nesse apartamento, ele foi até a geladeira e pegou uma garrafa de água e um copo e serviu Erin. Eles estavam em silêncio, Jay não disse nada e ela não perguntou, mesmo tendo muitas perguntas ela precisava se acalmar. Jay se aproximou e viu como ela estava tremendo.

Erin tinha crise de ansiedade. Nem todas as pessoas tem um ataque de pânico ou uma crise muito evidente e que todos podem ver, mas por dentro estão incontroláveis. Jay aprendeu isso com ela, notou que as tremedeiras era um sinal. Quando estavam juntos viu que ela aprendeu a lidar melhor com essas situações, mas agora 4 anos depois e com ela em outro estado ele não sabia qual era a frequência, mas ainda sabia como ajudá-la, ou assim esperava.

Ele se abaixou na altura dela deixando a água na mesa de centro e segurou a mão dela.

- Ei... olhe para mim, eu estou aqui. - Ele esperou até que ela o encarasse e sorriu gentilmente para ela. Geralmente ele gostava de falar a situação, mas o estado de Hank era crítico, ele não queria apavorá-la. Jay não podia dizer que conhecia a Erin de agora, mas pensando na que ele conhecia de antes, ele imaginou isso, por isso sabia que deveria ir até ela dar a notícia, ele não suportaria imaginar que ela tivesse uma crise e guardasse para si, ela iria querer ir imediatamente para Chicago e provavelmente passaria mal, ele sentia que com ele lá, ela conseguiria se acalmar e estava certo. - Respire, okay? - Ele diz suavemente e começa a respirar lentamente com ela o acompanhando. Ele aperta a mão dela e a tranquiliza.

Linstead - Prometemos sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora